Espiritualidade e Fé II: Judaísmo – Iom Kipur, o Dia do Perdão

"Disse o Eterno a Moisés: ‘Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do Senhor que proclamareis, são santas convocações. São estas as minhas festas.

Assim anunciou Moisés aos israelitas as festas fixas do Eterno."

(Levítico 23: 1-2)

Dois dos principais feriados judaicos ocorrem em setembro. No dia 9 de setembro celebrou-se o Rosh Hashaná. O termo, que em hebraico significa ‘cabeça de ano’, também é conhecido como ‘Ano Novo Judaico’, ‘dia do julgamento’, ‘dia da lembrança’ ou ‘dia do toque do Shofar’. Segundo as tradições, os judeus comemoram a criação da raça humana e se purificam a fim de receberem o perdão do Criador.

No dia do julgamento, os judeus encontram um momento precioso para a reflexão acerca dos erros cometidos e, dessa forma, comprometem-se a não repeti-los. O Rosh Hashaná também é uma celebração ao livre arbítrio do homem, que toma a decisão consciente de olhar para dentro de si e ver o que pode melhorar em sua vida.

Hoje, dia 18 de setembro de 2010, é o Dia de Iom Kipur, o dia mais sagrado do calendário Judaico, porque tem um jejum de 25 Horas, e abstenção de tudo que dá prazer ao homem. Este dia está dedicado única e exclusivamente a prece da súplica, sendo o ponto central de reunião a sinagoga.

O Dia do Perdão ou da Expiação, marca a culminância dos 10 Dias de Penitência.

Sobre o Iom Kipur, nos declara a Torá, em Levítico (16.30-31) “Neste dia se fará a vossa expiação e a purificação de todos os vossos pecados; nele sereis purificados diante do Senhor”.

Neste dia, deve-se orar e pedir perdão pelos pecados cometidos e promessas feitas a Deus e que foram quebradas, fechando ciclo de renovação espiritual. Também devem ser corrigidas as más ações cometidas contra seus semelhantes.

Sendo assim, o grande feriado representa uma ampla renovação na vida do judeu, nesse período, “a centelha de Deus dentro de nós nos conecta com a Infinita Luz Divina. O circuito está completo e o universo é recarregado com um fluxo de energia para um ano inteiro”.

História

O Iom Kippur foi instituído primeiramente como dia de penitência para o povo judeu, quando Moisés voltou do Monte Sinai trazendo o segundo par de Tábuas da Torá (Lei). O povo soubera que Deus havia perdoado os Filhos de Israel por terem adorado o bezerro de ouro, enquanto Moisés recebia as Tábuas originais.

Proibições

Existem 5 proibições no Yom Kipur:

1. Comer - desde o pôr-do-sol do dia anterior até o nascer das estrelas do dia de Iom Kipur;

2. Usar calçados de couro;

3. Relacionamento conjugal;

4. Banhar-se por prazer, passar cremes, desodorizantes, etc., no corpo;

5. Trabalhar.

A essência destas proibições é, principalmente, causar aflição ao corpo, dando, então, prioridade à alma.

O jejum e a abstenção de todo prazer físico são uma expressão extrema da intenção de submeter a natureza material ao domínio do espírito. Embora sejam dias solenes, não são tristes, pois em Iom Kipur recebe-se o presente mais sublime de Deus: Seu perdão. Quando uma pessoa perdoa outra, é por causa de um profundo senso de amizade e amor, que não leva em conta o efeito de qualquer coisa errada que tenha sido feita. O perdão de Deus é uma expressão de seu amor incondicional. Quanto mais plenamente demonstrarmos nossa união essencial agindo com amor e amizade entre nós mesmos, mais plenamente o amor de Deus se revelará.

Não existe nenhum mediador entre o Criador e o Homem, o homem pode pessoalmente confessar os seus pecados ao Criador, se arrepender sinceramente e levar uma vida cheia de virtude.

Após o Yom Kippur, espera-se que haja festa e alegria, não perdendo de vista o facto de que o Yom Kippur é um dia santo de júbilo.

“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar, buscar a Minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” ( II Cr. 7:14)

Ana Flor do Lácio, (18/09/2010)

Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 25/09/2010
Reeditado em 26/09/2010
Código do texto: T2520708
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