LITURGIA DA PALAVRA (Missa do próximo domingo dia 14 Março 2010

LEITURAS QUE SERÃO PROFERIDAS NO MUNDO TODO NAS CELEBRAÇÕES DAS SANTAS MISSAS NO PRÓXIMO DIA 14/03/2010

FONTE: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

4º DOMINGO DA QUARESMA.

Irmãos e irmãs, neste Domingo da Quaresma, chamado “Domingo da alegria”, somos convidados por Jesus a acolher a misericórdia divina como um caminho profundamente marcado pela alegria do perdão. Deus é como o pai que acolhe com festa o filho ingrato que esbanjou os bens irresponsavelmente, mas voltou arrependido. Iluminados por esta lição, devemos construir a cultura do perdão, que põe em relevo o arrependimento e minimiza o ressentimento. Isso criará um clima propício à construção de uma economia fraterna, onde os bens sejam produzidos e repartidos solidariamente.

***

O amor e o perdão se conjugam intimamente na vida cristã. Ouçamos com atenção:

PRIMEIRA LEITURA (Js 5,9a.10-12)

Leitura do Livro de Josué.

Naqueles dias, (9) o Senhor disse a Josué: “Hoje tirei de cima de

vós o opróbrio do Egito”.

10 Os israelitas ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa

no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó.

11 No dia seguinte à Páscoa comeram dos produtos da terra,

pães sem fermento e grãos tostados nesse mesmo dia.

12 O maná cessou de cair no dia seguinte, quando comeram dos

produtos da terra. Os israelitas não mais tiveram o maná.

Naquele ano comeram dos frutos da terra de Canaã.

- Palavra do Senhor.

T. Graças a Deus.

SEGUNDA LEITURA (2Cor 5, 17-21)

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.

Irmãos:

17 Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho

desapareceu. Tudo agora é novo.

18 E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo

e nos confiou o ministério da reconciliação.

19 Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo,

não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a

palavra da reconciliação.

20 Somos, pois, embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que

exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos:

deixai-vos reconciliar com Deus.

21 Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado

por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.

- Palavra do Senhor.

T. Graças a Deus.

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (CD XIV Fx 12)

Honra, glória, poder e louvor, * a Jesus, nosso Deus e Senhor!

O filho ainda longe, o Pai o avistou * e correu-lhe ao encontro, abraçou-o e beijou!

EVANGELHO (Lc 15, 1-3.11-32)

P. O Senhor esteja convosco.

T. Ele está no meio de nós.

P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

T. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, (1) os publicanos e pecadores aproximavam-se

de Jesus para o escutar.

2 Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus.

"Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.

3 Então Jesus contou-lhes esta parábola:

11 "Um homem tinha dois filhos.

12 O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da

herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles.

13 Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu

e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida

desenfreada.

14 Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande

fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.

15 Então foi pedir trabalho a um homem do lugar,

que o mandou para seu campo cuidar dos porcos.

16 O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos

comiam, mas nem isto lhe davam.

17 Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai

têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome.

18 Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe:

‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; (19) já não mereço ser

chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.

20 Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava

longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao

encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos.

21 O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti.

Já não mereço ser chamado teu filho’.

22 Mas o pai disse aos empregados:

23 ’Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho.

E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um

novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete.

24 Porque este meu filho estava morto e tornou a viver;

estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.

25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de

casa, ouviu música e barulho de dança.

26 Então chamou um dos criados e perguntou o que estava

acontecendo.

27 O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o

novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.

28 Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo,

insistia com ele.

29 Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos

anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me

deste um cabrito para eu festejar com meus amigos.

30 Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com

prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.

31 Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo,

e tudo o que é meu é teu.

32 Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu

irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi

encontrado’”.

- Palavra da Salvação.

T. Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO

Hoje é Domingo, dia do Senhor e aqui estamos para juntos, vivermos sua Palavra. Já estamos, praticamente, na metade do período da quaresma. Mais três semanas e estaremos comemorando o dia da salvação, o dia da Páscoa do Senhor.

O Domingo de Páscoa é o grande dia para o cristão, o grande dia para a humanidade. O Pai, como prova de seu infinito amor, entregou seu próprio Filho para nos salvar. O Filho, vencendo a morte, voltou ao Pai e tornou real o seu sonho de reconciliação.

Neste evangelho vemos que bastou ter de volta um único filho para o pai fazer uma grande festa. Imagine então como será a festa de Deus Pai para receber seus milhares de filhos. Mais que uma túnica, mais do que um anel e uma sandália, vai receber amor e carinho o filho que se arrepender, pedir perdão, e voltar. Será recebido de braços abertos e com muita alegria.

Os fariseus e os mestres da lei viviam observando e seguindo os passos de Jesus, para poder acusá-lo. E, para não fugir da rotina, no episódio de hoje, eles criticam Jesus por acolher pecadores e por comer com eles.

Para explicar porque veio, e para demonstrar a infinita misericórdia de Deus, Jesus conta a mais bela e comovente parábola de todo evangelho. Apesar de chamar-se a parábola do filho pródigo, nós não vamos analisar o comportamento do filho, mas sim a atitude do Pai. Esta passagem devia chamar-se a parábola do Pai misericordioso.

O filho mais novo representa cada um de nós, assim como, o comportamento do irmão mais velho tem tudo a ver com o nosso modo de ser. Somos humanos e por isso, chegamos até achar normal sua reação. No entanto, é quase impossível entendermos o amor desse Pai logrado, ludibriado pelo próprio filho. Coloque-se no lugar desse pai e imagine qual seria a sua reação.

Receber o filho sem um belo sermão? Sem exigir desculpas e sem pedir de volta tudo aquilo que levou? Esse Pai, nem de longe, se preocupou com essas coisas. Sua única preocupação era com o bem estar daquele filho desmiolado que partiu, que esbanjou a sua herança e que caiu na miséria.

Quando o jovem não tinha mais nada, nem sequer um centavo, foi cuidar de porcos. Essa era uma das mais humilhantes ocupações daquele tempo, pois o porco era considerado um animal impuro. Aos pecadores, aos miseráveis e marginalizados, era reservada a tarefa de cuidar dos porcos.

Diariamente o Pai ia esperá-lo. Sonhava poder revê-lo e apertá-lo junto ao peito. Olhava ao longe sem perder a esperança de reencontrar seu filho, até que finalmente o avistou. O jovem deveria estar mal-cheiroso, sujo e suado da viagem. Nem por isso o Pai deixou de correr ao seu encontro e recebê-lo com beijos e abraços.

Um Pai misericordioso e cheio de bondade que, diante das primeiras palavras, diante do primeiro sinal de arrependimento do filho... perdoou. Era tudo o que queria. Seu filho arrependido estava ali, em seus braços. Gratuitamente, numa demonstração de extremo amor, acolheu aquele que estava perdido e fora encontrado, que estava morto e revivera.

Veja que boa notícia: apesar dos pecados que nos tornam sujos e mal-cheirosos, Deus Pai nos ama e, de braços abertos, espera pacientemente por você e por mim. Basta o arrependimento e o desejo de aproximação para participar da Grande Festa que Ele preparou.

Além de túnica, sandália e anel, milhares de abraços e beijos estão reservados para quem seguir o exemplo desse jovem e pedir perdão e que, a exemplo do Pai, também souber perdoar.

jorgelorente@ig.com.br – 14/março/2010

O FILHO PRÓDIGO

Poema, baseado no Evangelho de hoje, escrito pelo Prof. Sebastião Gomes de Oliveira Paraibnuna SP

Havia um fazendeiro Dêm-lhe roupas novas

Muito rico, abastado, Sanálias, anel de ouro,

Que vivia do trabalho, Pois acabo de encontrar

Trabalho sério, honrado. O meu filho, meu tesouro!

Possuia muitos bens, Façamos a maior festa.

Dinheiro, saúde e paz. Matem o melhor novilho,

Nunca vira em sua vida, Pois eu quero ferstejar

Horas tristes, horas más. O retorno do meu filho!

Era bom e caridoso, A casa se encheu de gente,

Uma alma estremecida Veio toda a vizinhança

Para com seus dois herdeiros, Estavam todos felizes

Que eram toda a sua vida. Mulheres, homens, crianças!

Mas um dia o menor deles Porém, ao cair da noite,

Trespassou-lhe o coração: O irmão mais velho chegou.

Resolveu abandonar Estranhou aquela festa

A fazenda, o pai, o irmão: E um empregado chamou:

- Meu pai, eu já estou crescido, O moço, então, revoltado

Já não sou uma criança. Não quis entrar. Resmungando,

É por isso que eu lhe peço Sentou-se aos ´pés das porta

A minha parte da herança. E ali ficou matutando...

Eu vou sair pelo mundo Quando o bom pai veio vê-lo

Pra viver a minha vida. O rapaz foi lhe falando:

Já me cansei da fazenda, - Seu filho esbanjou a herança

Já me cansei dessa lida. No mundo se aventurando.

O pai ainda insistiu Por que o senhor festeja,

Com carinho, com ternura: Com tanta alegria e amor

- Meu filho, pense melhor, O retorno de um garoto

Pois lá fora a vida é dura. Sem juízo, esbanjador?...

Porém o moço não quis Nunca me deu um cabrito

A voz do pai escutar Pra comer com meus amigos.

E lá se foi para o mundo Por favor, não leve a mal

A fim de se aventurar... Essas coisas que lhe digo.

No começo, tudo flores! Na verdade eu não gosto

Era a vida uma beleza De toda essa festança

Amigos não lhe faltavam, Em homenagem àquele

Só por causa da riqueza! Que esbanjou a sua herança.

Porém, um dia ele viu - Por que esse barulho todo,

Que era um pobre coitado: Tanta dança e alegria?

A sua grande fortuna - É porque seu irmãozinho

Havia já se acabado. Retornou para a família

Até que um dia lembrou-se - Meu filho, querido filho

Do velho pai, do irmão. Não pense dessa maneira!

Essa lembrança querida Você nunca me deixou

Tocou-lhe o coração! Nem mesmo de brincadeira...

Resolveu então voltar Tudo o que tenho é seu,

Para a casa, sem demora. Sempre foi a vida inteira...

Juntou as tralhas que tinha Ó meu filho, deixe disso,

E depressa foi embora. Esse ciúme é bobeira!...

Seu velho pai o avistou Então o rapaz sentiu

La na curva do caminho... Que o velho tinmha razão.

Foi ao encontro do filho Com humildade entrou

Cheio de amor e carinho! Para abraçar seu irmão.

Ao se encontrarem os dois, E a festa continuou

O moço atirou-se ao chão. Na mais perfeita harmonia.

Ajoelhou-se aos pés do velho Aquele bom fazendeiro

Suplicando o seu perdão! Chorava só de alegria!

- Não sou digno meu pai, Assim também acontece

De teu filho ser chamado. Com o homem pacador

Suplico-te que me trates Que, preferindo o pecado,

Como um dos empregados! Abandona o Deus de amor.

Aquele velho amoroso Mas um dia, arrependido,

Abraçou-o com carinho Suplica o perdão de Deus.

E os dois seguiram, chorando, E acontece a maior festa

Pelo resto do caminho... Na terra e também no céu!

Chegando à casa, o bom pai

Os empregados chamou: Sebastião Gomes de Oliveira

- Venham ver meus bons amigos, Paraibuna SP

O meu filho que voltou!

Antônio Oliveira
Enviado por Antônio Oliveira em 08/03/2010
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T2126245