HÁ GRAÇA, POIS HÁ LEI

A Lei de Deus é a garantia de Sua graça. Ela garante a liberdade para todos indiscriminadamente. Aliás, Jesus é a Lei, a qual sendo transgredida é impedida de produzir seus benefícios e garantir a liberdade dos indivíduos, pois eles se tornam escravos de seus impulsos, vícios e maneira de pensar egoísta e destrutiva que a Lei que eles desprezam então não pode frear. Jesus é a Lei viva. Ele é a Lei posta em prática – a Lei em ação. Ele é a prática da Lei e Ele mesmo a pratica. Por isto somos chamados a imitá-lO, assim paramos de transgredir a Lei e cessamos de nos fazer mal, colhendo então os benefícios da obediência aos conselhos de Deus expressos na Sua Lei.

Jesus morreu em defesa da Lei, demonstrando que Ela pode ser cumprida por seres criados, haja vista que o próprio Cristo na condição humana a cumpriu para depois morrer inocente por nós, os culpados. Jesus nasceu para mostrar que a Lei que pode ser cumprida por seres criados produz benefícios ao ser praticada. E convém esclarecer que somente por ter sido a Lei transgredida (outorgando-nos o salário do pecado, que é a morte) é que Cristo obrigou-se a Si mesmo a morrer. Ele morreu para pagar nossa divida para com a Lei, para com aquEle que organiza o Universo e rege a vida através de Sua Lei. Ele morreu para pagar nossa dívida para com a vida e a continuidade da vida. Isto é graça. Entretanto, não será porque Ele pagou nossa antiga dívida para com a Lei que vamos seguir a transgredi-la produzindo novas dívidas e morte. Todavia, sendo que Ele morreu, quando pecamos novamente (depois de já terem sido pagas as antigas dívidas de antigos pecados), não precisamos mais cumprir a punição que a lei sacrifical requer de nós por nossa nova transgressão. Nem por isso, porém, se extingue a exigência dessa punição. E tal punição seria a morte eterna do pecador (morrer de uma vez por todas) em pagamento por tantos quantos sejam os seus pecados. E essa morte eterna se dará finalmente com todo transgressor não arrependido.

Tal punição os israelitas pagavam (sofriam) imolando um cordeirinho inocente no lugar do culpado. Esse imolar chamava-se cumprir a lei cerimonial, que é a lei sacrifical. Todo pecado praticado produz a morte do pecador (essa é a lei sacrifical, que é conseqüência) e para que o pecador não morra requer-se um sacrifício substituto, alguém morrendo a morte já desencadeada, a morte inevitável. Nesse sentido (no sentido de sacrificar um substituto) os antigos israelitas estavam sob a lei, sendo essa a lei sacrifical, pois o pecado requer a morte imediata de um substituto. Para tal eles deviam utilizar um animal, cujo sacrifício era afiançado pela graça de Cristo prometida desde o Jardim do Éden.

Diferente deles, embora estejamos também sob a lei sacrifical que requer também a morte imediata do transgressor ou um substituto, ao pecarmos novamente basta-nos reconhecer que pecamos e que o pecado é nocivo tanto a nós, quanto a humanidade e a natureza, nos arrependermos, confessarmos e pedimos perdão invocando a morte e o sangue derramado do Cordeiro Jesus já sacrificado. Então, pela graça de Cristo invocada em Seu nome (por Ele ter cumprido a exigência da lei sacrifical morrendo em nosso lugar), seremos perdoados dessa nova transgressão da Lei. Entretanto, toda vez que fizermos isso será como se Ele sofresse tudo de novo e morresse outra vez. Por isso convém que nos esforcemos para não cometer novos pecados e aí entra a obediência da Lei, que nos servirá de guia para obedecermos. E a própria Bíblia diz que “obedecer é melhor que sacrificar”. - I Samuel 15:22.

Observemos, porém, que os cordeirinhos imolados no antigo ritual somente podiam morrer no lugar do culpado porque Cristo já afiançara Sua Própria morte. Ele já se oferecera antes da fundação do mundo para morrer em lugar dos humanos caso estes caíssem. Com essa promessa Ele fazia valer a morte dos cordeirinhos como se fosse a Dele em favor do culpado. Daí o cordeirinho da Lei Cerimonial (requerida antes da morte sacrifical de Cristo) era imolado representando Cristo a morrer no lugar do culpado. Então, sendo que a lei de morrermos por nossos pecados na pele de um cordeiro já foi cumprida por Cristo na cruz, não precisamos mais cumprir essa lei (a lei de imolar cordeiros, a lei sacrifical), mas precisamos continuar cumprindo a Lei Moral (os Dez Mandamentos – a perfeita norma de conduta para uma humanidade harmônica e plena), bem como a lei de cuidado do corpo e da saúde, que é o templo do Espírito Santo, e a lei do dízimo, porque foi por descumprirmos essas leis (a Lei de Deus) que o Cordeiro Cristo teve que morrer desde que Adão e Eva pecaram pela primeira vez.

Portanto, por causa da graça de Jesus tendo cumprido em Sua própria pele a exigência da lei sacrifical, essa lei foi abolida e já não precisamos cumpri-la, mas precisamos nos valer do sacrifício substituto de Cristo para remissão de nossos pecados sempre que pecarmos contra e Lei de deus.

Wilson do Amaral