A realidade de um menino de rua

No ponto de ônibus o menino dormia,

No profundo do sono em suas noites vazias.

Era um sono de quem não queria acordar.

Desespero, terror, fome, dor e miséria.

Tudo o que ele pensava era o que via em casa;

Os onze anos que tinha parecia-lhe trinta.

Era um simples menino, mas pensava velhinho.

Bem magrinho estava, mas obeso de ânimo.

Um menino sem sorte que não tinha amparo;

Vendo os pais sempre em guerra fugiu sem avisar

Escolheu um lugar sossegado para dormir.

Para alguns ao relento, para outros, ao tempo.

O menino sabia que a sua vida era triste.

A ferida aberta no seu coraçãozinho,

O fazia sofrer sem qualquer esperança

De um dia viver como outros meninos.

A morte o rondava, os carros em disparada;

Homens maus lhe batiam e gemendo dizia:

- Não me trate assim, pois nenhum mal eu fiz.

Quero apenas viver, para ver o meu final.

Enoque Rodrigues Nogueira
Enviado por Enoque Rodrigues Nogueira em 04/04/2009
Reeditado em 24/04/2010
Código do texto: T1523034
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.