Mãos Dadas
Há muito tempo que o homem luta pelo desenvolvimento do mundo, em todos os sentidos, dentro do pensamento capitalista, esquecendo da melhor forma de ser feliz: a fraternidade.
O mundo, em que vivemos, encontra-se em um verdadeiro caos, pois a cada dia que passa, o homem deixa cada vez mais de ser humano. O amor, sentimento puro e verdadeiro que torna as pessoas mais humanas, já não é mais tão importante, alguns falam até que é bobagem, que não existe. E assim, cresce a ambição, o egoísmo, aumenta a falta de solidariedade e o homem torna-se mais infeliz, distanciando-se do prazer de viver. Tudo isso só acontece, porque vivemos em uma sociedade desigual, com diversas classes sociais, onde os privilégios são daqueles que menos necessitam e que só pensam em ser beneficiados, esquecendo os que sofrem e que, a cada momento, perdem as esperanças de um mundo melhor, pois tudo a que têm direito, são decepções.
O homem, no seu egoísmo, não sabe sequer preservar as coisas boas oferecidas por Deus. Destrói a natureza com o desmatamento, polui rios, constrói bombas e armas nucleares, sem preocupar-se com sua felicidade nem com a das gerações futuras. Vai-se destruindo com essa conformação contínua que tem em não se realizar. E, assim, vai passando por cima de tudo e de todos, de tudo em que deveria acreditar e de todos que deveria respeitar e amar. Não olha mais para a força superior, não acredita mais em Deus, substituindo-o pela ciência. Sabe-se que a ciência, literalmente opera no sentido de facilitar e proteger a vida no planeta. Porém, de tanto buscar a ciência e assim, esquecendo nosso Criador, é óbvio que o seu irmão é pouco diante de tantas descobertas e, ajudá-lo, ouvi-lo, é perca de tempo. Raramente alguém dispõe do seu tempo para escutar alguém. Por que estamos tão distantes do próximo? Por que não faz mais sentido sentar e escutar alguém? Estamos apressados o tempo todo. Quando falei com Deus? Aí está o problema. Não falamos com Ele, não perguntamos o que fazer. Como diz o artista: “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse o amanhã.”
Se pararmos a pensar, com tantos inventos tecnológicos, não irão mais precisar da mão humana. A substituição do trabalho manual pela máquina tem por conseqüência, a destruição do calor humano e o afastamento das pessoas, gerando o desemprego e a falta de solidariedade. No trabalho, existe a divisão e todos se preocupam com o que têm para produzir. E o mundo, cada vez mais, está caminhando para isso. Em casa, já não existem as reuniões de família, porque cada um tem o seu espaço, a sua televisão, o seu computador, ninguém quer ser incomodado. Como diz outro artista: “É cada qual no seu quadrado”.
Para reverter essa situação, autoridades eclesiásticas da Igreja Católica lançaram a Campanha da Fraternidade, no sentido de que o homem possa ser mais solidário, dando a mão ao seu irmão, numa obediência à ordem mais divina e mais humana do Senhor Jesus: “AMAIVOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI”
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Maria de Jesus. Fortaleza, 09/03/2011