MENSAGEM #044: NO TOPO PARA SERVIR OU PARA BRILHAR SOMENTE?

Em minhas caminhadas diárias gosto de apreciar as paisagens ao redor e a tudo observo e procuro tirar lições para a vida.

Quando se inicia a invernada, a época das chuvas aqui no Sertão, é maravilhoso observar como a paisagem muda bruscamente da noite para o dia, já na primeira chuva que cai. As pradarias e os morros, antes escalvados, renascem com todo o vigor, como que por encanto. É impressionante! Deslumbrante!

Junto com a relva, nascem também diversos tipos de ramagens, a mais comum é o Melão de São Caetano. Dessa gostava muito, pois fornecia com seus frutos, o meu gado, que eu colocava nos meus curraizinhos, quando brincava de fazendeiro, quando era menino. Pegava os melõezinhos e espetava em cada um deles, quatro palitos de fósforo, simulando as minha vaquinha.

Nostalgia à parte, observo que algumas ramagens se alastram pelo chão, cumprindo o seu papel de conservadora do solo e de anti erosão. Porém outras, do tipo trepadeira, se apegam e sobem nos muros, cercas ou em qualquer coisa, pois querem sempre atingir o topo, não importa do que, contanto que esteja cada vez mais alto a contemplar o sol, como fiel seguidor.

Dentre as trepadeiras, o maracujazeiro apenas sobem em busca da luz e nos devolvem saborosos maracujás, em troca de água em suas raízes. Já outras, como o Melão de São Caetano, tecem uma bela roupagem por onde se alastram, pelas paredes e cercas. Até aí, tudo bem, mas quando se trata de árvores, que gentilmente lhe cedem o caule para favorecerem a subida, aí a coisa muda de figura. Esta ramagem torna-se ingrata e predatória. Encobrem as folhagens da árvore anfitriã, como se não bastasse, rouba-lhe a cena e o seu direito de contemplar o sol e obter sua vital fotossíntese, sem a qual atrofia e como esta, muitas árvores assim morrem.

Há bromélias que não são trepadeiras, mas se utilizas dos caules das árvores apenas para terem um apoio para crescerem e embelezar sua hospedeira. É o caso das orquídeas. Não são parasitas, pois têm raízes aéreas, alimentam-se dos nutrientes suspensos e da umidade no ar e além da beleza que oferecem, nos dão saúde pelas suas propriedades medicinais.

Há pessoas que agem quais plantas úteis e frutíferas. Estão ali para servir com o melhor de seus frutos Outras como as ramagens. Alumas precisam do apoio de outrem para produzir seus frutos (serviços), mas produzem e justificam a sua utilidade. Há porém outros que se utilizam dos outros apenas para aparecerem e quanto chegam lá no topo e, conseguindo ou não brilhar, acabam por sufocar e destruir quem o ajudou a atingir o topo.

Que tipo de pessoas temos sido? Temos produzido frutos e serviços para abençoarmos? Temos aprendido a retribuir aos que nos ajudam a subir na vida, pelo menos reconhecer neles o quanto foram e importantes para as nossas vidas? Temos sido árvores frutíferas ou lenhosas, ou bromélias ou ramagens do bem? Ou temos sido parasitas ou sugadores de vida, dispostos a vencer todo e qualquer custo, não importando se quem nos ajuda iria sucumbir?

Que o nosso viver não seja só de aparências, mas de vida útil com produção de frutos eficazes e permanentes para a vida.

Que o Senhor seja glorificado através de nosso viver.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 09/04/2011
Reeditado em 09/04/2011
Código do texto: T2898070
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