O RETROVISOR E EU
Chego ao estacionamento e, como de costume, faço algumas inspeções no meu carro, antes de sair dirigindo. Tudo bem, se não fosse o pneumático um pouco abaixo do nível de pressão recomendado. Tudo bem, passo ali pelo posto de gasolina e dou uma calibrada, depois de abastecer. Abri a porta e assentei-me, fechando a porta cuidadosamente.
Verifico os retrovisores. O interno e o direito perfeitos. Mas o esquerdo (que droga!), quebrado, vítima do vandalismo. Tudo bem! No caminho tem uma autopeças. Passo por lá e faço a reposição. Agora, ligo o carro e percebo que o pisca-pisca está inoperante. Eita! Mas hoje está-me saindo de encomenda! Pior que terei que dirigir sem ar condicionado para sinalizar com a mão. Só me falta agora chover. Cabrum! Ah, meu Deus! Era só o que me faltava. Chuva era a última coisa que poderia acontecer numa situação como esta. Ainda bem que a oficina é logo ali adiante.
Tão logo ponho-me na estrada, um tombinho ao passar por um buraco faz cair o retrovisor interno. Eu nunca havia percebido o quanto era importante esses equipamentos até ficar sem eles. Jamais pensara o quanto dependia deles. É sempre assim. Somente quando perdemos algo é que o valorizamos. Tão logo saí da oficina mecânica, com tudo reparado e voltando ao normal foi que pude desfrutar o meu dia. Parou de chover e tornou-se um lindo dia de sol.
No intervalo para o almoço fiquei meditando em tudo aquilo; procurando tirar a melhor lição de do ocorrido. Pensemos no carro e seus dispositivos. Tudo deve estar nos conformes para que possamos tirar o melhor proveito de seu uso. Nossa vida é semelhante a um veículo que precisamos pilotar. Aqui temos três retrovisores; dois externos e um interno. Para que dirijamos bem, é necessário vez por outra darmos rápidas olhadas, termos uma retrovisão do trânsito, tanto checando os retrovisores externos, quanto através do retrovisor interior. Mas nunca podemos nos demorar, olhando pelo espelho retrovisor. É preciso dirigir com cuidado triplicado, para não bater na traseira de alguém de tanto olhar para trás. Assim também temos que ter visões de nós mesmos, exterior e interior. Temos uma longa jornada pela frente. Há um caminho a percorrer e um destino a alcançar.
Precisamos ter bem definido o objetivo que queremos alcançar e como chegarmos até lá. Mas, volta e meia estaremos observando os nossos retrovisores, registros passados de nossos atos e experiência, no trânsito da vida. Como as pessoas nos observam, que leitura têm de nós. Não que isso deva determinar nossas ações, mas porque esses dados podem nos dar o retorno de como estamos transparecendo e nos dão a chance de fazermos nossa releitura, através do retrovisor interior, revirando nosso baú e mudarmos para melhor naquilo que precisamos e devemos mudar. Precisamos fazer essa introspecção e rever de nossos passos. Que marcas deixamos para trás? São dignas de serem seguidas? Mas não podemos ficar presos a esses mergulhos interiores, mas apenas dar umas olhadelas de vez em quando para trás, a fim de não perdermos o foco nem errarmos nosso alvo.
Assim, façamos nossos planos para o futuro e conquistemos nosso destino dia a dia, com o olho no futuro, a cabeça e os pés no presente, tendo nosso passado como referencial, marcos de vitória, aprendendo com os nossos erros, usando-os não para nos condenarmos ou mortificarmos, mas aprendendo com eles a maneira correta de proceder, tendo o coração agradecido ao Senhor por ter tido chance de recomeçarmos de forma correta. Assim, poderemos alcançar a realização de nossos sonhos e projetos com sucesso.
Que o Senhor abençoe a todos abundantemente.