EM FAVOR DOS VIVOS SE CONSULTARÃO OS MORTOS?
A pergunta ao final de Isaías 8;19 possui tom de pasmo. Deus parece negar-se a admitir que seres inteligentes, criados por Ele a Sua imagem e semelhança, chegam à irracionalidade de consultar os mortos em favor de vivos. Essa passagem só já é mais do que suficiente para dar a perceber quão baixo grau de intelectualidade cai-se ao aceitar-se a incoerência de consultar seres que não são, que não têm capacidade de perceber o mundo em volta, que não possuem vontade, tampouco sentimento, o menor vestígio de consciência, etc., – consultando-os em favor de pessoas vivas, que têm consciência e que tudo pedem. Ora, o que Deus diz com essa sentença de Isaías é que, assim como é insanidade pedir ao martelo (um objeto sem vida, sem consciência e sem vontade) que se ponha em nossa mão e nos mova a usá-lo, é irracional presumir que mortos têm conhecimento de alguma coisa, que podem algo ou se importam com o que quer que seja. A Bíblia diz que os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, pois seu ódio, amor, conhecimento, enfim, jaz no esquecimento.
E a morte resulta justamente da deterioração da vida (o que fazemos a todo tempo ao agredir nossa natureza com nossos vícios e maus procedimentos), pelo que Deus disse a Adão e Eva ainda no Paraíso, antes que pecassem, que no dia em que rompessem com a coerência (com o equilíblio) certamente morreriam. Portanto, a morte surge como resultado cumulativo de práticas erradas. Todavia, o inimigo de Deus iludiu a Eva garantindo-lhe que mesmo que contrariassem a continuidade, a plenitude, a coerência, não produziriam sua morte e através do espiritismo e crença no estado consciente dos mortos ele trata de garantir ainda hoje que, embora deteriorando o corpo e ele morrendo, a morte não resulta de nossos atos inadequados, mas de uma força além da nossa vontade, pelo que na morte continuamos vivos, contrariando diretamente a advertência amorosa que Deus nos deu querendo preservar nossa eternidade.
Aos que dizem que a Bíblia apóia o espiritismo, o verso 19 de Isaías 8 esclarece que Deus abomina a necromancia, bem como a adivinhação. Ele diz: “(...) acaso não consultará um povo a seu Deus?” Ou seja, por acaso precisa um povo consultar coisas obscuras (coisas que não são nada), quando esse povo dispõe de um Deus de verdade, que tem poder para criar, para recriar e para sustentar, sabendo também tudo, podendo antecipar os acontecimentos do futuro e dar resposta para tudo? Ora, isso quer dizer que consultar mortos é como consultar pedras – absolutamente inútil e sem sentido.
Alguém perguntaria, porém: “Como assim, inútil e sem sentido, se no centro espírita falei com uma pessoa morta que eu conheci em vida? Entretanto, também tive contato com alguém que se parecia com meu tio mais velho, que entrou em nossa sala, andou pelo corredor do casarão a um metro à minha frente e a frente do meu tio mais novo, abriu e fechou a porta que um segundo depois eu meso girei a maçaneta, mas ninguém no recinto além da mesma porta o viu entrar. Poderia então presumir que ele tinha morrido, mas meia-hora mais tarde um táxi chegou com ele muito alcoolizado, sendo que naquele mesmo dia ele saíra sedo para passar a semana a pescar no rio distante.
Portanto, o espírito que nos apareceu não era o de meu tio, pois ele estava vivo, mas era um espírito de demônio, um dos milhões de anjos que Lúcifer arrastou com ele à terra em sua rebelião no céu.
Aos que dizem que a palavra espiritismo não existe na Bíblia, afirmo que, embora não se possa encontrar a palavra em toda a Bíblia, o conceito espiritismo existe sim e está bem claro, pois a doutrina do espiritismo sempre foi a imortalidade da alma e o estado consciência dos mortos. Todavia, a Bíblia prontamente contradiz essa doutrina esclarecendo que não existe consciência no mundo dos mortos (Eclesiastes 9:5 a 10) e que as almas são mortais, todas elas, sendo que todas as almas morrem porque todas pecaram, Ezequiel 13:18 e 18:4.
E para os que dizem que Moisés e os profetas eram médiuns, eles não eram, pois médium é aquele que permite ao espírito tomar posse de seu corpo e utilizá-lo ao seu bel prazer, o que o Espírito de Deus jamais fez para inspirar os profetas, que recebiam a inspiração, mas não psicografavam Deus, mas escreviam com suas próprias palavras, prova é as diferenças de linguagem entre um profeta e outro, embora que haja coerência entre todas as Escrituras. Por outro lado, a Bíblia condena veementemente todo tipo de prática de adivinhação e consulta aos mortos, que na verdade são os espíritos de demônios dos anjos caídos. E, para que ninguém se confunda, ela traz o nome usual dessas práticas ainda hoje, desde a cartomante, passando pela a feiticeira e médiuns, tratando-os simplesmente como abominação. Samuel 19:3 e 9, Jeremias 27: 9 e 29:8, Zacarias 10:2, II Reis 21:6, 23:24 e Isaías 8:19.
Portanto, Jesus não está de nenhuma forma em acordo com espiritismo, nova era e crenças obscuras, sendo que Ele morreu na cruz em pagamento por nossos pecados, pois por eles devíamos morrer e por causa deles mesmos nunca mais poderíamos ressuscitar. Entretanto, por ter morrido inocente (sem ter pecado e produzido morte para Si), Jesus pagou por nossos pecados nos propiciou sermos ressuscitados para a vida eterna no dia em que Ele voltar a essa terra para buscar aqueles que reconheceram que o pecado produz morte e aceitaram os méritos de Jesus na cruz para o perdão de seus pecados, aceitando também lutar com a ajuda do Santo Espírito de Deus para não mais pecar.