AS COISAS MUDARAM

Há uma transformação densa no pensamento das pessoas com relação às igrejas da Doutrina Cristã. Para os fieis (ex), não basta mais a metodologia das promessas do Salvador; e, nem de pregação do arrependimento para a salvação. Isso é primário, matéria de classe de jovens da velha Escola Dominical.

Por outro lado, o absurdo tomou conta do cenário religioso; o exagero carismático pelas denominações faz a vanglória das “igrejas-alcatéias”, pela audácia e ousadia em afrontar Deus, e pela astúcia de iludir a todos.

Nelas, oração sem dízimo e ofertas gordas é palhaçada; fidelidade e benignidade do evangelho, é coisa do passado; bondade e misericórdia com o próximo, são da época em que o amor em Cristo, fazia a diferença. Ser manso e ter domínio próprio, não são dons, mas obrigação. Amar com alegria e longanimidade, é dever para com a comunidade por obediência ao “símbolo”. E, quanto mais ela surpreende com jugo pesado, mais é aceita e idolatrada.

As pessoas estão aflitas, por isto, olham para os lados em busca de “igrejas com propósitos” (financeiros, formidáveis); onde as promessas, não são promessas, mas propostas de respostas imediatas e definidas para resolver seus problemas. Enquanto esperam por seus milagres convencionados, os assolados se deslumbram com testemunhos, de libertação, cura e grandes vitórias espetaculares. Tudo arranjado para surpreendê-los acima do inesperado; a fim de permanecerem contribuindo enquanto esperam.

Os falsos profetas (chavão) – criaturas aliadas a Lúcifer, conhecem o potencial desse mercado, sabe o que ele quer. Sabendo para onde vai, entram em ação. São milhões de vidas atormentadas, desejosas de firmar qualquer acordo para alcançar seus objetivos. Nisto, eles se apresentam (enganando) como o último recurso; o caminho e a verdade que os fará viverem experiências emocionais de vitória e sucesso. Pura ilusão!

Os falsos líderes (chavão) - possuem capacidade e habilidade de mexer com esses indivíduos, criando um diferencial de benção baseado na renda; e, estimulam essas pessoas a trazerem outros e outros, pela mesma obstinação. Isso virou obrigação para que seus milagres aconteçam logo. Jesus é o caminho, e não estrada para que se cobre pedágio.

Como fazer para desviar essas pessoas desse estranho evangelho que elas mesmas criaram induzidas por Lúcifer para sua própria destruição? Só assumindo o pensamento de “Voltaire”: “Dirijo minha luta não contra as crenças religiosas dos homens, mas contra os que exploram a crença. Detestemos essas criaturas que devoram o coração de sua mãe e honremos aqueles que lutam contra elas. Acredito na existência de Deus. Em verdade, se Deus não existisse, fora preciso inventá-lo. Meu Deus não é um Rei exclusivo de uma simples ordem eclesiástica. É a suprema inteligência do mundo, obreiro infinitamente capaz e infinitamente imparcial. Não tem povo predileto, nem país predileto, nem igreja predileta. Pois para o verdadeiro crente há, apenas, uma única fé, justiça igual e igual tolerância para toda a humanidade.”

Parafraseando “Sêneca” ao dizer que “A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil.” Diria que: “A religião da prosperidade imediata, é vista pela Doutrina Cristã, como o anticristo; que o governo acha útil, porque mantém o povo longe das revoltas sociais; visto que, suas esperanças, estão nelas como sendo um deus, capaz de levar centenas de milhares de indivíduos a fazerem fila para comprar bençãos, mesmo dezenas de anos depois de essas marcas (Igrejas) terem sido fundadas.

Mas o povo imita Sêneca (Contemporâneo de Cristo), que diz:

"Rir é correr risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.

Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.

Amar é correr o risco de não ser correspondido.

Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!”

Luiz Clédio
Enviado por Luiz Clédio em 12/02/2010
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