A FRAQUEZA DO EU
"PORQUE EU SEI QUE EM MIM ISTO É, NA MINHA CARNE, NÃO HABITA BEM NENHUM, POIS O QUERER O BEM ESTÁ EM MIM; NÃO PORÉM O EFETUÁ-LO". (Rm. 7:18).
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Num adendo esclarecedor o apóstolo Paulo chama o eu de "MINHA CARNE". Este acréscimo explica a verdadeira fraqueza do eu, a qual leva constantemente o eu a transformar-se, sob o impulso do pecado, num não-eu.
A natureza pecaminosa é aqui aludida, mas a menção à palavra "CARNE" alerta-nos para o fato de que essa natureza pecaminosa utiliza o nosso corpo físico, embora o próprio corpo não seja mau em si mesmo. Não obstante nosso corpo se presta facilmente a servir de veículo para a maldade; em outras palavras, o pecado não encontra dificuldade em convocar o corpo humano para que coopere consigo, na realização de atos externos errados.
Nessa porção do cristão, ou seja, "...EM MIM...", conforme diz Paulo, não existe uma única partícula boa. Ela é inerente e inteiramente má, sendo a fonte originária e o veículo do princípio do pecado, até onde diz respeito ao indivíduo. Um eu dividido é um eu derrotado, e nenhuma expressão mais pungente acerca dessa verdade foi jamais escrita, além da narrativa de Paulo sobre o seu próprio conflito desesperador, na tentativa de satisfazer às exigências morais da lei.
Ele crera que o seu verdadeiro eu estava do lado do bem, e, portanto, ao lado de DEUS; mas a sua natureza física se tornara num reino sobre o qual um poder estranho exercia domínio, e ele se sentia incapaz de derrubar essa tirania. Essas experiência de frustração é o pano de fundo correto para a proclamação do evangelho.
O indivíduo satisfeito consigo mesmo não sabe que necessita de salvação: porém, uma vez que aprende que o seu discernimento despertado lhe mostra objetivos inalcançáveis por suas próprias forças, fica pronto a admitir que realmente precisa da ajuda de DEUS.
O desejo de fazer o bem "...O QUERER O BEM ESTÁ EM MIM; NÃO, PORÉM, O EFETUÁ-LO..." realmente habita no homem regenerado, naquela porção nova da natureza dupla do cristão; mas, visto que a sua antiga e corrupta natureza mantém o domínio, a sua porção regenerada fica tolhida em sua inquirição por DEUS e pelas ações santas, que são o seu grande e novo anelo. Isso é verdade porque o indivíduo, considerado como um todo, é escravo do pecado. Por conseguinte, o cristão continua a fazer aquilo que odeia, sendo incapaz de praticar o que ama.
O novo homem existe no íntimo, mas é forçado a viver em associação com o princípio do pecado; é como se o novo homem estivesse acorrentado, encarcerado, odiando toda a maldade que se manifesta na porção antiga da pessoa, embora importante para modificar o seu curso.
O eu corrupto não é o meu verdadeiro eu; é apenas o pecado que habita em meu verdadeiro eu, como homem regenerado que sou. Sob o vocábulo carne, o apóstolo Paulo, inclui todo quanto é a natureza humana, tudo quanto há no homem, excetuando a santificação do espírito.
Por igual modo, pelo termo espírito, que é comumente posto em contraste com a carne, ele quer dar a entender aquela porção do homem, a alma, que o ESPÍRITO divino reformou e purificou da corrupção de tal modo que a imagem de DEUS começa a rebrilhar na mesma. Ambos esses termos, tanto carne como espírito, dizem respeito à alma; mas esta última palavra alude àquela porção renovada do cristão, ao passo que aquela primeira se refere àquilo que ainda retêm o seu caráter natural.
Portanto, "NO SENTIDO DE QUE, QUANDO AO TRATO PASSADO, VOS DESPOJEIS DO VELHO HOMEM, QUE SE CORROMPE SEGUNDO AS CONCUPISCÊNCIAS DO ENGANO, E VOS RENOVEIS NO ESPÍRITO DO VOSSO ENTENDIMENTO".
(Ef. 4:22 a 24)
FONTES:
Bíblia Sagrada
Livros: Epístola aos Romanos e N.T. Interpretado.
Wilson de Oliveira Carvalho.
UM PEQUENO VAZAMENTO EVENTUALMENTE AFUNDA UM GRANDE NAVIO.
(Provérbio Chinês)