O Que Deus Pensa da Homofobia
O título desta reflexão por si só chama a nossa atenção. Quando levantamos a questão sobre o que Deus pensa ou o que Ele deixa de pensar sobre determinado assunto, nos colocamos na posição de alguém que, de alguma forma, tem acesso à mente do Criador. Logo, um pensamento é gerado nas recamaras profundas do leitor atento: Como pode uma ínfima criatura, apenas um ser de carne e osso, ousar dizer que conhece os pensamentos de Deus?
Não. De fato, nenhuma criatura, nos céus ou na terra, tem a capacidade de escrutinar os secretos desígnios de Deus. Entretanto, se na Sua Suprema Sabedoria e Exaltada Soberania Deus não pode ser totalmente e/ou completamente conhecido na profundidade do Seu Ser, isto não quer dizer que nada pode ser conhecido d’Ele. Deus deixou para o homem um registro onde Ele pode ser conhecido. Este registro nós o conhecemos como a Bíblia, a Palavra de Deus. Somente o livro chamado de “As Sagradas Escrituras” tem em seus registros informações sobre a Natureza e o Caráter do Deus que Vive Eternamente.
As Sagradas Escrituras é o único livro que tem autoridade para responder efetivamente sobre o tema levantado, pois, é o livro que fala da criação do homem e da mulher. Agora, outra questão se levanta aqui: Qual a posição, em relação à Bíblia, de alguém que se aproxima deste tema? As alternativas são poucas, ou se acredita no que ela diz ou não se acredita. Não existe um meio termo. Não é possível, em relação à Bíblia, ficar em cima do muro. Não vamos abrir aqui uma discussão teológica e nem rebater críticas fundamentadas no descrédito de alguém em relação aos mandamentos exarados nas Escrituras Sagradas.
Aliás, a bem da verdade, asseveramos que esta reflexão não é apropriada para aqueles que não creem na Palavra de Deus, pelo contrário, aconselhamos aos céticos para não continuarem a ler este artigo, pois, do começo ao fim estarão sendo confrontados na sua “fé” de não ter fé nas Escrituras.
Definindo o termo. Homofobia, segundo o Aurélio, significa: [De hom (o) - + -fobia.] Substantivo feminino. Aversão a homossexuais ou ao homossexualismo. Diante desta definição já podemos acrescentar algo que contraria a vontade de Deus em relação à homofobia: a aversão. De natureza Santa e Justa de modo algum a aversão é um sentimento que encontra abrigo no coração de Deus. Citemos a Bíblia (creio que nenhum cético chegou até aqui): “Deus é Luz e nenhuma treva é encontrada nele.” Quer dizer que nenhuma espécie de sentimento que contrarie a Sua própria natureza pode ser encontrada no coração de Deus, dentre estes sentimentos podemos citar a aversão, Deus não é partidário e nem faz acepção de pessoas.
Concluímos que a homofobia não é um sentimento provindo do coração de Deus. Entretanto, vamos distinguir dois conceitos que, aparentemente, são tratados sem distinção, mas no fundo, faz toda a diferença: as atitudes de um homem e o seu caráter. Propomos a seguinte relação: O caráter de um homem o leva a tomar certas atitudes ou as atitudes de um homem formam o seu caráter? Para facilitar o entendimento: Erramos porque todo mundo erra ou se todo mundo erra, logo, nós também erramos. É uma questão de princípio, pois, os rios sejam qual for o volume de suas águas tem algo em comum: todos eles brotam de uma fonte. Sim, a fonte é o princípio da vida. Por exemplo: a fonte da vida do homem está em Deus. E, por extensão, as suas atitudes brotam do seu caráter (a sede de sua identidade).
Moldando o caráter do homem tomando como referência a Pessoa de Deus, e para que isso se tornasse possível Jesus Cristo veio ao mundo (Porque todos aqueles, os quais o Senhor sabia que iam crer na Sua Palavra, Deus os escolheu para que tivessem o mesmo caráter de Seu Filho, com o propósito de que Ele fosse o irmão mais velho de um grande número de irmãos que o aceitaria como seu Salvador), e, assim, com certeza, as atitudes daqueles que permitem que seu caráter seja moldado pelo agir de Deus em suas vidas, com o passar do tempo, serão semelhantes as atitudes do Senhor Jesus Cristo, referencia usada como modelo, como padrão para operar esta transformação.
Então, podemos dizer que Deus não julga as atitudes de homem algum, pelo contrário, respeita o princípio de liberdade que começa Nele mesmo, porém, quer tratar do caráter do homem para que suas atitudes, depois de tratado e sarado, estejam em sintonia com a Sua vontade, pois, a vida pura, justa e santa que provém Dele deve ser refletida na criatura que Ele formou com as próprias mãos. Mais uma vez vamos citar a Bíblia (aos céticos que porfiaram em continuar lendo este artigo digo que a Bíblia é lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos): Jesus afirmou: “Eu e o Pai somos Um”. Enquanto esteve entre nós às atitudes de Jesus refletiam o Caráter de Deus. E é desta forma que Deus, pela ação do Espírito Santo na vida do ser humano, quer moldar o seu caráter à semelhança do Caráter de Seu Filho: Jesus Cristo.
Todavia, isto só será uma realidade quando o homem permitir que Deus opere esta mudança, pois o Senhor respeita a decisão pessoal de cada um. Ele não vai interferir no modo de proceder de ninguém, porém, aos que permitirem o mover de Deus em suas vidas, com certeza estes irão mudar suas atitudes, não importa quais sejam elas.
Alguém pode argumentar: Então, a homofobia se justifica, como se torna evidente, pois, segundo os mandamentos da Bíblia apresentados até este momento, a homossexualidade é uma corrupção do caráter, e, sendo assim, precisa ser tratada como uma enfermidade da personalidade, pois, há uma perda de identidade do indivíduo quando há um desvio de sua conduta sexual? Podemos chamar de desvio a opção sexual de alguém, pois, não é própria Bíblia que declara que Deus outorgou ao homem o livre-arbítrio? A questão é a seguinte: se concordamos com um mandamento bíblico quando este está de acordo com um interesse particular, não devemos desprezá-la quando outro mandamento, da mesma Bíblia, contrarie esse mesmo interesse. Antes, devemos nos aprofundar no que ela fala sobre o todo da questão. Desta forma é de bom alvitre citar algumas verdades eternas da Palavra de Deus: “E façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Até aí nada de novo. Esta declaração é aceita sem discussão pela grande maioria (lembremo-nos dos céticos). “E criou Deus o homem à sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” O que podemos dizer sobre o que Deus estava pensando quando criou o homem e a mulher? Mais uma vez vamos recorrer à Bíblia para deduzir qual era o pensamento de Deus em relação a esta questão. Depois de ter consumado a criação, Deus viu que algo estava faltando para completar a felicidade do homem: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. Sem nos aprofundarmos na questão o que salta aos nossos olhos são dois os motivos pelos quais Deus criou a mulher: A solidão do homem e a necessidade que ele tinha de uma companheira que o ajudasse.
Formada das entranhas do homem, sua companheira foi criada totalmente diferente dele no que se trata da constituição física, porém, diferença que os completam. E Eva, este foi o nome que seu companheiro lhe deu, foi levada e apresentada pessoalmente por Deus ao homem. Estava assim instituída, segundo o pensamento de Deus, a primeira família na face da terra.
Não há nenhuma menção na Bíblia sobre uma terceira opção para satisfação sexual, tanto do homem quanto da mulher, a não ser a realização mútua e prazerosa na intimidade sexual do casal, ou seja, da primeira família. Esta terceira opção que seria a atração sexual entre pessoas do mesmo sexo contraria violentamente o pensamento de Deus em relação à família. É uma intromissão do homem nos desígnios de Deus e prejudicial a si mesmo, porque toda afronta ao que Deus determina pela Sua Soberana Vontade gera conseqüências desagradáveis ao infrator. Na Bíblia encontramos muitos exemplos a este respeito.
Quem explica profundamente esta questão é o apóstolo Paulo. O seu relato está na carta que ele endereçou aos crentes da Cidade de Roma em meados do século I. Esta carta é conhecida no Novo Testamento como “Aos Romanos”. Este documento Neo Testamentário é um tratado onde o apóstolo Paulo defende a tese da justificação da humanidade dos seus pecados pela fé em Jesus Cristo, ou seja, aquele que reconhecer que Jesus Cristo veio ao mundo para justificá-lo das suas atitudes incoerentes que contraria a Soberana Vontade de Deus, o próprio Deus demonstra, por suas próprias palavras, que com esta atitude ele está inocente diante Dele (esta é uma revelação não aceita pelos céticos. Nada a declarar, pois, o que dizer para quem não acredita no que se diz). Antes de demonstrar como Deus justifica o homem pela fé em Jesus Cristo, Paulo apresenta a problemática em sua realidade nua e crua e o porquê da necessidade da intervenção de Deus neste negócio antes que o homem destruísse a si mesmo por suas próprias mãos. Vamos fazer uma pequena recapitulação para nos situarmos na realidade presente.
Em Gênesis capítulo seis a Palavra de Deus declara que o mundo estava totalmente dominado pela violência: “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.” Solução de Deus: o dilúvio, diante da corrupção generalizada da raça humana não havia outra medida a ser tomada, pois, ainda não era o tempo do Filho de Deus vir ao mundo. Todavia, Deus determinou a Si mesmo que não destruiria mais a civilização daquela forma, seja qual fosse o comportamento do ser humano. O tempo passou e, novamente a corrupção deteriorou o caráter do ser humano a ponto do apóstolo Paulo declarar no seu tratado enviado aos crentes de Roma: “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” Uma palavra aos céticos: há alguma coisa nesta declaração que atualmente esteja longe da verdade?
Como Deus não trará novamente o dilúvio como forma de juízo, a corrupção se espalhou sobre a face da terra e a encheu de violência, como já acontecera uma vez. Solução de Deus: enviar Seu próprio Filho para salvar a humanidade dos seus pecados e justificá-los diante d’Ele das suas atitudes contrárias à Sua vontade. Deus fez a sua parte. Qual foi a resposta do homem? O apóstolo Paulo levanta a voz e declara: “porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.” O coração do homem se endureceu não recebendo a graça redentora apresentada por Deus e, rebelde aos Seus decretos, se voltou contra a Pessoa d’Ele.
O que Deus tem feito? Em respeito à liberdade individual do homem, Deus permite que cada um ande de acordo com o que reza a sua própria consciência. Deus não contraria a Sua própria Palavra. Se Ele concedeu ao homem a liberdade de tomar suas próprias decisões, de forma alguma irá mudar o que já foi determinado. Mas o que acontece? Com esta aparente indiferença de Deus em relação às atitudes do homem, o ser humano tem mergulhado profundamente na devassidão, pois, a sensação de impunidade divina não coloca freios nas atitudes daquele que busca satisfazer seus desejos carnais a qualquer preço, e, assim, se deixa dominar pelos seus mais baixos instintos. Diz o apóstolo Paulo: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Já que a atitude do homem é esta, Deus tem permitido que ele ande de acordo com o que propôs em seu coração, resultado: o caos moral e espiritual que domina o mundo.
Os céticos afirmam que esta é uma maneira pessimista de olhar o mundo. Certo, respeitamos esta opinião. Entretanto, é possível negar tais coisas? O apóstolo Paulo declara que a corrupção moral e espiritual do homem é tão acentuada que, de uma forma geral, a humanidade foi dominada por sentimentos incoerentes com os sentimentos que Deus havia designado para o homem, porém, foram gerados em seu interior pela sua rebeldia. Estes sentimentos foram denominados pelo apóstolo Paulo de: “paixões infames”; “sensualidade inflamada”; “torpeza”; “abandono do uso natural”; “incoerência com a própria essência do ser humano”; “coisas que não convém” e “erro.” A situação chegou a um ponto tão crítico que, segundo as palavras do apóstolo Paulo, “até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário a natureza e, semelhantemente, também os varões (os homens) deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão (homem com homem), cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que covinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém” Estamos no olho do furacão. É inegável a clareza de como a Bíblia coloca o assunto sobre a mesa. Em nenhuma outra literatura encontramos um texto explicativo como este abordando a questão do homossexualismo. Em primeiro lugar este sentimento é gerado no interior de alguém que já está numa atitude de rebeldia contra os mandamentos de Deus.
Entretanto, é uma rebeldia que é gerada no coração do homem quando este chega a um nível profundo de devassidão, é o caso de se admitir que quem chegar a um nível de corrupção como este, há muito tempo Deus deixou de fazer parte do seu círculo de relacionamento. Não que Deus quis isto ou quer que seja assim, pelo contrário, em respeito às decisões do homem e consideração pela sua individualidade Ele não interfere, até que seja convidado para intervir, aí sim, Ele vem poderosamente atender ao pedido feito.
Mas, Deus não é Amor? E quem ama, não ama sem questionar, aceitando o objeto do seu amor como ele é? Sendo assim não deve Deus amar os homossexuais como eles são e sem essa de querer mudá-los? Ou será que Deus não os ama? Sim. Deus ama os homossexuais profundamente, como ama os viciados em drogas, os ladrões, as prostitutas, os esquizofrênicos, os corruptos, bem, a lista é longa, porém, todos os que se aproxima de Deus pela fé em Seu Filho um dia fez parte desta lista, todavia, foram riscados dela e, agora, em Jesus, seus nomes estão alistados no Livro da Vida.
Todavia, vamos examinar a questão mais de perto. O amor é cego? Deus, por ser Deus de amor, não deveria amar aquela mulher que foi flagrada em adultério do jeito que ela era, mas porque Jesus lhe disse “vai e não peques mais?” O fato é que a multidão (que representa o julgamento humano) já a havia condenado, Jesus não, pelo contrário, foi o único naquele momento que não a julgou e nem a condenou, entretanto, disse-lhe: “vai-te e não peques mais” O que, na verdade, Ele estava querendo dizer para a mulher? Vai, mude de atitude e não volte a praticar este ato novamente, ou seja, Jesus amou aquela mulher, porém, lhe disse que não estava de acordo com suas atitudes. Não, o amor não é cego. O que falta na realidade é que o homem perdeu qualquer referência para medir ou qualificar suas atitudes e, sem referência para ser avaliado em suas ações o homem caminha nesta vida fazendo o que bem entende e não dando satisfação a ninguém de suas atitudes. O homem se tronou totalmente centralizado em si mesmo. Atualmente não há rejeição ao que Deus fala, mas a rejeição é ao próprio Deus.
Concluímos afirmando que a homofobia é um termo que não retrata o pensamento de Deus em relação ao homossexualismo. Deus não rejeita a ninguém, porém, a questão vai muito mais além das atitudes e procedimentos adotados por qualquer grupo ou segmento é uma questão de natureza, Deus soprou nas narinas do homem algo de Si mesmo e, este algo é a própria vida que procede d’Ele mesmo para dar vida ao homem. Ele é o modelo, a referência, o paradigma, o exemplo de uma vida abundante, pois, ao criar o homem a Bíblia declara que Deus viu “que tudo é muito bom.” O homem antes de ser formado já estava no coração de Deus, como um projeto a ser executado, é um ser que em Jesus, reflete a Sua Glória. Que continue assim, até Jesus voltar.