QUAL deus É DEUS? 3
Somos espetáculo para o universo
Jó 1: 6 e 2: 1.
“Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.” I Coríntios 4:9
Paremos para pensar porque o apóstolo Paulo usou essa expressão.
A Bíblia diz: “E houve peleja no céu: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão; e pelejavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram, nem mais se achou no céu o seu lugar. E Foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamado diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. – Apocalipse 12: 7, 8 e 9.
Antes de disso, o versículo 4 disse: “E vi outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a Terra; (...)”.
No livro de Isaias, Deus diz: “Como caístes do céu, ó Estrela da Manhã, filha da alva! Como fostes lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias em teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”. – Isaías 14:12,13 e 14.
Essas palavras nos falam de quem e de quê? Podemos estar por acaso diante de um conflito cósmico? Teria sido por isto que Paulo disse: “(...) somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens”.?
Ora, o mundo é o lugar onde estão os homens, o céu é o lugar onde estão os anjos, então por que somos espetáculo aos homens de novo? O que somos afinal? Estamos numa arena?
O cenário dessas passagens da Bíblia compõem-se de várias personalidades. Pretendo ressaltar, porém, a participação de algumas. Entretanto, antes convém identificá-las à luz da Bíblia, pois as respostas para as perguntas geradas pela Bíblia estão nela mesma.
Miguel é uma referência costumeiramente ligada à pessoa de Jesus Cristo. Pode-se confirmar isto lendo Daniel 12:1, I Tessalonicenses 4: 16 e Atos 3:15. A palavra Miguel significa: “aquele que é Igual a Deus”. Ele figura como o grande General do céu. Somente Cristo tem poder e autoridade para repreender a Satanás e pode fazer isto em Seu próprio nome, sem invocar o nome do Pai. Quando invocamos o sangue de Jesus com o coração sincero, “muito jejum e oração”, como Ele disse, expulsamos demônios. Todavia, se tivermos pecados encobertos (não confessados, além de acariciados), o diabo reclama nossa alma, dizendo-se nosso proprietário. Em Jó podemos ver um bom exemplo disto. O diabo reclama diante de Deus nossa propriedade, desprezando em nós a autoridade de Jesus. Mas assiste-nos confessar mesmo os piores pecados, rogando que com Seus sangue Jesus purifique-nos deles, dando-nos a vitória sobre toda tentação. Se fizermos isto com sinceridade e pureza de coração, poderemos invocar o nome de Jesus e o demônio fugirá de nós. “Resisti ao mal e o diabo fugirá de vós”. A Bíblia diz: “se confessardes os vossos pecados Ele é fiel e justo para vos perdoar os pecados”.
“O Dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás” – Já no início da Bíblia, pouco após a criação, surge a serpente que, com uma malícia descarada, envenena Eva no Jardim do Éden contra Deus, seu Criador, seu amigo íntimo e seu mantenedor. Eva, ingênua, pensou ter descoberto um grande achado da ciência moderna: poderia ser igual a Deus –, e deixou-se levar pela mentira do diabo. – Gênesis 3:1 a 5. Mas Deus disse que a serpente passaria o resto da vida rastejando ao pés dos seres humanos, embora debilitando-os com picadas nos calcanhares, mas que um dos descendentes da mulher lhe pisara a cabeça, esmagando-a e matando de vez. A Serpente, que se chama diabo e satanás, que esteve com Eva, trata-se da mesma pessoa que em Isaías Deus chama de Estrela da Manhã.
Uma “terça parte das estrelas do céu”, que aparece em Apocalipse 12: 4 são anjos. Haja vista que em Isaías a Estrela da Manhã é um anjo caído, essa “terça parte das estrelas do céu” são igualmente anjos, e esses caídos, pois foram arrastados pelo dragão. Eles andam pelo mundo ministrando em favor dos sofismas do diabo, através de fábulas, como imortalidade da alma, por exemplo, onde enganam as pessoas transfigurando-se de médicos, anjos de luz e entes queridos mortos, confirmando para as tantas Evas e Adões o velho chavão da serpente do Éden: “certamente não morrereis”. Outras das grandes fábulas desses anjos são as doutrinas dos duendes, exoterismo, horóscopos, panteísmo, ET´s, etc., tantas fórmulas fáceis de resolver os problemas das pessoas, mas que na verdade resolvem os problemas financeiros dos terapeutas alternativos.
O Altíssimo de Isaías 14:14 é Deus, o Seu Filho e o Seu Espírito, pois as referências bíblicas de O Altíssimo são alusivas à pessoa de Deus. Jesus dissera pessoalmente que o batismo se faria “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Pedro, em Pentecostes, tendo recebido o Espírito Santo (prova é que falavam línguas das nações), disse: “Arrependei-vos, e cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo” – Atos 2: 38 . Ao dizer isto, Pedro não estava negando a existência de Deus Pai e Deus Espírito Santo, tampouco dizia que a ordenança de Jesus de batizar “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” agora estava revogada. O “em nome de Jesus Cristo”, que Pedro pronunciou, comportava todas as pessoas de Deus num só nome, como esconde em Ywhw (Yaveh – Jeová) = Senhor Deus; Adonai = Senhor; Elion = Altíssimo; Elohim = Criador; El Shadai = Deus todo Poderoso; El Ôlam = Deus Eterno; El Raí = O Deus que tudo vê; Attiq Yômin = Antigo de dias; Adon Hakavod = Rei da Glória.
Já, no segundo versículo da Bíblia Moisés diz: “E a Terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas”. – Gênesis 1: 2. Já vemos por aí que não havia só um, mas dois – Deus e Seu Espírito. Depois Ele resolve criar o Homem, então diz: “Façamos o Homem à nossa imagem (...) – Gênesis 1: 26. A quem Ele teria dito isso? Quem era este com quem falava? Seu próprio Espírito? João pode esclarecer dizendo: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” – João 1: 1 e 2. Se Jesus era o Verbo e o Verbo Deus, estando sozinho, sem Deus Pai e Espírito Santo, por que falava então?
Para maior esclarecimento, comparar essa passagens de Atos 2: 4, 22, 23, 24, 30, 32, 33, 36, 38, 3: 13, 15, 26, 4: 10, 12, 27, 30, com Mateus.
Todo este cenário de pessoas celestiais suscita que teria se passado algo no Universo. Alguém muito importante, pois era chamado Estrela da Manhã – estrela grande e brilhosa como a estrela D’alva, que brilha no céu solitária pela manhã –, teria se rebelado. Dizia em seu coração: “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”. Em outras palavras, quis dizer: “Terei poder como o poder de Deus”. Com a ciência que possuo posso ser como Deus”. Serei então, tão poderoso quanto Ele.
Fomentando esse desejo ambicioso, uma criatura do mais alto grau de sabedoria e perfeição, muito próximo da divindade, acabou por tornar-se obscuro e tenebroso tal qual um dragão, sendo ele mesmo o próprio, contra o qual Jesus (Miguel) pelejou juntamente com os seus anjos (dois terços das estrelas do céu), e não se achou mais o seu lugar no céu.
Portanto, o dragão foi expulso do lugar. Foi jogado à Terra para onde trouxe um exército de anjos (uma terça parte das estrelas do céu), seus admiradores e agentes. Tornou-se mais tarde a serpente que tentou Eva no paraíso.
Você acha que sendo Lúcifer o primeiro depois de Jesus, um outro anjo teria tão grande influência ao ponto de arregimentar contra o próprio Lúcifer um exército que outrora o admirava e amava, sendo que muitos dos dois terços que continuaram do lado de Jesus não estavam muito seguros da decisão que tomaram de permanecer ao lado de Deus? Saiba que uma parte dos anjos que ficaram no céu só se convenceram que Lúcifer era mal intencionado ao verem-no instigar os judeus a matarem seu Messias.
Diante disto, podemos afirmar que Miguel é mais um dos títulos de Jesus no céu. O único no universo que tem os “Seus anjos” é Jesus. Nenhum anjo possui autoridade para expulsar Lúcifer sem que o faça em nome de Jesus, seja do céu, ou em qualquer parte da Terra, haja vista que esse anjo (Lúcifer) fora superior a todos os outros. Portanto, nem um anjo atrever-se-ia a, por sua própria autoridade, querer dar ordens para alguém que fora superior a ele. De mais a mais, se o problema ocorria no céu e Jesus investiria um anjo da incumbência de expulsar Lúcifer em Seu nome, porque Ele não iria pessoalmente, como veio pessoalmente para enfrentá-lo na Terra na ocasião de sua encarnação? Seria bem mais eficiente. Por outro lado também, Lúcifer fazia sua campanha política e já atraíra a simpatia de metade das hostes, poderia da mesma forma conquistar esse outro anjo que teria recebido a incumbência de expulsa-lo.
Lembramos novamente que a palavra MIGUÉL, em hebraico é uma pergunta. E a pergunta é: “Quem é igual a Deus?” Ou é ainda uma afirmação imperativa: “Quem é igual a Deus!” Resposta a esta pergunta: “quem é igual a Deus? Jesus. Ele é o Filho de Deus”. Portanto Miguel é igual a Deus, pois Miguel é Jesus.
Estudando-se Daniel 10 vê-se que este homem de Deus dedicava-se a interceder pelo seu povo judeu que tinha sido levado cativo para a Babilônia em 586 a.C. por Nabucodonosor. Daniel lera no rolo de Jeremias que Deus prometera que setenta anos após o cativeiro faria os judeus voltarem para Jerusalém. Vendo que se aproximava o tempo, sendo que então o império não era mais babilônico, mas Medo-persa, ele orava implorando que Deus não levasse em conta os pecados dos judeus, mas cumprisse o prometido. Dedicou-se a essa intercessão por vinte e um dias para que Deus fizesse Dário cumprir o que fora determinado.
Vinte e um dias depois (lendo-se do versículo 10 até o 21), quando Daniel já estava fraco devido ao jejum que empreendera, o anjo Gabriel (Embaixador) apareceu-lhe dizendo que o profeta (Daniel) era muito amado e que desde que se empenhara em oração sua prece já fora atendida. Deus ordenara que Gabriel influenciasse o rei Dário para que libertasse o povo judeu. Entretanto, esclareceu Gabriel, “o Príncipe da Pérsia” (Satanás), se interpôs entre ele e Dário, e Gabriel não conseguia influenciar o rei. Todavia, agora, Gabriel acrescenta que, tendo em vista a fé de Daniel e a insistência em oração, Miguel (título de Jesus que lhe é aplicado ao momento em que combate como general), veio e expulsou o Príncipe da Pérsia e influenciou o rei Dário. Leia todo o capítulo 10.
Quanto ao fato de chamar Jesus anjo ou arcanjo não diminui o Seu status de Deus, pois anjo ou arcanjo não são gêneros de seres celestiais, como dizemos gênero humano e gênero animal. Anjo é gênero e também função – divindade é apenas gênero. A função anjo pode ser atribuída àquele que pratica a atividade angélica, que é transmitir mensagem. Arcanjo, querubim, serafim, etc., são graduações hierárquicas dessa função. A função mensageiro (angélica) tanto podem ser exercida por seres subordinados, como os anjos, sendo que alguns possuem patentes específicas, como Querubins, Serafins, etc., ou pode ser exercida pelo Ser Superior, que é Deus, a divindade.
Alguma vez, em função da importância e da urgência da mensagem em questão o próprio dono da empresa, ou o presidente, gerente, diretor, etc., pode querer portar e entregá-la em mãos do destinatário, então ele, não disfarça, mas exerce a função de mensageiro (anjo), ou assume o papel do boy, ou estafeta, ou correio, etc.. No caso celestial, todo aquele que está exercendo a função de mensageiro é dito anjo, porque anjo significa mensageiro. Quando o próprio Jesus porta e dá a mensagem, então se diz “...e apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo do meio de uma sarça; Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés, Moisés...” Disse mais: “Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó”. Moisés escondeu o rosto porque temeu olhar para Deus. Êxodo 3: 1, 2, 4, 6 e 14. Leia todos os versos, inclusive o 14.
Percebe que no começo dizia que o anjo do Senhor estava no meio de uma sarça ardente, mas logo já se refere ao mesmo anjo como sendo o próprio Deus que falava com Moisés? O mesmo ocorre no caso da luta de Jacó com o Senhor. Gênesis 32: 24 a 26. Primeiro diz que o anjo do Senhor apareceu para Jacó dentro da tenda. Por fim, Jacó está lutando com o próprio Senhor e não o deixa partir antes que o abençoe. Outra situação é quando o anjo do Senhor aparece a Josué com uma espada na mão. Josué ajoelha-se para adorá-lo, e Ele, o anjo, permite. Porque era o próprio Deus, porque os anjos simples não aceitam adoração. Josué 5: 13, 14 e 15. E isso dá-se pelo que está escrito em êxodo capítulo vinte, versículo 3 a 5: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos”.
Por sua vez, Arcanjo é alguém que tem um cargo muito superior, acima de qualquer outro anjo. É o caso de Jesus, pois o prefixo ARQUE indica antigüidade e a Bíblia diz que “no princípio Ele era o Verbo, que estava com Deus e o próprio verbo era Deus”. Ela também diz que Jesus virá com som de trombeta e com voz de Arcanjo. Voz de Arcanjo é a voz mais poderosa. Daniel 12 diz que no tempo de angústia, o qual nunca houve igual, se levantará Miguel, o “grande Príncipe”, o defensor dos filhos do teu povo... Isto de “Príncipe do teu povo” o anjo Gabriel dizia para Daniel. O povo ao qual se referia para Daniel tratava-se do povo judeu, mas agora já não apenas esse povo que será liberto pelo “grande Príncipe”, mas todos que aceitam a Jesus com salvador. E o tempo ao qual se refere já não é mais o tempo de libertação dos judeus do cativeiro babilônico, mas ao último ato da história terrestre, a segunda vinda de Jesus. Se Deus, o Pai, é o Rei, quem é Príncipe? Seria o Primeiro Ministro ou o Filho do Rei? Quem é o Filho do Rei? Jesus. Logo Miguel é Jesus, pois é o único e grande Príncipe. Quem tem defendido o povo de Deus? Jesus ou os anjos? Quando são os anjos, o fazem por ordem de Cristo.
Vamos reconstruir Apocalipse 12: 7 e 8 substituindo a palavra Miguel por seu significado em hebraico? “E houve peleja no céu: Quem é igual a Deus e os Seus anjos pelejaram contra o Dragão; e pelejaram o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram, nem mais se achou no céu o seu lugar”.
Você percebe que faz mais sentido Jesus expulsar o demônio do que um anjo qualquer? Afinal, foi sempre Jesus que expulsou demônios, os discípulos expulsavam em Seu nome.
Se você ainda duvida que Deus pode se chamar a si mesmo de anjo, que significa mensageiro, estude as seguintes passagens bíblicas. Êxodo 3: 1, 2, 4, 6 e 14, Josué 5: 13, 14 e 15, Apocalipse 12: 7, Judas 9, João 5: 28 e 29, Daniel 10: 13 e 21 e 12: 1, I Tessalonicenses 4: 16.
Wilson Amaral