Ainda que a figueira não floresça

Fazer um jardim diversificado assegura que, a qualquer época do ano, se vejam flores em árvores ou arbustos. A azaléa, a moréia e o jasmim, por exemplo, têm o ápice de sua floração em julho, ainda em pleno inverno.

Também nessa época algumas espécies de árvores, como a pata-de-vaca e o ipê-roxo, colorem praças e até cemitérios, formando verdadeiros tapetes de flores que se desprendem e caem pelas ruas e calçadas.

No jardim lá de casa não é diferente, a qualquer mês do ano alguma árvore ou canteiro nos brinda com suas surpresas.

Mas, apesar disso, no inverno o espaço, como um todo, fica com a beleza comprometida pela secura do gramado e a escassez de folhas na maioria das árvores. Algumas chegam a ficar como mortas e assustam os “jardineiros” menos avisados, que já as dão por perdidas.

É uma lição de paciência e esperança. Assim como a filha de Jairo, elas “apenas dormem”. Gosto de passear pelo terreno e trazer Habacuque à memória:

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide;
o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento...
todavia eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.”

Hoje eu me alegro de olhar a figueira vazia, porque sei que, tão certo quanto o sol se põe e no dia seguinte volta a aparecer, tão certo quanto a lua passa por todas as suas fases num período de 4 semanas, ao inverno suceder-se-á a primavera, que encherá o jardim de folhas novas, flores e frutos.

É a maravilhosa provisão divina, com seu ciclo de descanso, carência, exuberância e vida!
Talita Ribeiro
Enviado por Talita Ribeiro em 04/06/2010
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