JESUS RECEBE UM MILITAR

Um militar. Um centurião. Centurião, no tempo de Jesus, era o comandante de uma “legião” de 100 homens. Corresponde a um capitão de hoje, mas ainda com mais autoridade.

Geralmente pensa-se dos militares que são homens duros, frios, severos e insensíveis. A tropa é sinónimo de rudeza, até de brutalidade às vezes. Quase sempre de rigidez.

Mas Jesus veio buscar e salvar também os militares. E há militares que se tornam seguidores de Cristo, outrora como agora.

Recorde-se aquele centurião que, ao pé da cruz, comandava o destacamento de serviço à crucificação. Ao observar toda a cena do Calvário (as palavras de Jesus e os acontecimentos que acompanharam a sua morte) “deu glória a Deus e disse: Na verdade este homem era justo. É o filho de Deus!”

Recorde-se ainda o centurião Cornélio a quem Pedro foi anunciar a Boa Nova!

Este militar a quem Jesus recebe era de Cafarnaúm e tinha mostrado ser amigo do povo, construindo-lhe uma sinagoga. Talvez esse acto já revelasse, também, uma certa admiração pelo Deus de Israel. (Mateus 8, 5-13)

Ele era um homem humano.

Haverá homens que não sejam humanos? Há.

Merecem eles ser chamados homens? Não haverá feras que dêem grandes exemplos a muitos que se chamam homens?

O que é um homem humano?

Parece que a resposta é evidente: Homem humano é aquele que trata os outros como homens, sejam eles quem forem. Trata-os como semelhantes e, portanto, tenta compreendê-los, respeitá-los e ajudá-los.

Aquele centurião era um homem humano. E isso demonstrou-se na forma de tratar o seu criado. Vendo-o enfermo, preocupou-se. Procurou valer-lhe.

Não o considerou como escravo, nem objecto. Via-o como um ser humano, merecedor de toda a atenção e de todo o carinho.

E por essa razão ele se esforçou por encontrar cura para ele.

Hoje, quando se multiplicam os litígios entre patrões e empregados... é também aqui que o Evangelho há-de mostrar-se actuante.

O Evangelho, quando praticado, é capaz de pôr termo às lutas de classes e às próprias classes, deixando de haver servos e senhores, acabando a exploração do homem pelo homem.

Eis o primeiro ensinamento: tratar bem os empregados, ir ao encontro das suas necessidades, dar-lhes o que é justo. Mais ainda: levá-los a Jesus, dar-lhes a oportunidade de um contacto com o Salvador.

O grito de alma do centurião a favor do seu criado encontrou logo eco no coração do Mestre. “Eu irei e lhe darei saúde!”

Jesus está disponível para todos, seja quem for. Para um gentio, para um simples criado.

Mas o centurião objectou:

“Não sou digno de que entres em minha casa”

Ele bem sabia que um gentio era considerado por qualquer judeu como um ser imundo e desprezível. Ele não ignorava que qualquer judeu, cumpridor da lei, não entraria em casa dum gentio.

Este centurião era um homem humano na sua atitude para com o próximo, mas também era um homem humilde. E esta é uma atitude em relação a si próprio.

Jesus, uma vez mais, passou por cima da letra da lei a fim de cumprir o seu espírito: a lei suprema do Amor.

Cristo um homem a favor de todos os homens!

E era justamente nos que se sentiam indignos que Jesus podia actuar.

“Eu não vim buscar os justos (os que se julgam justos) mas os pecadores....”

A humildade é como um pára-raios que atrai todo o poder e a energia (carga eléctrica) de Deus.

Mas o centurião não era só um homem humano, nem só um homem humilde, era também um homem de fé.

Provou-o ao pedir a Jesus: “Diz somente uma palavra, e o meu criado sarará!”

E quando fez esta comparação: “ Também eu sou um homem com autoridade e dou ordens aos meus soldados e eles obedecem-me!”

Aquele oficial romano acreditava na autoridade e no poder de Jesus sobre a vida e a morte, sobre a natureza e as forças incontroláveis. Para uma doença incurável Ele tinha a cura! Para um problema insolúvel Ele tinha a solução. Para o impossível Ele tinha a chave, o segredo do acto sobrenatural!

“Diz só uma palavra e o meu criado sarará!”

Fé, confiança no poder de Jesus!

E foi esta fé que o Mestre recompensou, atendendo à súplica feita, ao dizer: “Vai, e assim como creste (ou conforme a tua fé), te seja feito”.

E naquele mesmo momento o criado ficou curado.

Jesus é o mesmo ainda hoje!

Ele pode curar, Ele pode remover qualquer obstáculo. Ele pode salvar, aliviar, perdoar, dar a vida eterna!

Para tanto, há que recorrer a Ele. Há que ir a Jesus com humildade, confessando-lhe a nossa indignidade, as nossas fraquezas, e confiando no Seu Amor e no Seu Poder!

Orlando Caetano
Enviado por Orlando Caetano em 02/10/2006
Código do texto: T254232