A VIOLÊNCIA ATENTA CONTRA A LIBERDADE

Nestes últimos dias a mídia vem divulgando notícias estarrecedoras sobre a violência no Brasil, especialmente no trânsito. Confesso que tenho procurado compreender, o porquê da maioria dos acidentes, inclusive fatais, ultimamente estarem ligados ao uso de álcool.

Nos casos que vêm sendo anunciados, parece ficar muito claro que os envolvidos, na condição de culpados, têm perdido por completo a noção de respeito ao próximo, de responsabilidade social, de cidadania, de paz com a natureza. Quanto sofrimento tem sido injetado no seio de famílias tão inocentes. A liberdade do SER tem sido roubada, destruída por falta de alteridade, consciência de uma liberdade recíproca.

O motivo dessa destruição é bem lembrado pelo Prof. Cornelius Plantinga Jr. em seu livro Não Era Para Ser Assim, quando ele explica a idéia do Shalom. A humanidade foge da paz porque foge do mais importante privilégio e dever que ela tem: se deliciar em seu criador.

“A essa teia que ajunta Deus, homens e toda a criação em justiça e gozo, é que os profetas hebreus chamam de shalom. Nós chamamos de paz, mas significa muito mais que paz de espírito ou o cessar fogo entre os inimigos. Shalom na Bíblia significa florescimento universal, totalidade e prazer – um rico estado de coisas no qual necessidades naturais são satisfeitas e dons naturais frutiferamente empregados, um estado de coisas que inspira agradável surpresa, à medida que seu criador e salvador abre as portas e recebe a criatura em que se deleita. Shalom em outras palavras é como as coisas deviam ser”.

A violência rouba a liberdade do próximo. A violência seja de quem dirige embriagado ou de quem pratica qualquer ação que ponha em risco a vida dos seres humanos, muitos inocentes, e ainda atenta contra o relacionamento espiritual, social e intelectual, são atitudes irresponsáveis, precisam ser punidas, urgente e pedagogicamente. Tais atitudes acontecem porque os seres humanos têm prazer de suprimir a verdade da qual não gostem. Por isso, quando os homens interpretam erroneamente o seu lugar no universo, se lhes atribui por si mesmos, facilmente, posição da divindade. Muitas vezes os próprios crentes se passam por esse papel e se tornam idênticos a incrédulos que não dão a mínima atenção às conseqüências funestas de suas atitudes. Daí vem a repreensão divina registrada na Carta de Paulo aos Romanos cap. 1. 18-20. “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, por que Deus lhes manifestou. (...) Tais homens são por isso, indesculpáveis”.

Deus em Cristo Jesus nos chamou à paz, ao perdão, à misericórdia. Mas é preciso que a humanidade como um todo compreenda que essas atitudes de amor aconteçam em reciprocidade, ou seja, na consciência de um e de outro. Liberdade de fato, só existe se houver consciência de alteridade – o EU que só se aceita como tal na existência do OUTRO, uma compreensão mútua que enaltece a vida. Cristo é o exemplo por excelência, por isso nasceu, viveu e morreu num exemplo de doação, para que em tudo que a gente faça, pense primeiramente em agradar a Ele e a seu reino.

Jailson Estevão dos Santos
Enviado por Jailson Estevão dos Santos em 22/05/2009
Reeditado em 27/05/2009
Código do texto: T1608630
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