QUANDO CRISTO É DISPENSÁVEL

A Lei mosaica do ritual do santuário está valendo e jamais deixará de valer. Entretanto, deixou-se de sacrificar a vítima inocente irracional, os cordeiros, bodes e touros, para sacrificar a vítima racional, que equivale ao ser humano que pecou consciente de que estava a pecar. Jesus é o Cordeiro inocente válido para o qual os sacrifícios anteriores apontavam. Jesus é como os seres humanos, os quais têm consciência do que é certo e do que é errado. E Ele foi sacrificado justamente no santuário e altar natural de Deus, a pedra do monte, do qual o próprio Deus diz: "O meu santo monte". É ali, no monte Moriá, onde Abraão antes foi, por ordem de Deus, sacrificar seu filho, mas Deus disse na própria voz de Abraão a seu filho, sua descendência: "O Cordeiro para o sacrifício Deus proverá".

Na hora em que o Cordeiro na cruz pronunciou as palavras derradeiras, "Está consumado!", após ter dito: "Eli, Eli, lamá sabactâni!" (Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?!), demonstrativo de que assumira de tal forma os pecados humanos a ponto de ver-se separado do Pai, – nesse instante, quando Ele espirou, a terra rompeu-se com grande terremoto e o véu do templo de Jerusalém, que separava o acesso do lugar Santo ao lugar Santíssimo (onde apenas o sumo sacerdote podia entrar com o sangue do sacrifício),

rompeu-se, dando acesso do pecador manchado com o sangue do Cordeiro Cristo diretamente a Deus. Nesse instante, os sacrifícios pelos pecados da Humanidade, bem como pelo Dia da Expiação, estavam feitos de uma vez por todas e na memória de Deus, bem como de todos os seres inteligentes de Universo e do ser terreno, o sangue desse sacrifício estaria eternamente a correr sobre o altar, sendo renovado a cada dia, a cada vez que um pecador arrependido clamasse e o reclamasse.

Portanto, se o ritual do santuário não cessou, tendo sido transferido para o Santuário original no Céu, do qual o da terra era apenas sombra, a Lei, cuja transgressão requeria os sacrifícios para o perdão, também não cessou, senão não mais haveria a necessidade do intercessor crucificado, pois a Lei é que requer o sacrifício para intercessão pelo transgressor.

O dito de que uma vez salvos pelo sangue de Cristo não podemos mais pecar, como se estivéssemos impedidos, é satânico, pois, se assim fosse, Deus mesmo estaria transgredindo o livre arbítrio, nosso direito de seguir fazendo nossas escolhas. Continuamos podendo pecar, principalmente se não temos intimidade com Deus pelo estudo de Sua Palavra e a pratica da oração, se não cultivamos a fé. Todavia, se pecarmos, o sangue de Jesus continua a correr. Então, arrependidos, podemos tomar mão outra vez dele e dirigir-nos a Deus em nome de Seu Filho, confessando os nossos pecados, pois o aposto João diz: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda imundícia”. – I João 1: 9.

Wilson do Amaral