O SONHO MAIS ELEVADO

Posso ver no horizonte pleno os reflexos do portentoso sol sobre os coqueiros desiguais; do mar as ondas espumantes na praia logo adiante completando o cenário exuberante; as nuvens brancas no azul brilhante do firmamento infindo; tudo porem não resumindo e sim nos elevando ao vislumbre de uma nova ordem harmônica, perfeita, num novo jardim que como uma singular imagem se descortina sem retorno no início da prazerosa e derradeira viagem.

A doce vida ora vivenciada faz-nos lembrar também da natural anti-vida, do material empírico o sono revelado. Desta passageira prisão seremos numa fração de segundo libertados e ver-nos-emos como que navegando na plenitude de um resplendor num novo mundo de horizontes novos e referto de encantos, e inusitado, outrora desconhecido, agora bem vivo, no qual o espírito leve como uma pluma navega pelo espaço sem qualquer obstáculo, enxerga, vê e sente sob o comando de uma poderosa mente inteiramente livre, diferente, sem ter lembrança de nenhum triste passado, num estágio de uma nova dimensão aonde o tempo se pudesse ser bem interpretado sob o enfoque da verdade só admitiria além do presente uma nova realidade, a indescritível e sempre sensibilizada essência do ser. Ninguém saberia nem o que é passado nem paralelamente o que é futuro, pois ambos se desvaneceram na esteira volátil do espaço e do tempo. Afinal, guardamos dentro de nós mesmos a chama indestrutível da imortalidade.

Sejamos, portanto, menos apressados, não tão vagarosos nem tão descuidados, mas não há razão para andarmos na preparação da vida, nesta vida tão apressados. Por que então tantos carros velozes em corridas inusitadas: será que buscam antecipar a grande viagem?

Na pressa, na agitação, e no esforço maior, com ele vem o suor, o coração dispara, os poros se dilatam e a ansiedade mata, e até no carro, mais agruras, pois a temperatura sobe, e mesmo aquele que do coração não sofre poderá ser acometido por uma onda de mal estar e daí, minha cara leitora ou leitor, uma simples queda de pressão ou AVC, veja você, pode infelizmente ocorrer!

Destarte, reconhece-se que muitas vezes a pressa, a tempestividade na ação é que resolveria determinada questão, razão pela qual faz-se necessário buscar pela melhor ciência o melhor discernimento, pois nesses momentos se sobrepõe a razão como a rainha triunfante que naturalmente se impõe a quem dela detiver o poder para decidir com um mínimo de subjetividade num mundo de mil e uma verdades, apontando essa querida ciência a indescritível apoteose festiva na recepção definitiva do ser.

Na conclusão deste raciocínio urge aduzir com as luzes da singular verdade, que o ter é próprio da humanidade que dos melhores ideais caminha destituída, enquanto na contra-mão da história, somente SER mediante o arrependimento e o CRER é simplesmente o apanágio daqueles que entenderam o convite e se apegaram ao Senhor de todos os seres.

“Aquilo que o olho não viu, ouvido não ouviu, nem ainda chegou ao coração do homem, é o que Deus tem preparado para aqueles que n’Ele esperam.” (1Co. 2.9.)

Gilberto Maia Lorenzo.