A realidade de um menino de rua
No ponto de ônibus o menino dormia,
No profundo do sono em suas noites vazias.
Era um sono de quem não queria acordar.
Desespero, terror, fome, dor e miséria.
Tudo o que ele pensava era o que via em casa;
Os onze anos que tinha parecia-lhe trinta.
Era um simples menino, mas pensava velhinho.
Bem magrinho estava, mas obeso de ânimo.
Um menino sem sorte que não tinha amparo;
Vendo os pais sempre em guerra fugiu sem avisar
Escolheu um lugar sossegado para dormir.
Para alguns ao relento, para outros, ao tempo.
O menino sabia que a sua vida era triste.
A ferida aberta no seu coraçãozinho,
O fazia sofrer sem qualquer esperança
De um dia viver como outros meninos.
A morte o rondava, os carros em disparada;
Homens maus lhe batiam e gemendo dizia:
- Não me trate assim, pois nenhum mal eu fiz.
Quero apenas viver, para ver o meu final.