É arrogância afirmar que só Jesus salva?
Defender uma idéia não é arrogância, a arrogância surje quando tentam impor uma idéia sobre outros.
Toda religião tem suas verdades absolutas e consideram absurdo que outros não pensem igual, um exemplo é a reencarnação para os espíritas.
Pra que uma religião (qualquer uma) considere o deus ou deuses de outra religião como algo real, essa religião teria ao menos que considerar a hipótese de que o seu próprio deus não seja real. Pois se alguma religião considerar todos os deuses como reais, então não terá seu próprio deus (ou deuses), assim, essa religião não terá identidade própria.
Nós cristãos cremos que nosso deus é real e, levando em consideração que muitos crêem pela suas experiências pessoais com ele e não apenas pela teoria (assim como eu), então fica difícil ou impossível duvidar de sua existência.
Por isso, pra nós, nosso deus é Deus.
Além disso, cremos em salvação da alma. Diante disso tudo, obviamente, pra nós, só Jesus pode salvar.
Mas, salvar de quê?
Castigo e punição são previstos na maioria das religiões, cada uma a seu modo, assim como são previstos na sociedade, também. Por isso, existem juízes, advogados, legisladores e etc. Logo, o conceito de justiça é aceito e defendido por todas as religiões, cada uma a seu modo.
Entretanto, o que é justiça?
Justiça é dar o que pertence a quem de direito, não é? Sejam bens, honra, respeito e etc. Entretanto, sabemos que a justiça, muitas vezes, acontece de modo forçado, ou seja, é necessário uma lei para obrigar que essa justiça ocorra, e que seja imparcial. Pois as pessoas normalmente pensam em si primeiro e, por isso, sempre colocam a justiça a seu favor, mesmo que não haja justiça nesse ato. Pois bem, qual é o preço justo da injustiça? Todos os que cometem injustiças são devidamente "recompensados" por seu delito perante as autoridades? Todos sabemos que não, sendo assim, o fato de Deus querer estabelecer a justiça de modo imparcial e sem impunidade, o torna injusto e carrasco?
Mandar Hitler pro inferno seria injusto? Mao tse tung ou Pol Pot, também seria injusto?
Todos nós cometemos injustiças, muitas vezes conscientemente e outras vezes inconscientemente, também. Assim, se a justiça deve ser aplicada justamente contra os nomes citados acima ou com os políticos ladrões que infestam nosso país, por que deveria ser diferente em relação a nós?
A justiça verdadeira é aquela que se processa de forma absolutamente imparcial, então, pra que essa imparcialidade possa ocorrer de fato, então ninguém, absolutamente ninguém pode ficar fora.
Entretanto, entre justiça e amor, o amor prevalece.
A verdadeira imparcialidade é aquela que estabelece a justiça pra todos, assim como estabelece o perdão pra todos, também. É disso que Jesus nos salva, ele nos salva da justiça.
Isso significa que Deus, em Jesus, estabeleceu a injustiça? É claro que não. Como muitos já devem ter ouvido falar, a punição a que todos estariam sujeitos (conforme as suas obras) foi cumprida por Cristo na cruz. Ele se tornou o Réu Supremo. Logo, a justiça foi feita. Entretanto, essa “graça”, embora seja pra todos, não é automática, ou seja, aceita apenas quem quiser.
Quem não quiser aceitar essa “oferta”, então estará sujeito à justiça, mas não estará sujeito a um tribunal humano corruptível, mas a um tribunal justo, com um juíz justo, que julgará cada um conforme suas obras. Ou seja, estará sujeito à verdadeira justiça, apenas isso.
Percebe-se que, mesmo que Deus valorize a justiça, o amor demonstrado através do perdão é o ponto principal, deixando a possibilidade de julgamento a critério da própria pessoa.
Mas, será que o perdão é um ato justo?
Quando um ladrão rouba, ele fez o mal que está em seu coração, se porventura ele se arrepende sinceramente, então significa que não gostaria de ter feito o mal que fez, ou seja, embora a consequência do erro seja inevitável, o mal, entretanto, não está mais em seu coração, pois se arrependeu.
O perdão faz com que o mal em seu coração não volte, pois é dado ao indivíduo uma nova chance e uma nova esperança. Ou seja, o mal é eliminado. Então foi feito justiça. Por isso, Deus dá tanto valor ao arrependimento.
Quando uma pessoa se arrepende do que fez, o mal é retirado de seu coração, então essa pessoa não cometerá o mesmo mal novamente. Nesse caso, ela precisa de ajuda pra superar as consequências do erro para viver feliz novamente. Porém, se não há arrependimento, então ainda pode existir o desejo de se cometer o mesmo delito. Nesse caso, a pessoa optou pelo mal, pois se recusa a livrar-se dele.
Sem arrependimento, não há perdão.
Há um texto em Jó 14.7-9 muito bonito, que diz que o homem é como a árvore, pois se uma árvore é cortada ficando apenas o toco, ainda assim pode se renovar e se tornar uma planta nova, com galhos novos, folhas novas, flores novas e frutos novos.
O perdão torna possível esse renovação, pois sempre haverá esperança de uma nova vida.
É isso que Jesus nos dá: uma nova vida.
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