Leprosos e dependentes químicos curados

LUCAS (17,12-17). “Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando:* 13Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! 14Jesus viu-os e disse-lhes: Ide, mostrai-vos ao sacerdote. E quando eles iam andando, ficaram curados. 15Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz. 16Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano. 17Jesus lhe disse: Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?”
Quero iniciar esta minha reflexão dentro desta Palavra de Deus, dez leprosos procuram Jesus pendido para que fossem curados, porque viviam excluídos, estavam com uma doença que naquele tempo precisavam viver longe da sociedade devido ao contagio e a falta de conhecimento da patologia, ainda carregava o estigma de serem impuros e pecadores.
Sabendo da fama de Jesus pelas suas curas os procuram pedindo ajuda e que fossem curados daquele mal. Com amor Jesus os curou libertando das dores físicas, emocionais e trazendo-os de novo á sociedade, porém embora todos acabam sendo agraciados pela cura, somente um vem até Jesus agradecer.
Pois bem, vamos trazer esta realidade para o problema das drogas e especialmente para aqueles que como os leprosos do evangelho e da época também sofrem todas as conseqüências da dependência química. Usuários que sofrem as dores físicas, as dores psíquicas e as dores sociais pela exclusão, pela falta de atendimento, pelo preconceito social e que acabam vivendo a margem da sociedade e estigmatizados pela doença adquirida.
Os dependentes químicos que são ainda por muitos considerados demônios e pecadores, e assim olhados como pecaminosos. Talvez a realidade deles possa ser pior que os leprosos da época de Jesus, pois, naquele tempo não se tinha o conhecimento que a lepra era uma doença e nos dias de hoje quase que a totalidade da sociedade sabe que dependência química é doença, e mesmo assim, os dependentes químicos vivem a exclusão.
Porém, esta reflexão é para os dependentes químicos que no ultimo momento e desespero recorre a Jesus, a Deus pedindo socorro. Procura Deus como ultima oportunidade; procuraram Deus para que o tenha misericórdia curando-os. Quantos destes que hoje são grandes palestristas, que adquiriram conhecimentos e até mesmo são profissionais de saúde e que atuam nesta área, e hoje quando alguém fala de Deus é ridicularizado, e os que O proclamam são ditos alienados.
Quantos dependentes químicos são aqueles que levantam os olhos para o alto e agradece a Deus pela sua cura, pela restauração da dignidade, restauração da vida? Quantos são aqueles que colocam em primeiro lugar a Mão de Deus na sua vida e olha tudo como conseqüência do amor de Deus?
Deus não precisa de nosso agradecimento, de nossos elogios, porém muitos precisam conhecer este Deus e também serem possuidores desta graça que Dele recebemos. Quando abafamos o Amor de Deus, quando negamos a Sua atuação em nossa restauração estamos sendo egoístas e prepotentes. Estamos sendo fariseus e dando contra testemunho daquilo que foi recebido gratuitamente e assim, ao longo do tempo mesmo sendo curados da dependência continuamos amargos e perdendo a graça da presença de Deus em nossa vida mesmo Ele se fazendo presente.
Que este evangelho sirva para esta reflexão, não sejamos alienados e fanáticos, mas que sejamos agradecidos e proclamadores do Amor de Deus, pelo menos em reconhecer que tudo se faz pelo Seu Amor.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 16/03/2006
Reeditado em 16/03/2006
Código do texto: T124009