LITURGIA DA PALAVRA (Missa do dia 20 Março 2011
LEITURAS QUE SERÃO PROFERIDAS NO MUNDO TODO NAS CELEBRAÇÕES DAS SANTAS MISSAS NO PRÓXIMO DIA 20/03/2011 FONTE: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
2º DOMINGO DA QUARESMA
No 2º Domingo da Quaresma, a liturgia celebra a transfiguração de Jesus, sinal da vitória sobre as tentações do deserto, o que significa um passo novo no itinerário da Iniciação Cristã. A glória que Jesus revelou no Tabor é a verdadeira figura do Filho de Deus, que vence o pecado e demonstra estar preparado para o momento decisivo da Cruz. Paradoxalmente, na montanha sagrada, Jesus revela o mistério da Cruz como caminho da glorificação.
Por meio das leituras de hoje aprofundemos o mistério que Cristo revela no Tabor e acolhamos a proposta que nos torna seus discípulos e missionários.
PRIMEIRA LEITURA (Gn 12, 1-4a )
Leitura do Livro do Gênesis.
1 Naqueles dias, o Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra, da
tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te
vou mostrar.
2 Farei de ti um grande povo e te abençoarei: engrandecerei o
teu nome, de modo que ele se torne uma bênção.
3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que
te amaldiçoarem; em ti serão abençoadas todas as famílias
da terra!”.
4 E Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito.
- Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.
SALMO RESPONSORIAL 32(33) (CF 2011 Fx6)
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, * venha a vossa salvação!
1. Pois reta é a palavra do Senhor * e tudo o que ele faz merece fé. * Deus ama o direito e a justiça, * transborda em toda a terra a sua graça.
2. Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem * e que confiam, esperando em seu amor, * para, da morte, libertar as suas vidas * e alimentá-los quando é tempo de penúria.
3. No Senhor nós esperamos confiantes, * porque ele é nosso auxílio e proteção! * Sobre nós, venha, Senhor, a vossa graça, * da mesma forma que em vós nós esperamos!
SEGUNDA LEITURA (2Tm 1, 8b-10)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo: (8) sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo
poder de Deus.
9 Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa,
não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio
e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda
a eternidade.
10 Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de
nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte,
como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio
do Evangelho.
- Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
(CF - 2011, Fx 7)
/:Glória e louvor a vós, ó Cristo!:/
Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: * Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós!
EVANGELHO (Mt 17,1-9)
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós!
P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
T. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, (1) Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu
irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha.
2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o
sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz.
3 Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
4 Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom
ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para
ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
5 Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os
cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é
o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado.
Escutai-o!”
6 Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados
e caíram com o rosto em terra.
7 Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e
não tenhais medo”.
8 Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a
não ser somente Jesus.
9 Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não
conteis a ninguém esta visão até que o Filho do homem
tenha ressuscitado dos mortos”.
- Palavra da Salvação.
T. Glória a vós, Senhor.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
Já chegamos ao segundo domingo da Quaresma. Rapidamente caminhamos rumo à Páscoa da Ressurreição de Jesus. Nunca é demais lembrar que, quaresma não é tempo de tristeza, apesar de estarmos vivendo um período de intensa reflexão sobre a paixão e morte de Jesus.
O evangelho de hoje retrata um acontecimento ocorrido seis dias depois que Jesus preveniu seus discípulos que deveria morrer. Pedro porém, não quis aceitar esse fim. Pedro tinha suas razões. Como deixar morrer aquele que viera para salvar? Como lutar tanto e acabar derrotado pela morte?
Aproxima-se o momento em que Jesus será entregue aos malfeitores. Sua missão na terra está quase concluída. Sua paixão e morte estão muito próximas, no entanto, sua Ressurreição também está prestes a acontecer.
É por isso que devemos nos alegrar! A Ressurreição é a vitória da Vida sobre a morte. Na Ressurreição está a certeza da vida eterna. A morte foi vencida, sofreu a sua maior derrota. A Vida Plena brotou através da Ressurreição.
Hoje os discípulos presenciam Jesus com o rosto brilhante como o sol e roupas brancas como a luz. Com sua transfiguração, Jesus quer mostrar a Pedro e para cada um de nós, que o caminho para a glória deve passar pelo calvário. A aparente derrota é só uma etapa para atingir a vitória.
O semblante resplandecente e as vestes luminosas simbolizam a presença de Deus na pessoa de Jesus. Este evangelho vem nos confirmar que quem tem Deus dentro de si tem um brilho forte que ilumina os ambientes. É um mensageiro cujo semblante, gestos e palavras irradiam a Verdadeira Luz.
No livro do Êxodo (13,21), uma nuvem luminosa protegia o povo de Israel no deserto. Esse era o sinal de que Deus acompanhava o seu povo. Quando Moisés recebeu as tábuas da lei (Ex 24,15-16), também o monte Sinai foi envolvido por uma nuvem simbolizando a Glória e a presença de Deus. A nuvem, que na transfiguração de Jesus envolve a todos, também é sinal da presença de Deus.
Em meio à nuvem, ou seja, em meio à Presença Gloriosa de Deus, os discípulos vêm Jesus conversando com Moisés e com Elias. Vejamos quem são eles: Moisés é aquele que entregou ao povo a Lei que recebeu de Deus. Elias é considerado como o primeiro dos profetas.
Para os israelitas, Moisés e Elias representavam todo Antigo Testamento, pois a Bíblia, para os judeus, se resumia na lei e nos profetas. Neste episódio, Moisés e Elias conversam com Jesus. Podemos dizer que esta cena representa o encontro do Antigo com o Novo Testamento.
Para confirmar que Jesus não é um simples legislador, ou apenas um profeta, Deus Pai apresenta seu Filho Predileto e deixa claro que, somente a Ele os discípulos devem dar ouvidos. A partir dai tudo assume um caráter novo, tudo converge para Jesus, Ele é a explicação e a realização da lei e dos profetas.
Pedro, assustado e percebendo a segurança que aquele local oferecia, tentando preservar o Mestre e, quem sabe, também a si próprio, propõe a construção de tendas para que fiquem ali.
Essa tentação de Pedro faz parte do nosso dia-a-dia. É mais cômodo e seguro fechar-se na tenda duma comunidade passiva, isolada e sem compromisso, sem se arriscar nem se expor na luta por mudanças, por justiça e paz.
No entanto, Jesus trata de desfazer essa idéia covarde e ordena que se levantem, que se organizem e que não tenham medo de sair pelo mundo para enfrentar os opressores, mesmo sabendo que encontrarão lágrimas, sofrimento e, até mesmo a morte, na difícil luta por um mundo pacífico e solidário.
jorgelorente@ig.com.br 20/março/2011