Caminhos e Caminheiro

=CAMINHO E CAMINHEIRO=

Senhor Deus, Pai do amor e da humildade.

Despe-me...

Tire os meus sapatos do egoísmo.

Minhas meias da ingratidão

Minha calça da prepotência e da vaidade

Minha camisa da arrogância

Meu chapéu do orgulho

E o meu, sobretudo da ignorância e do desamor.

Após, Senhor meu Deus.

Vista-me...

Dê-me, sapatos pequeninos.

Pra que eu não pise nem machuque,

Os meus semelhantes.

Meias brancas de lã,

Para aquecer, não só os meus pés, mas meu coração, com paz e gratidão.

Uma calça não muito larga, do meu tamanho,

Para não me esquecer, o tamanho que realmente eu sou.

Vista-me,

Uma camisa azul da cor do céu

Para que eu me sinta, apenas mais um,

A compor este imenso universo.

Dê-me um chapéu enorme de aba larga,

Para que eu acolha a todos na humildade.

Um sobretudo longo, quase uma capa,

Para agasalhar o meu semelhante

Como um grande manto de amor.

Meu Senhor e meu Deus, se meu pedido for presunçoso,

Apenas despe-me.

Ainda assim, te peço, daí me forças,

Para que eu continue adiante.

Faça que não vacile a cada estante

Pelos caminhos desta vida.

Faça-me encontrar com certeza,

Mesmo que as duras penas,

Meus sapatos, ainda que não sejam aqueles pequeninos,

Terei prudência, para que machuque menos, os meus irmãos.

As minhas meias, ainda que não sejam de lã, mais que sejam brancas,

Para que eu não promova a guerra.

Que eu encontre a minha calça, esta sim, tem que ser, no corpo, certinha,

Não quero que ela me dê um falso tamanho.

E a minha camisa?

Daí me senhor, aquela que eu merecer, que seja da cor da minha fé. Que esteja suada pela luta travada, durante o meu caminhar.

Meu Deus! E o meu chapéu?

Como seria?

Talvez, nem aba ele teria. Mesmo que seja, um gorro ou um boné. Isso não importa. Ainda que não consiga acolher debaixo da aba os meus irmãos, acolherei com os braços, com muitos abraços, a todos aqueles a Quem me enviar.

E o sobretudo?

Há! Como farei com aquele que a tudo cobre?

Uma idéia me ocorre: ainda que o Senhor não me dê, o que tudo cobre, irei até a nossa Santa Mãe Maria, pedirei, por empréstimo, com humildade, apelarei pela sua bondade, o seu manto sagrado. Ajuntarei-me com milhares de caminheiros, que como eu, procuraram o que não é seu, e nem é meu, mas, da Santa Mãe Celeste. Foi Ela que carregou em seu ventre, o Senhor Jesus, Aquele que está sobre tudo. Ele é, e sempre será, o caminho, que leva o caminheiro, a se cobrir com o manto do verdadeiro amor.

. Tonho Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 28/04/2009
Código do texto: T1563960