JESUS TROUXE ALEGRIA

Jesus contou muitas estórias para, através delas, ilustrar e tornar mais claros os Seus ensinos.

Uma das mais conhecidas é a chamada parábola do filho pródigo (título que não vem no original e é, portanto, arbitrário). (Lucas 15,10-32)

Ora, nesta estória, Jesus destaca um tema. Esse tema é a ALEGRIA. Aliás, esta é a última de uma série de três estórias sobre este mesmo tema. As anteriores são as da ovelha e da moeda perdidas.

Pode ler-se em Lucas 15,10: "Assim vos digo que há alegria, diante dos anjos de Deus, por um pecador que se arrepende".

Nesta estória, a do filho perdido, que é bem conhecida, como já referi, e me escuso de descrevê-la, quando aquele jovem arrependido voltou ao lar, o pai recebeu-o de braços abertos: vestiu-o, calçou-o, deu-lhe um anel e disse: "... e trazei o bezerro cevado e matai-o; e comamos e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se". (Lucas 15,23-24)

Mais tarde, esta ideia é reforçada quando o pai afirmou: "... mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos..." (vr.32).

Quem não se alegrou foi o outro filho. Considerava-se melhor do que o seu irmão. Considerava-se bem comportado. No entanto era invejoso, vaidoso da sua conduta, mostrando-se ressentido e sem pingo de amor fraternal. (vr.28-30) Comparando-o com o irmão aventureiro, esbanjador e dissoluto, qual o pior de ambos? Não sei. É que há pecadores que são pecadores porque pecam. E há pecadores que são pecadores porque julgam que não são pecadores.

Aquele irmão caseiro e “cumpridor” era parecido com os fariseus fundamentalistas, conservadores, ciosos de si mesmos, julgando-se superiores aos outros. Hipócritas lhes chamou Jesus, condenando-os severamente, como pode ler-se em Mateus 23.

Ah, como eu gosto deste Jesus tão positivamente subversivo, inovador, frontal e, relativamente à religião, obviamente marginal! Tão distante e distinto dos religiosos (escribas e fariseus de então... e de hoje!) tradicionalistas, literalistas, legalistas, puritanos, pietistas. Por ser diferente deles, e por denunciá-los, Jesus foi odiado pelos tais, foi rejeitado e perseguido. Diziam que Ele era comilão e beberrão, amigo de publicanos e de mulheres da má vida, transgressor da lei sagrada do sábado, assim como do jejum (Marcos 2,18-22; Marcos 3,1-4; Marcos 7,1-22) além de outros cerimoniais.

Jesus trouxe alegria! Alegria que, como nesta estória, acontece quando alguém cai em si e muda de vida. (Lucas 15,17-24)

Mas ainda há tantos cristãos tristonhos, inibidos, recalcados, preconceituosos. Cristãos que não gostam de festas, não gostam de cantar, de dançar, de comer e beber e folgar, não gostam de conviver! Não são nada como Jesus foi. Nem como ele ensinou através deste estória.

Que pena!

Leiria, Portugal

Orlando Caetano
Enviado por Orlando Caetano em 26/10/2006
Reeditado em 26/10/2006
Código do texto: T274162