UM TELEFONEMA

Tudo que nos pertence é um empréstimo que nosso Pai nos oferece e espera que sejamos dignos dele.

Não é fácil seguir nosso designo, nossa missão, as dificuldades aparecem mas seguir em frente é necessário.

A tarefa traçada pelo pai, de ajudar um irmão debilitado é majestoso, mas somente com o seu poder e sua graça é obtido a grande dadiva.

Em uma tarde ensolarada o telefone tocou. Atendi. A jovem senhora aflita não se contia e em pranto solicitava a ida até sua casa. Dizia que os pais tinham chegado de Belo Horizonte onde o pai se encontrava eternado. Coloquei-me a disposição para ir visita-los. Pouco tempo depois o carro parou em minha casa, comigo eu levava meu evangelho e prece de CARITAS (Sempre me acompanham).

Cheguei e entrei no quarto, duas camas estavam dispostas uma ao lado da outra. A mãe deitada estava com a fisionomia abatida e com o crucifixo enrolado ao braço o que observei com alegria. Solicitei que deixassem-nos a sós. O pai estava pálido, olhar parado, uma cadeira ao lado destacava a grande quantidade de remédio.

Comecei a conversar com o Sr. José. Entendi sua resistência. Sentei ao seu lado na cama e peguei suas mãos, não me olhou. Lhe falei sobre a bondade de Deus com seus filhos. Mas sempre o Sr. José repetia a mesma coisa, não posso andar, não posso comer, não posso ... Neste momento exaltei sua vida, seus filhos, sua mulher, o poder da fé, a maravilhosa oportunidade que Deus nos dá de pedir o perdão e dar o perdão a todos que caminham conosco. Seus olhos agora me olhavam. Senti um amor imenso naqueles olhos cansado e confusos. Perguntei se gostaria de ouvir uma prece e ele fez um aceno que sim. E orei. Ao terminar seus olhos choravam. Oramos agradecendo a Deus aquela oportunidade de estarmos todos juntos com o mesmo proposito. Me despedi e lembrei a ele que tomasse todos os remédios que o medico lhe receitou.

Voltei por mais quatro vezes a visita-lo. Se encontrava mais confiante e sua mulher sempre ao seu lado confiante era sua forte escudeira.

Infelizmente nossa missão tem muitas incompreensão e por termos mais compreendimentos temos que respeitar pois cada um tem suas ilimitações.

Fiquei sabendo que tinham voltado para a cidade dele, e que estavam bem.

Dias depois eu conversava com Deus e pedia que me fortalecesse e me ajudasse a superar as ... Comecei a me recompor.

Um dia depois a tarde o telefone tocou, uma voz ao longe dizia:

- "É ôce Izabel?" Conheci aquela voz, era a mulher do Sr. José, voz tremula vergonhosa me pedia desculpa por ter ligador. Era telefone público tinha dificuldade em ligar, conversar. Foi ajudada por alguém. Aquela senhora com toda a sua simplicidade agradecia pelas orações e pedia para que não esquesse deles. Envie um forte abraço para o Sr. José e me propus a estar sempre pronta a receber seus telefonemas.

Ela não sabe, mas eu sei que aquele telefonema reconstituiu minhas forças. Com certeza a mão do criador estava ali.

Izabel Teodoro
Enviado por Izabel Teodoro em 06/06/2010
Código do texto: T2303266
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.