SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS
Bom dia, minha querida amiga!
Não sinto raiva de "vocês", espíritas, e jamais sentirei. Esse "nós", espíritas que você usou em seu comentário soa como se espíritas fossem uma classe que eu me ocupo em perseguir maldosamente. Bem pelo contrário, não persigo, apenas argumento e contra argumento. Aliás, muito já contei do quanto tenho estado envolvido com espíritas. Muitos de meus amigos são também espíritas e jamais deixarei de amá-los por o serem e no convívio comum jamais fiz qualquer distinção de pessoas e para mim não faz diferença o que crêem, exceto que respondo ao impulso sentimental e moral dado por Deus de ajudá-los a não perder seu tempo com uma obra inútil, que não lhes produzirá o resultado que imaginam. Bem pelo contrário, pensando que andam para a luz, caminham a passos largos para a morte eterna. E minha obrigação em argumentar é para guiar a todo que eu puder para a Luz Verdadeira, o verdadeiro Cristo, pois os espíritas são filhos de Deus e tenho sido ensinado desde pequeno na Igreja Adventista do Sétimo Dia a amar todos os filhos de Deus, o que até os bandidos são, como eu também sou, quanto mais são os espíritas. E, de fato, amar as pessoas e encontrar razão para tudo o que elas fazem sempre foi meu intuito.
Uma das minhas cunhadas, cujo nome não direi, irmã da minha esposa, é espírita e eu jamais comecei a entabular qualquer coisa quanto ao espiritismo com ela, pois ela não tolera nada que lhe contradiga a crença e eu já fora advertido disso muito antes de conhecê-la. Essa irmã da minha esposa, que pratica a caridade com vistas em merecer o perdão dos seus pecados, como ensina o espiritismo cardecista, não tolera seu marido e se ele pergunta que horas ela voltará para casa ela responde energicamente que ele sabe muito bem se virar e que não lhe interessa a hora que voltará. Minha esposa e as outras irmãs dizem que ela sempre foi assim, independente, e que muito antes de ser espírita não tinha consideração pelo marido, deixando-o em último lugar e não tendo consideração por seus sentimentos ao passar a maior parte do tempo distante e responder-lhe sempre com agressividade quando está perto. Todavia, ela é um amor para com os estranhos, sendo meiga, pacífica e compreensível e tendo também uma contraditória (do ponto de vista espírita cardesista) consciência da existência de satanás.
O fato, porém, de essa minha cunhada ter sido independente e despreocupada para com o marido desde antes de ser espírita me diz que não é o espiritismo que imputa-lhe conduta intolerante e agressiva, mas também me mostra que a mudança de caráter no espiritismo é fraca e que muitos dos espíritas contêm-se por formalidade, com vistas em cumprir o preceito a fim de alcançar o mérito e não por amor. Todavia, a Bíblia diz que o perdão “é dom de Deus, que não vem de nós para que nenhum de nós se glorie”. Ou seja, para que ninguém se ache mais merecedor que os outros.
Aliás, meu ex-cunhado, que levava muitas pessoas após si com sua serenidade (aparentemente bem maior do que a minha) para o espiritismo, há mais de dez anos pleiteia na Justiça contra a irmã dele para deserdá-la completamente. Inclusive, sei que ele tem encomendado “trabalhos do mal” para prejudicá-la, coisa que pessoas do meio familiar e amigos pertencentes as religiões místicas já denunciavam há bem mais de dez anos, quando, dizem, ele mandou sacrificar um cabrito para que seu pai morresse, porque ele se negava a deserdar a filha em favor do filho. E, diga-se de passagem, ele era (não sei se continua sendo) cardecista, frequentador do centro espírita. Todavia, sei que seu tipo de conduta (mentiroso, dissimulado e não confiável) não é o padrão de conduta dos espíritas cardecistas. Entretanto, me parece que para quem lida com misticismo o misticismo, embora negro, não é muito estranho.
Quanto a caridade espírita, o pai do meu amigo diretor de um centro espírita em Porto Alegre dizia-se contra o tirar de uns para dar aos outros, referindo-se a ajuda humanitária que visa tirar do próprio bolso para dar esmolas e socorrer com os próprios bens a quem necessita, sendo que ele dizia que a provisão de alimentos e roupas aos carentes é obrigação do Estado. Dizia isso apesar de ser muito rico e apesar de ser espírita havia muitos anos. Jesus disse que jamais deveríamos virar as costas para as viúvas e os órfãos e nossas esquias estão repletas de órfãos de pais e mãe e da sociedade.
Em certa oportunidade, ouvi o mesmo líder espírita (pai do meu amigo) dizer a alguém que a medicina com médicos do plano material era totalmente desnecessária em vista de existir a medicina do plano espiritual, que ele quis dizer que é eficiente enquanto a outra é falha. Outro dia, porém, questionei-lhe porque os médicos do plano espiritual não lhe tinham feito as três pontes de safena que lhe salvaram a vida. Ele argumentou que os médicos do plano espiritual tinham operado através dos médicos do plano material. Ora. Mesmo que isso seja verdade, quem lhe fez a cirurgia foram os médicos do plano material, usando instrumentação e remédios do plano material e isso é que de fato o curou. Todavia, embora me reste apenas a Bíblia (que ele não conhece, mas refuta, apesar de ser também judeu) pra argumentar que os médicos do plano espiritual não são médicos e não atuaram através dos médicos do plano material, é fato que esses médicos do plano espiritual não lhe tinham ensinado a prevenir as doenças, especialmente as do coração, deixando de consumir gordura animal e poli-saturada, o que ele, bem como seu pai e avó consumiam e pelo que morreram do coração. Entretanto, desde os patriarcas do judaísmo, a Bíblia ensina isso.
Os espíritas costumam dizer taxativamente, com base na autoridade pessoal, que esse negócio de perdão de graça (que a Bíblia prega através da morte substitutiva de Cristo) é um incentivo para a reincidência. Uma colega do Recanto das Letras até comentou em um meu texto que se o perdão é de graça não se exige nada em troca. Disse isso apesar de saber (porque expliquei) que Deus não nos exigiu nada em troca pelo perdão de nossos pecados e o preço que devíamos pagar Ele mesmo pagou. Todavia, ao perdoar-nos sem exigir nada, Jesus depois diz: "Vai e não peques mais", para que não mais tenhamos culpa a nos deprimir. E esse “vai e não peques mais” não é exigência de Jesus para conceder o perdão. Ao contrário, é uma recomendação que Ele dá após conceder o perdão, pois quando disse “vai e não peques mais” já tinha concedido o perdão.
Todavia, alguns espíritas têm certeza de que o perdão de Deus não é de graça, bem como ele é um incentivo para a reincidência. E, quando sentenciam (que esse negócio de perdão de graça é um incentivo para a reincidência), argumento que utilizam sempre, anulam os outros argumentos dos crentes. Não que esse argumento seja forte, mas porque de aí para adiante eles fecham seus ouvidos.
Apesar de que minha cunhada espírita não tolera ser contrariada, sei que os espíritas são pessoas tolerantes, mas numa discussão contra o espiritismo logo utilizam palavras chave como preconceito e atribuem ao oponente descontrole emocional, fundamentalismo, fanatismo, raiva ou qualquer coisa assim anulando seus argumentos. O único dos meus amigos espíritas que jamais usou desses artifícios foi justamente o arquiteto (meu ex-patrão) que dirigia um centro espírita. Este, aliás, leu muitos dos livros que emprestei para ele e me pedia comumente para falar-lhe da ressurreição dos mortos conforme descrito na Bíblia, dizendo que isso o fascinava muito. Quando ele me solicitava isso, com todo prazer eu sentava-me em frente a sua escrivaninha e descrevia-lhe a identidade ilesa do ressurreto, sendo que ele poderá escrever um livro de sua vida passada após ser revivido. Ao contrário da reencarnação, onde nos contam o que fomos na suposta vida anterior, mas não temos lembrança de nada, a não ser de algo confuso que os guias espirituais se pegam para provar que tivemos vidas passadas. Isso é como se tomar uma cédula de cinco reais de uma pessoa adulta oferecendo-lhe duas de um. Ela só aceita de não raciocinar. E, falando em Ciência para comprovar o espiritismo, a estudar o subconsciente humano, os cientistas já muito bem explicaram a produção das lembranças aparentemente estranhas que os espíritas dizem que são lembranças de vidas passadas.
Quanto ao defender o ponto de vista atribuindo ao oponente intolerância, raiva, agressividade e descontrole emocional é comum a muitos espíritas, bem como é comum a muitas pessoas que não possuem ou não querem desenvolver argumentos para refutar a retórica oponente. Todavia, tenho percebido essa característica em indivíduos que não querem reconsiderar seu posicionamento, especialmente aqueles que não tem firme convicção do que crêem, pois os firmemente convictos não temem que declinarão de sua fé ao apreciar um argumento contraditório, sendo que então examinam todos os argumentos, podendo assim fazer a escolha realmente livre.
Costumo dizer que escolhas onde não há opção ou não se examinam as opções não são escolhas livres. A pessoa somente aceitou o que se ofereceu porque não tinha opção para contrabalançar. Sendo assim, os espíritas que não examinam a Bíblia com o mesmo afinco que lêem os livros espíritas que confirmam partes da Bíblia, mas refutam outras, não estão escolhendo o espiritismo de forma livre, pois não examinam os argumentos contraditórios. E, sendo assim, sua escolha não é livre.
Na festa de Bar-Mitzvá do filho mais novo de meu amigo arquiteto judeu espírita, o mesmo que foi meu patrão, fui apresentado a uma linda mulher e de uma boa conversa com a qual sentei à mesa e logo entabulamos assunto filosófico inteligente, a meu ver. Para minha surpresa, porém, logo depois das primeiras ponderações, talvez achando minha conversa inteligente, ela me perguntou o que eu achava do espiritismo. Súbito pensei porque, sendo que eu tanto combatia o espiritismo, me apareciam somente pessoas espíritas para serem meus amigos. Todavia, não falei isso. Apenas perguntei-lhe se ela já tinha pensado no seguinte: Sendo que os espíritas explicam que a reencarnação dá-se como forma de a pessoa fazer certo na vida presente o que errou na vida passada (sendo isso uma lição que visa um aprendizado), onde estaria a didática se a pessoa não sabe no que errou na vida passada? Seria didático se repreendêssemos ou castigássemos uma criança por um erro que ela nem sabe que cometeu? Como ela poderia fazer certo se ela, por não saber em que errou, não sabe também em que agir agora corretamente?
Admirada, ela apenas me respondeu que jamais tinha pensado por esse ponto de vista. E então começou a participar das conversas das outras pessoas não dando mais atenção particular para mim.
Ora, minha querida, amo tanto os espíritas que outro dia gastei três horas elaborando uma resposta para ti com vista em provocar em você uma reação que a leve à Bíblia, que é a original Palavra de Deus. E você para mim, bem como todos os espíritas, é tão cara que gastei esta manhã de segunda-feira inteirinha redigindo esta resposta ao seu comentário em meu texto A BÍBLIA DESAUTORIZA O ESPIRITISMO. Quem não gosta das outras pessoas é que não dá-lhes atenção. Entretanto, como já falamos na vez em que me enviaste um e-mail maravilhoso, meu objetivo não é de nenhuma forma agredir suas convicções e tampouco humilhá-la, mas somente induzi-la a única e verdadeira fonte de espiritualidade – Jesus, a Rocha da água viva. E fico triste de ver que o que consegui foi apenas te magoar, pois não me sinto magoado quando as pessoas contra-argumentam meus argumentos. Aliás, sinto-me incitado a buscar mais conhecimento, especialmente examinando suas fontes. Pois é através da leitura, do ouvir, do discutir, bem como do argumentar e contra-argumentar que se produz conhecimento e somente o conhecimento nos leva a sabedoria e a sabedoria é que faz com que nossas escolhas sejam realmente livres.
Infelizmente, porém, vejo você saindo da mesa do conhecimento com argumentos neutros. Todavia, não vou desistir de terminar a série sobre Cristo e Sua morte na cruz que comecei a redigir especialmente para você, da qual o texto A BÍBLIA DESAUTORIZA O ESPIRITISMO é um subtítulo e da qual já escrevi outros seis artigos.
Tudo de bom e que você encontre a verdadeira luz.