REDES ROTAS

REDES ROTAS 10.04.10

“Faze-te ao mar alto, e lançai as redes...” (Lc 5:4b). Parece uma ordem estranha, principalmente partindo de alguém pressupostamente leigo no assunto, dada a pescadores profissionais que acabara de voltar de uma frustrada pescaria. Como você agiria diante de uma sugestão feita por alguém aparentemente leiga? Provavelmente eu riria na cara. No entanto, aqueles pescadores, perceberam em Jesus alguém muito especial e reconheceram a autoridade dele, ao que, imediatamente retornaram ao mar e fizeram exatamente como o Mestre lhes ordenara. O resultado foi uma pesca extraordinária. As redes se encheram com tantos peixes ao ponto de se romperem. É provável que tenham escapado muitos peixes. Mesmo assim, o resultado da pesca encheu dois barcos que, de tão cheios e pesado, por pouco não foi a pique.

Vemos a importância de recebermos ordem do Senhor e executá-la conforme sua orientação. O sucesso é garantido. Não há perda de esforço, pois ele sabe exatamente onde e quando e como lançar a rede. Mas é necessário que nossas redes estejam em perfeitas condições de uso para suportarem o peso e a pressão do resultado da pesca. Do contrário, o 'turnover' (transbordo ou rotatividade) será constante em nossas Igrejas. Nossas pregações ou programas, mesmo bem elaborados e ou gerenciados não serão capazes de manter os membros nas Congregações, não importa a metodologia de trabalho aplicada. Conheço Igrejas ou Congregações que enfrentam esse tipo de problema; em praticamente todas as programações há um número considerável de decisões. Entretanto a alta rotatividade chega ser gritante. Por que será que isto tem ocorrido com certa freqüência?

Precisamos aprender com o Mestre. Se observarmos o ministério de Jesus, perceberemos que ele investiu profundamente no caráter de cada um deles no período de três anos. O Senhor dedicou esse tempo ensinando, tratando, dando-lhes o exemplo. Na primeira pesca que o Evangelho de Lucas descreve, ainda no princípio do discipulado, houve a ruptura das redes porque estavam rotas. A lição que podemos tomar é que antes de partirmos para o ministério precisamos consertar nossas redes, ou adquirirmos novas redes com o Senhor da obra.

Precisamos nos submeter a um discipulado, de modo que nosso caráter seja moldado, transformado. O nosso modelo é Cristo. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. ” (II Cr 5:17). De fato tudo tem que ser novo. Precisamos nos submeter a um programa de discipulado, de tratamento das falhas do nosso caráter. A verdade seja a nossa prática. Ef 4:27-32 nos orienta que “Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. É uma mudança radical, um giro de 180 graus. Uma inversão de direção.

Primeiro, Paulo nos orienta a não darmos lugar ao diabo. Como? Mudando de hábito, de atitude. Isso não é fácil, mas totalmente possível. Detectemos em nós toda e qualquer atitude que possa ser manipulada pelo diabo. Geralmente isso é invisível para os outros, mas nós sabemos exatamente o que é. São a maledicência, mentira, furto, ociosidade. Precisamos combatê-los com o seu oposto para os anularmos: Falar sempre a verdade, trabalhar com as mãos, afugentando assim a ociosidade, dando lugar ao labor para que tenhamos não somente para nós, mas também para podermos ser generosos com os que necessitam.

Segundo, bendizer sempre afasta de nós a maledicência, a palavra torpe (impura, maldosa, com intenção de ferir ou maldizer). Falemos pois somente aquilo que pode trazer edificação para que os que nos ouvem sejam agraciados. Evitemos comentário ou brincadeiras desagradável que possam minar a comunhão entre irmãos. Há brincadeiras de aparência inocente, mas o seu fruto é mortal, pois fere interiormente e quebra relacionamentos e impede o exercício da Unidade do Corpo de Cristo.

Terceiro, evitar toda amargura, ira, cólera, algazarra, blasfêmia e malícia. São essas coisas que entristecem o Espírito Santo de Deus e devem ser estirpadas de nosso meio. Estas e as citadas no item anterior são as principais causas da saída de muitos membros de suas congregações. Alguns ainda encontra apoio em outras congregações. Mas, há aqueles que se decepcionam de tal forma que dificilmente voltam ao convívio da Igreja, saindo com que vacinados contra o Evangelho.

Quarto e último ponto, a Palavra nos incentiva a antes sermos uns para com os outros benignos3, misericordiosos4, e a perdoarmos uns aos outros, como também Deus nos perdoou em Cristo. Misericórdia, amor são o vínculo da perfeição. O Senhor quer que sejamos misericordiosos, como ele o é. Se quisermos gozar da misericórdia de Deus precisamos exercitar essa qualidade, pois assim ele será misericordioso para conosco. Precisamos aprender a perdoar uns aos outros.

Ouvi certo obreiro confessar que não sabe perdoar. É uma pessoa que serve até demais a sua membresia. Mas se alguém o decepcionar, ele nunca mais consegue perdoar esse tal. Assim como este, muitos outros nas diversas Igrejas têm o mesmo problema ou outra falha qualquer no seu caráter. Suas Igrejas funcionam como o caso das redes rotas. Se passarmos mais de dois meses sem ir a estas Igrejas, quando formos é capaz de encontrarmos mais da metade dos membros desconhecidos por causa da saída destes ou para o mundo, ou outra denominação. Ou então, a gente visitar uma congregação e pensar que está noutra dado o grande número de membros que migraram daquela para essa denominação.

Precisamos para e fazer uma auto-análise. Pedir a Deus que nos mostre através do seu Espírito o que precisamos mudar e que área precisa ser trabalhada e curada para podermos dar frutos sadios e permanentes para o Senhor. A gente só se reproduz nos que é. Se ferido, discípulos feridos. Se vingativo, seguidores vingativos. É melhor que aprofundemos essa análise já, sem demorarmos, sem perder mais tempo e voltemos aos estaleiro do Senhor, coletemos à olaria de Deus para que ele nos quebrante e faça de nós vasos para honra, para glória do seu nome.

Consertemos, pois nossas redes e partamos para a missão de evangelizar, ganhar e discipular aqueles que o Senhor nos enciar para cuidarmos e os batizemos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Assim termos, de fato e com eficácia cumprido o IDE do Senhor, para a glória ded Deus Pai. Maranata! Vem, Senhor Jesus!

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 10/04/2010
Reeditado em 31/08/2010
Código do texto: T2187987
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.