COM QUE MÁSCARA VOU?
COM QUE MÁSCARA VOU?
Que máscara devo hoje usar? Essa é uma pergunta que pensei jamais faria a mim mesmo. Que é isso, ego meu? Usar máscara? Pirei de vez? Até parece que não sou nada autêntico! E aquela de ser sempre transparente? Quem por demais é transparente jamais será visto por alguém. Será que é por isso que todos, de algum modo está sempre a usar máscara?
Mas agora devolvo a questão para o leitor. Que máscara está usando hoje? Será que pensar assim é alguma falta de personalidade? Ou seria de caráter? Será que somos, de fato, autêntico? Poderíamos confiar ou inspiramos confiança nos outros? Teríamos nós coragem suficiente para encararmos e respondermos espontaneamente essa pergunta tão incômoda? Vivemos com os pés no chão, ou com a cabeça nas nuvens?
Esse questionamento me sobreveio quando pagava minha cadeira/módulo de psicologia. Estudava sobre caráter e personalidade. A mestra perguntava se nascemos com caráter e ou personalidade. Qual deles vem primeiro, se com ambos nascemos ou adquirimo-los com o tempo. Perguntinha a princípio um tanto embaraçosa visto que não tínhamos conceito formado sobre o assunto em pauta apesar de termos ouvido os termos inúmeras vezes, mas nunca paramos para saber o seu real significado. Isso que costumamos fazer com tantas palavras e calamo-nos para não transparecer a nossa burrecência.
Então, ficamos sabendo conceituar personalidade e caráter. Personalidade deriva-se do Latim "persona", e servia para identificar as máscaras usadas pelos autores/atores teatrais na Grécia antiga. Por extensão, personalidade modernamente significa as máscaras que usamos para interagir no mundo, mudando o modo se sermos visto de acordo o papel que no momento representamos como pai e mãe, marido e mulher, filho ou filha, empresário, empregado, cliente etc. Seja qual for o papel, temos sempre a máscara que nos cai muito bem. Mas ainda há as máscaras que aprendemos a criar e usar no nosso desenvolvimento psicossocial, recém-nascido, criança, adolescente, jovem e adulto. Até os nossos 25 anos experimentamos inúmeras máscaras até descobrirmos qual é a máscara que mais reflete o nosso conteúdo personalístico e é essa que, a partir daí, passamos a oferecer para os nosso social. É certo que muita gente continua na fantasia sem, de fato, definir sua personalidade. Até mesmo eles nem sabem quem são. Descobri que a timidez é mais trágico inibidor de personalidade. Precisamos vencer esse inimigo interior e descobrirmos o que somos, de onde viemos e para onde vamos, a nossa vontade, desejos e sonhos. Aprendermos lutar por eles, sabendo renunciar o que não serve para nada, mas valorizar as virtudes incrustadas, dentre em nós.
Quanto ao caráter, palavra vinda do grego, tem o significado de gravação. Reflete a firmeza moral, sua integridade. É o reflexo de nossa natureza interior. Nossas atitudes, nosso fruto, exemplo refletem o que, de fato somos, apesar da máscara ou persona que estamos a usar, nosso caráter pode ser percebido por quem nos observa. É uma espécie de carimbo que atesta quem somos na realidade. Podemos até mascarar, fingindo sermos diferentes, mas o nosso caráter sempre nos denunciará, mostrando a nossa marca, nossa plaquinha de identidade, nossas digitais do caráter. O caráter está relacionado diretamente com o nosso 'background' (legado cultural tanto social quanto dos laços afetivos de família). Temos muito intrinsecamente arraigados no caráter do nosso legado familiar, hereditariedade, uma verdadeira cultura dentro de outra cultura (Cristão, judaico, português, brasileiro, Esmeraldo, Silva, Ribeiro, Aguiar, Mello, Meneses, Miranda, Ferreira, Rolim, Caldas, Simões, Figueiredo, Albuquerque, Oliveira, Duarte etc. etc.). Todo um somatório de culturas intermináveis tanto locais quanto regionais e remotas. De certo modo há de refletir em nosso caráter.
Discordo das correntes de pensamento que defendem a idéia de que, uma vez forma a personalidade está se torna imutável. Temos sempre a oportunidade de mudar. E, se podemos mudar, escolhamos então que seja para melhor. O caráter talvez, parte dele não o consigamos, mas, naquilo que depender de nós certamente podemos e dever mudar e melhorar a cada dia. Se isso for impossível para muitos, temos uma solução. O Senhor é o Deus do impossível. Ele nos adverte através de Sua Palavra que devemos refletir o caráter de Cristo (“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Efésios 4:13 ). Isto é, adquiramos o Caráter de Cristo. Seja esse nosso alvo. Não nos cansemos de buscar a presença do Senhor. Busquemo-LO enquanto pudermos encontrá-LO. Ele está sempre pronto a nos ajudar a sermos melhores do que pensamos ser. Ele pagou um altíssimo preço ao dar Seu Único Filho para resgate de cada um de nós. Tê-LO como amigo pessoal, Pai, Redentor, Salvador, sem dúvida, é a melhor opção.
“Vinde a Mim todos vós que estais cansados Eu vos aliviarei”. Esse é o chamado. A decisão é toda sua.
João Bosco Rolim Esmeraldo
Missionário Evangélico