“O Amor é o que o amor faz!”

“O Amor é o que o amor faz!”

O que pode haver de verdade nesta frase? Aprendemos que o amor é um sentimento. Que deve estar ligado ao que sentimos. Que ele seja inerentemente emotivo. Assim sendo ele dependerá de nossas emoções para efetivar-se? Em quais circunstâncias ele poderá ser real?

Podemos estar diante de um paradoxo. Amar seria algo ligado apenas a nossa vontade e desejo? Então haveria situações em que ele seria inadequado? Como poderemos amar aquilo que não gostamos? Como poderemos demonstrar amor a quem não “merece”?

Nossa língua não define o amor em suas mais variadas manifestações (trataremos deste aspecto posteriormente). Amar é algo que é não tão simples assim. Porque não é uma experiência de troca muitas vezes, isto é, não deve ser levado por esse prisma. Se amarmos aqueles que nos amam, que recompensa teremos? (Lucas 6,32) Há uma grande diferença entre vontade e necessidade. Talvez nós não estejamos dispostos amar alguém, não sentimos esta vontade. Com certeza, neste particular entra a parte do mandamento divino que devemos amar. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Romanos 13.8

Surge a necessidade de amar. Esta é uma necessidade que não percebemos com facilidade. Precisamos amar o outro. Não pelo que é ou faz. Nem porque é uma questão de sentimento. Você seria obrigado a ter sentimentos afetuosos por alguém que matou alguém querido seu? Não acredito que seja exatamente assim. Porém, como o amor é ação, é algo real e sacrifical. Ele nos levará a ter outra atitude com este ser que nos feriu. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.44)

Neste sentido amar é uma atitude. Um comportamento no qual nós não desejamos ou fazemos ações que venham a prejudicar, somente a beneficiar, até mesmo aqueles que nos fizeram o mal. “Fazei bem aos que vos odeiam!” Seria isto possível? “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Romanos 13.10)

Sem a sua verdadeira fonte o amor não pode surgir, é algo que não vem por acaso, não é comparado a nenhuma atitude meramente humana. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. (I João 4.8) E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. (I João 4.16) O amor é tão complexo em seus significados, mas tão prático que Jesus o colocou como um mandamento. Quem sabe ele não comece a acontecer na práxis justamente pelo seu exercício!!! A Palavra de Deus nos diz que se não conseguimos amar, então não temos nenhum conhecimento verdadeiro de Deus, pois a fonte que Ele é emana amor.

Diante destes questionamentos, é certo dizer que o amor é mais do que sentimos? Que ele não pode se limitar aquilo que pensamos, imaginamos ou vivenciamos de acordo com as nossas experiências? Segundo Paulo o amor pode ser efetivo mesmo sem haver uma recompensa por sua doação. Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. (II Coríntios 12.15) Aqui surge o amor sacrifical. Que exige muito mais do que afinidade, mais do que posições compatíveis. Havia algo inversamente proporcional, enquanto Paulo se doava com sacrifício em prol aos irmãos, estes, porém, demonstravam cada vez menos atenção, apreço, amizade, afeição, companheirismo, gratidão pelo que o apóstolo fazia. ( Continua)

Luciano Costa