MANUAL DE JEJUM E CONSAGRAÇÃO.
MANUAL DE JEJUME CONSAGRAÇÃO
PREFÁCIO
Este manual de jejum e consagração, tem o objetivo de informar o crente quatro pontos importantes:
Em primeiro lugar, compreender que o Senhor Jesus praticou o jejum e deixou aos rentes ensino sobre como praticá-lo.
Em segundo lugar, reconhecer que o jejum não é um ato de penitencia para receber algum favor, antes sim, é o símbolo da entrega de todo o ser a Deus.
Em terceiro lugar, compreender que o crente precisa receber o ensino correto sobre o jejum, para que não repita os fanatismos de quem tem praticado fora das normas Bíblicas.
Em quarto lugar, conceber que a pratica do jejum, de acordo com os padrões Bíblicos, nos da forças para embates espirituais contra as forças do mal.
Evag. Edson Gomes
Pg. 01
JEJUM: È a abstinência de alimentação por um determinado espaço de tempo.
Sempre houve duas espécies de jejum: o voluntário e o involuntário.
O jejum voluntário é muitas vezes em período de tempo marcado pela Lei, isto quando feito por motivo religioso.
Convém, no entanto frisar, que em todo o Pentateuco, Moises não escreve preceitos com respeito ao jejum nem mesmo o verbo jejuar ou o substantivo jejum.
No entanto, compreendemos assim a palavra na linguagem ambígua, como esta escrito: “afligireis as vossas almas”, Lv. 16:29 – Nm. 29:7.
O jejum involuntário, é ocasionado por algo que nos tira o apetite Ex. uma decepção, uma dor, um amor não correspondido, um pecado encoberto, um ódio obstinado etc.
Quando lemos a história de Davi, vemos ali onde se deu o primeiro jejum involuntário, quando suplicava a Deus pela vida de seu filho, fruto de seu amor criminoso com a mulher de Urias, II – Sm. 12:22.
Muitos outros exemplos de jejum involuntário temos no final do A.T., Ed. 8:21 – Nm. 9:1 – Et. 4:3 – Sl. 35?13 – 69:10 – 109:24 – Dn. 6:18 – 9:3
Em certos casos de calamidades proclamavam-se uns jejuns Jr. 36:9 – Jl. 1:14, com a finalidade de humilhar a alma Sl. 35:13 – 69:10, de atrair a misericórdia Divina, Is. 58:3-4.
O jejum público era proclamado quando uma culpa de um grande peso estava sobre o povo, e que era necessário humilhar-se na presença de Deus, I-Sm. 7:6 – I-Rs. 21:9-12.
No entanto o jejum verdadeiro é aquele que envolve abstinência da iniqüidade e dos prazeres ilícitos, Is. 58. Nos meses: quarto, quinto sétimo e décimo, do profeta Zacarias, foram ordenados jejuns, Zc. 8:19, para comemorar o principio das calamidades com o sítio (tomada) de Jerusalém no décimo mês, II – Rs. 25:1; o cativeiro no quinto mês II-Rs. 25:3 – Jr. 52:6-7; destruição do templo no quinto mês, II-Rs. 25:8-9, e o assassino de Gadalias e dos Judeus, no sétimo mês II-Rs. 25:25.
Depois da morte e ressurreição de Cristo, eles jejuaram, At. 13:3 - 14:23. Não há um preceito obrigatório para que os cristãos jejuem.
INTRUDUÇÃO
O jejum é uma área para a qual os pastores devem preparar os crentes, a fim de que eles evitem o extremo dos que o rejeitam ou resvale para o extremo dos que praticam sem a verdadeira noção Bíblica sobre seu verdadeiro sentido.
Infelizmente, a falta de conhecimento com respeito ao jejum tem provocado uma devastação à obra de Deus a tal ponto que muitos crentes, por ser extremamente cauteloso, terminam não usufruindo dessa prática, que foi aprovada e usada pelo próprio Jesus.
Outros por motivos diversos, desprezam-no simplesmente e até torcem a palavra de Deus pra adaptarem a seus modos e conceitos não verdadeiros. No entanto, há os que recebem muitas bênçãos, porque usufruem de maneira correta, conforme escrito na Bíblia Sagrada, e assim praticam, não como para agradar os homens, mais a Deus. O crente que for ensinado dessa maneira receberá as bênçãos que os fará prósperos na obra de Deus, e também na vida material.
QUE DIZ A BIBLIASOBRE O JEJUM?
O jejum público e a abstinências PARCIAL OU TOTAL de alimentos com finalidades espirituais. Essa pratica vem desde o A.T. II-Sm. 12:16 – Ef. 4:16. Ela foi incorporada ao N.T., onde, entre outros casos, a igreja de Antioquia é uma clara demonstração de que os crentes primitivos já utilizavam, a exemplo de Paulo, At. 12:2-3 – II-Cor. 6:5 – 11:27.
O jejum parcial, compreende a abstinência de determinados alimentos, com, o alimentos pesados; como fizeram Daniel e seus companheiros na Babilônia.
Eles passaram a ingerir apenas legumes e água, Dn. 1:8-15.
O jejum total, por sua vez exclui todo alimento, apenas a água, poderá ser ingerida. Há o jejum mais conhecido hoje, que é praticado por evangélicos em geral “O JEJUM ABSOLUTO”, onde por determinado período o crente fica sem comer e sem beber.
Esse jejum foi ordenado por Ester aos Judeus, quando da façanha de Mordoqueu, e foi também praticado por Paulo, após sua conversão, Et. 4:16 – At. 9:9.
IMPORTANTE
Nos exemplos acima mencionados, podemos notar que no caso de “JEJUM ABSOLUTO”, nunca ultrapassou os três dias.
Isto porque o organismo, não pode permanecer por mais tempo sem ÁGUA, pois e ela que elimina as toxinas que o corpo produz, quando não comemos por longo período, e mantém o corpo hidratado.
Por falta desse conhecimento, muitos crentes se excedem e cometem serias aberrações, comprometendo gravemente sua saúde, e em muitos casos, afetando a obra de Deus (conheço alguns que estiveram no manicômio por falta de orientação pastoral, e outros por fanatismo).
O jejum de Moisés e Elias nos apontam que foram praticados sob condições sobrenaturais, e em todos casos que excedem a três dias, a Bíblia menciona: não comi, não bebi água, conf. Ex. 24:18 – Dt. 9:9-18 – I-Rs. 19:8, e nesses casos relacionados com o MONTE DE DEUS, o Monte Sinai. E, no entanto, com exceção de Jesus, a Bíblia menciona apenas esses dois casos prolongados, dando a entender tratar-se de algo incomum que não pode ser repetido, sob condições normais, por contrariar as Leis da Natureza estabelecida pelo próprio Deus.
Portanto, jejum absoluto, (sem água), não pode ultrapassar a três dias, sob pena de sujeitar o organismo a graves enfermidades e até a morte.
O jejum de Jesus, como homem; Ele não podia lançar mão de “nenhum outro meio que não estivesse á disposição do crente cheio do Espírito Santo” (Bíblia de Est. Pentecostal).
Como registrou Mateus 4:2, e Lucas 4:2, pressupõe-se que Jesus tinha tomado água, isto porque se não o fizesse, exigiria a intervenção sobrenatural de seus atributos Divinos, invalidando o seu papel de tornar-se Sumo-Sacerdote dos bens Eternos. COMO HOMEM, Jesus nunca lançou mão de algo que não fosse humanamente possível.
Jesus nos ensina sobre o jejum, e nos dá seu verdadeiro aval, mas reprova o crente Fariseu, Mt. 6:16, e mostra-nos que não tem nada haver com pessoas ritualistas, com semblantes desfigurados, para exteriorizar uma aparência de piedade que na realidade, não reflete o interior: que estava cheio de orgulho, ódio, inveja, maledicência e engano etc..
O jejum é um ato de consagração a Deus; Paulo, aos Romanos 12:1 diz: é através dele que o crente se entrega sem reserva ao Senhor, despindo-se da carne, e isso só se dá impulsionados pela oração.
Jesus esclarece que certos tipos de demônios só saem com jejum e oração Mc. 9:29.
O jejum tem também a finalidade de fazer com que o crente libere o espírito e se entregue a Deus em um relacionamento intimo e pessoal por inteiro.
Se o crente deseja voar nas asas da Graça do Altíssimo, deverá mortificar a carne, liberando o espírito para tal. Assim sendo, a oração torna-se mais doce, a meditação na palavra torna-se mais profunda, e o corpo visibiliza sua doce e meiga presença de forma intensa.
Quem jejua não precisa tocar trombetas sobre seu nível Espiritual, o jejum e para fortalecer o crente para os embates espirituais Lc. 18:9-14, os frutos dirão a seu respeito.
O jejum torna o crente humilde na presença de Jesus, ele passa a reconhecer e admirar a soberania e grandeza do Todo-Poderoso, Ed. 8:21. Na área Espiritual, ele é uma arma muito poderosa, Mc. 13:2-3 - 14:23, no fortalecimento da fé nas horas de tentações pessoais Lc. 4:1-3. Esta arma imbatível esta sempre a disposição do crente.
O jejum também exerce o poder medicinal sobre o corpo, ele desintoxica o organismo, eliminando o excesso de reservas energéticas acumuladas nas gorduras localizadas tornando o corpo mais ágil e defende das fadigas, prevenindo contra certos tipos de doenças.
Zelar pela saúde esta escrita na palavra de Deus, I-Cor. 3:16-17, e o jejum mesmo praticado para fins Espirituais, têm poder medicinal sobre o corpo, mesmo em plano secundário.
Eis ai, a razão pela qual o jejum absoluto, isto é, sem água, não pode exceder a setenta e duas (72) horas. Se o organismo não receber água próximo a esse período, as toxinas se acumulam, ao invés de serem eliminadas pela água, prejudicando a circulação sanguínea e o funcionamento normal dos rins, podendo chegara a situações irreversíveis ocasionando até mesmo a morte.
VEJA
O que muitos fazem ao iniciar um jejum é coisa muito perigosa. Empanturrar-se de comidas horas antes de iniciá-lo.
È correto e recomendável ir-se eliminando as alimentos pesados, substituindo-os por comida leve, como legumes e frutas cítricas, até a hora de iniciar o jejum previsto. E ao encerrá-lo, observar o mesmo procedimento.
Principalmente se o jejum for por período prolongado.
As mudanças no metabolismo tanto antes como depois, exige que seja feita parcial e paulatinamente, e em quantidade bem menor, isto porque o corpo passou a manter-se por energias acumuladas, cessando durante o período de reduzir enzimas e ácidos digestivos e vice-versa.
No caso de jejum prolongado, aconselho o crente, a escolher um local reservado sem a presença de muitas pessoas, para que o seu propósito, não seja invalidade com interferências que não condiz com sua ação, intimamente Espiritual.
Aconselho ainda, que as pessoas debilitadas, com problemas de saúde, física ou mental, sem estar em condições, a não praticarem jejum absoluto, por longo período; pois o Senhor sabe dos seus problemas.
A duração do jejum pode ser diferenciada. Alguns iniciam pela manhã, sem tomar café, e o encerram ao meio dia. Outros iniciam de manhã e obstem-se do almoço, encerrando ao jantar, isto no caso absoluto.
No entanto, na Lei Judaica ensina que o jejum deve ser da manhã até o por do sol. Hoje é comum jejuar dias seguidos, em período de vinte e quatro (24) horas, fazendo-se de cada vinte e quatro (24) horas, uma refeição. E outros têm optado por jejum absoluto, não ultrapassando um período de três dias. Há também os que praticam o jejum por um período prolongado observando a ingestão de água.
O que conta são as motivações do coração, de nada adiantaria jejuar, se não abstiver do pecado, Jr. 14:10-13, será reprovado pelo Senhor, se não estiver acompanhado dos frutos da justiça e do amor para com o próximo Is. 58:6-10.
RESUMO
JEJUM PARCIAL: é a abstinências de determinados alimentos (pesados).
JEJUM TOTAL: é a abstinência de todos os alimentos
JEJUM ABSOLUTO: é a abstinência de todos alimentos e de água.
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Lições Bíblicas anteriores.
Dicionário da Bíblia – Ver, J.R. Carvalho.
Braga -60
Bíblia Vida Nova
Índice 3212 – 3213-3214-2710
Autoria.
Direitos reservados
Edson Gomes São Paulo, 22/05/97.
Edição: primeira – 1.997
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