UMA COMOVENTE HISTÓRIA DE AMOR E FÉ
O Dr Samuel Shoemaker, certa ocasião escreveu uma história comovente sobre o seu amigo Ralston Young, célebre carregador
nº 42, na Grande Estação Central de Nova Iorque. Ele ganha a vida carregando malas, porém, o seu verdadeiro trabalho é manter o espírito cristão, mesmo sendo carregador numa das maiores estações ferroviárias do mundo.
Quando carrega a mala de alguém, sempre procuras derramar nesse alguém um pouco de sua grande fé cristã. Observa atentamente o freguês para ver se há uma possibilidade qualquer de lhe dar mais coragem e esperança. Ele é muito hábil no processo de que lança mão.
Eis aí um exemplo. Certo dia, pediram-lhe que levasse uma senhora idosa ao trem que ela devia tomar. Ela estava sentada em uma cadeira de rodas. Levou-a para o elevador. Ao empurrar a cadeira com destino ao elevador, notou que os olhos da mulher estavam marejados de lágrimas. Ralston Young quedou-se a seu lado durante todo o tempo que descia para a plataforma. Cerrou os olhos e pediu a Deus que lhe desse uma idéia. Ao empurrar a cadeira para fora, olhando para ela, disse com um sorriso:
___ Madame, permita-me que lhe diga uma coisa. É muito bonito esse chapéu que a senhora usa.
Ela o fitou por algum momento e agradeceu.
___ Poderia ainda acrescentar – disse ele - o vestido também é muito bonito. Dá gosto vê-lo, afirmou ele.
Como mulher, aquilo lhe agradou. A despeito do fato de não se sentir bem, ela se animou com aquelas palavras e perguntou-lhe depois:
___ Por que o senhor me diz palavras assim tão amáveis? É realmente muito gentil de sua parte.
___ Bem, vi o quanto a senhora estava triste. Ao vê-la chorando, então perguntei a Deus como poderia auxilia-la e Deus respondeu-me dizendo que lhe falasse sobre o seu chapéu. A menção que fiz do vestido foi idéia minha.
Ralston Young e Deus, juntos sabiam como distrair o espírito de uma mulher.
___ Não está se sentindo bem? Perguntou ele depois.
___ Não, respondeu ela. Tenho sempre umas dores. Não há meio de me livrar delas. Há momentos em que penso não poder mais suporta-las. O senhor, por acaso, sabe o que significa passar assim o tempo todo sofrendo?
Ralston teve uma resposta para essa pergunta:
___Sei, sim senhora. Perdi um olho que doía dia e noite. Era como se me cutucassem com um ferro em brasa, declarou.
___E parece que o senhor agora vive feliz. Como é que consegue isso?
Entre essa conversa, com sua ajuda, ela já tinha se acomodado em seu lugar no trem. Depois de um breve silencio, ele respondeu:
___Apenas rezando, minha senhora, apenas rezando.
___ A oração, apenas a oração fará com que se eliminem meus sofrimentos? Indagou ela docemente.
___ Bem, talvez não os elimine para sempre, respondeu Ralston. Não direi que os elimine, mas o fato é que sempre ajuda a gente a dominá-los, de modo que tenhamos sempre a impressão que não iremos sofrer muito. Faça suas orações, minha senhora. Eu também rezarei pela senhora.
Os olhos da mulher, agora, estavam enxutos. Ela fitou Ralston, com um belo sorriso encantador a bailar nos lábios. Em seguida, pegou em suas mãos e disse:
___O senhor me fez um, grande bem.
Em seguida, Ralston saiu do trem que partiu, levando aquela senhora até o seu destino.
Após um ano, certa noite, na Grande Estação Central, Ralston Young foi chamado pelo alto-falante para que comparecesse à Seção de Informações. Uma jovem ali o esperava.
Ao deparar com Ralston Young em sua frente, a jovem foi lhe dizendo:
___ Trago-lhe uma mensagem de uma pessoa que já morreu, disse ela com a voz quase embargada. Minha mãe, antes de morrer, pediu-me que o procurasse e lhe comunicasse o quanto o quanto o senhor a auxiliou no ano passado, quando a conduziu ao trem, na sua cadeira de rodas. Mesmo na eternidade, ela irá lembrar sempre do senhor, pelo seu gesto de bondade, amabilidade e compreensão.
A jovem não pode conter-se e as lágrimas vieram banhar seu lindo rosto.
Ralston, após observa-la por alguns instante, disse-lhe:
___ Não chore, linda menina, não chore; faça uma oração de agradecimento.
___ Por que devo fazer uma oração de agradecimento? Perguntou a jovem, surpresa.
___ Porque muitas pessoas ficaram órfãs mais moças do que a senhorita, explicou ele e acrescentou em seguida. A senhorita teve a companhia de sua mãe durante muito tempo. Continuará ainda a tendo. Ela irá vê-la novamente. Ela esta a seu lado agora. Estará sempre a seu lado. Talvez neste momento, esteja bem junto a nós dois.
Cessaram os soluços e as lágrimas secaram. A bondade de Ralston produziu na filha o mesmo efeito que produzira em sua mãe.
Naquela gigantesca estação, as milhares de pessoas que passavam por eles, sentiam a presença de um ser maravilhoso que advinha daquele extraordinário carregador que espalhava em torno de si somente amor.
“Onde houver amor, Deus aí estará”, disse Tolstoi. Poderíamos acrescentar: Onde Deus e o amor estiverem estará aí também a felicidade. Sendo assim, o principio prático para se criar a felicidade é praticar sempre esse sentimento.
Texto extraído do livro: O Poder do Pensamento Positivo” de Norman Vicent Peale Págs 81,82 e 83