Eutanásia (à Luz da Doutrina Espírita)
1) O que é a Eutanásia?
Eutanásia é o ato pelo qual subtrai-se a vida de alguém, com o pretexto de evitar-lhe sofrimentos, bem como aos seus familiares.
2) Por que o homem não tem o direito de dispor da própria vida?
Ninguém é inútil. Todos temos responsabilidades quanto à preservação da vida, dada por Deus.
A morte como terapia destrói a razão de ser da Medicina que é a de manter a vida. "Se forem dignos, viveriam defendendo a dignidade de viver".
O Livro dos Espíritos, em sua questão 944, coloca: "O homem tem o direito de dispor da própria?"
"Não, somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa Lei".
Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, encerra o texto "Sofrimento e Eutanásia", dizendo: "Lembra-te de que, valorizando a existência na Terra, o próprio Cristo, arrancou Lázaro às trevas do sepulcro, para que o amigo conseguisse dispor de mais tempo para completar o tempo necessário à própria sublimação.
3) Qual a resposta de São Luís dada no Capítulo V, item 28, do ESE, referente à Eutanásia?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo V, item 28), Allan Kardec recebe de São Luís, a resposta à pergunta: "Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é sem esperança. É permitido pousar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?
"Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir um homem até à beira da sepultura, para em seguida, retirá-lo com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhes os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que chegou a sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou em suas previsões?"
"Bem sei que há casos que se pode considerar, com razão, como desesperados. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um clarão de arrependimento".
"O materialista, que só vê o corpo, não levando em consideração a existência da alma, não pode compreender estas coisas. Mas o Espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro".