Ascensão do Senhor.
Minhas irmãs, meus irmãos:
Os primeiros cristãos estavam tão plenos e com tamanho rejúbilo trazendo com sigo e divulgando os episódios da Ressurreição de Jesus e de Pentecostes, que não se sentiam mobilizados para refletir sobre a Ascensão do Senhor e relevar tal episódio.
Por mais de três séculos, todo o foco da herança pentecostal, fortalecendo e alimentando os cristãos, era dado aos dois episódios acima mencionados, sendo que a lembrança da Ascensão ocorria, apenas, com a procissão dos cristãos ao Monte das Oliveiras, na tarde do dia de Pentecostes. Sua celebração litúrgica teve início, somente, no início do século IV, no Oriente, por São Gregório de Nissa e, posteriormente, ratificada por São João Crisóstomo.
O limitado destaque à Ascensão de Cristo já ocorria com os apóstolos e evangelistas, pois muito pouca menção foi feita ao episódio nos quatro evangelhos, sendo narrado somente por Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos. Para eles, a glorificação de Cristo deu-se já com sua ressurreição, sendo que, sua partida terrena, apenas concluiu a glorificação da pessoa humana de Jesus.
Em diversas passagens evangélicas evidencia-se a apresentação de Jesus, após a ressurreição, em diferente dimensão, em uma condição transcendental, na qual, por diversas vezes, seus apóstolos tiveram dificuldade de reconhecê-lo. Ele não voltou como rei terreno, aquele que veio para implantar no mundo o Reio de Deus. Ele retornou glorioso, vitorioso sobre a morte, mas para que, ao partir, com sua Ascensão, deixasse-nos a missão de sucede-lo.
Com seu Corpo purificado, após a Ressurreição dentre os mortos, Nosso Senhor Jesus Cristo, esteve presente, por 40 dias, entre os apóstolos e as santas miróforas (as mulheres que saíram de casa, nas primeiras horas da madrugada de domingo da Ressurreição, para ungir o corpo do Senhor: Maria, mãe de Jesus, Maria de Madalena, Maria mãe de Tiago, Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, Joana e Suzana – todas, com exceção da Virgem Maria, foram curadas de doenças e libertas de espíritos imundos).
No quadragésimo dia ocorreu a Sua gloriosa Ascensão – o último acontecimento visível da Sua vida terrena. Tal episódio ocorrera no Monte das Oliveiras e os apóstolos contemplaram a elevação do Divino Mestre e Sua benção.
Quando os anjos (“dois homens vestidos de branco”) perguntaram por que os apóstolos estavam, entristecidamente, olhando para o céu, após a Ascensão de Cristo, e alegaram que Ele voltará, da mesma forma que partiu (Atos 1,10-11), dogmaticamente, tal passagem embasa a segunda e gloriosa vinda de Cristo Jesus, para julgar os vivos e os mortos. Porém, poderíamos, também, reconhecer nessa fala, a nossa responsabilidade de darmos seqüência à Sua missão de salvação, com a nossa natureza humana, divinizada com a vinda do Espírito Santo, a mesma natureza humana de Jesus, da qual os apóstolos já estavam saudosos logo após a Sua partida.
A Ascensão de Jesus não representou a Sua partida, mas sim, o início, verdadeiro, de nossa missão. Missão de mantê-Lo vivo e atuante, por intermédio de nossas ações. A natureza humano de Cristo partiu, mas Ele permaneceu através de Seu Santo Espírito, habitando-se em nós e indicando-nos a tarefa que herdamos da salvação de todos:
“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,19-20)
“descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1,8)
Merece destaque, também, o local mencionado para a Ascensão de Nosso Senhor: uma montanha da Galiléia, insinua Mateus e Lucas, em Atos a nomeia: “Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.” (At 1,12).
Quase todos os grandes sermões de Nosso Senhor, o episódio da transfiguração, o aviso aos apóstolos sobre seu calvário e morte, assim como Seu sofrimento diante da eminência de Sua prisão, ocorreram sobre um monte, no alto. Tal imagem traz-nos, sempre, não apenas a importância do evento, mas a divindade e a autoridade de sua ocorrência, e evidência, em todos eles, da soberania sobre os céus e a terra.
Em Sua Ascensão, Cristo Jesus, do alto da montanha, envia Seus sucessores para dar continuidade de Sua missão e segue, na continuidade do alto, para permanecer à “direita de Deus Pai”, assim como professamos no Credo. Acima de tudo e de todos, mantém-se e envia-nos à nossa tarefa salvífica.
Esperar o retorno do Senhor não está ligado, apenas, à Sua segunda vinda gloriosa. Refere-se, também, à nossa transformação, pela ação do Espírito Santo, no próprio Cristo vivo.
Fiquem com Deus!
Minhas irmãs, meus irmãos:
Os primeiros cristãos estavam tão plenos e com tamanho rejúbilo trazendo com sigo e divulgando os episódios da Ressurreição de Jesus e de Pentecostes, que não se sentiam mobilizados para refletir sobre a Ascensão do Senhor e relevar tal episódio.
Por mais de três séculos, todo o foco da herança pentecostal, fortalecendo e alimentando os cristãos, era dado aos dois episódios acima mencionados, sendo que a lembrança da Ascensão ocorria, apenas, com a procissão dos cristãos ao Monte das Oliveiras, na tarde do dia de Pentecostes. Sua celebração litúrgica teve início, somente, no início do século IV, no Oriente, por São Gregório de Nissa e, posteriormente, ratificada por São João Crisóstomo.
O limitado destaque à Ascensão de Cristo já ocorria com os apóstolos e evangelistas, pois muito pouca menção foi feita ao episódio nos quatro evangelhos, sendo narrado somente por Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos. Para eles, a glorificação de Cristo deu-se já com sua ressurreição, sendo que, sua partida terrena, apenas concluiu a glorificação da pessoa humana de Jesus.
Em diversas passagens evangélicas evidencia-se a apresentação de Jesus, após a ressurreição, em diferente dimensão, em uma condição transcendental, na qual, por diversas vezes, seus apóstolos tiveram dificuldade de reconhecê-lo. Ele não voltou como rei terreno, aquele que veio para implantar no mundo o Reio de Deus. Ele retornou glorioso, vitorioso sobre a morte, mas para que, ao partir, com sua Ascensão, deixasse-nos a missão de sucede-lo.
Com seu Corpo purificado, após a Ressurreição dentre os mortos, Nosso Senhor Jesus Cristo, esteve presente, por 40 dias, entre os apóstolos e as santas miróforas (as mulheres que saíram de casa, nas primeiras horas da madrugada de domingo da Ressurreição, para ungir o corpo do Senhor: Maria, mãe de Jesus, Maria de Madalena, Maria mãe de Tiago, Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, Joana e Suzana – todas, com exceção da Virgem Maria, foram curadas de doenças e libertas de espíritos imundos).
No quadragésimo dia ocorreu a Sua gloriosa Ascensão – o último acontecimento visível da Sua vida terrena. Tal episódio ocorrera no Monte das Oliveiras e os apóstolos contemplaram a elevação do Divino Mestre e Sua benção.
Quando os anjos (“dois homens vestidos de branco”) perguntaram por que os apóstolos estavam, entristecidamente, olhando para o céu, após a Ascensão de Cristo, e alegaram que Ele voltará, da mesma forma que partiu (Atos 1,10-11), dogmaticamente, tal passagem embasa a segunda e gloriosa vinda de Cristo Jesus, para julgar os vivos e os mortos. Porém, poderíamos, também, reconhecer nessa fala, a nossa responsabilidade de darmos seqüência à Sua missão de salvação, com a nossa natureza humana, divinizada com a vinda do Espírito Santo, a mesma natureza humana de Jesus, da qual os apóstolos já estavam saudosos logo após a Sua partida.
A Ascensão de Jesus não representou a Sua partida, mas sim, o início, verdadeiro, de nossa missão. Missão de mantê-Lo vivo e atuante, por intermédio de nossas ações. A natureza humano de Cristo partiu, mas Ele permaneceu através de Seu Santo Espírito, habitando-se em nós e indicando-nos a tarefa que herdamos da salvação de todos:
“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,19-20)
“descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1,8)
Merece destaque, também, o local mencionado para a Ascensão de Nosso Senhor: uma montanha da Galiléia, insinua Mateus e Lucas, em Atos a nomeia: “Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.” (At 1,12).
Quase todos os grandes sermões de Nosso Senhor, o episódio da transfiguração, o aviso aos apóstolos sobre seu calvário e morte, assim como Seu sofrimento diante da eminência de Sua prisão, ocorreram sobre um monte, no alto. Tal imagem traz-nos, sempre, não apenas a importância do evento, mas a divindade e a autoridade de sua ocorrência, e evidência, em todos eles, da soberania sobre os céus e a terra.
Em Sua Ascensão, Cristo Jesus, do alto da montanha, envia Seus sucessores para dar continuidade de Sua missão e segue, na continuidade do alto, para permanecer à “direita de Deus Pai”, assim como professamos no Credo. Acima de tudo e de todos, mantém-se e envia-nos à nossa tarefa salvífica.
Esperar o retorno do Senhor não está ligado, apenas, à Sua segunda vinda gloriosa. Refere-se, também, à nossa transformação, pela ação do Espírito Santo, no próprio Cristo vivo.
Fiquem com Deus!