EM NOME DE DEUS?
Se duas nações entram em guerra, e ambas se julgam merecedoras de proteção divina, quem deve vencer a guerra? Estaria Deus confuso entre as nações? É melhor tentar responder a essas perguntas com argumentos terrenos, limitados e humanos, deixando de lado a pretensão de definir as vontades de Deus. A questão não é saber com quem Deus está e sim quem está com Ele. Santo Agostinho dizia que "o homem não pode amar a Deus, que é o amor, se não ama a outro ser humano".
Como podem os homens, as nações, entrar em combate, destruindo e matando em nome de Deus? Porque começar uma guerra? Os motivos podem ser vários: desejo de domínio, medo de ameaça, disputa por território, riquezas naturais, mercado internacional, intolerância. A ordem é matar e destruir para conquistar e subjugar. Comandantes e comandados de cada nação fazem suas orações. Pedem que Deus proteja seus servos, nas fortalezas e nos campos de batalha, e os ajude a vencer os inimigos. As nações escolheram seus líderes. Eles escolheram a guerra. Todos querem a vitória.
Enquanto esperam a capitulação dos adversários, aqueles que não desistem julgam-se vencedores da guerra, mas de modo geral todos perdem. Nações perdem cidades. Cidades perdem monumentos. Pessoas perdem pessoas. Muitos sobreviventes perdem a coragem, a fé, a lucidez. Perde-se mais. Perde-se muito. Fica a esperança de que a humanidade aprenda a importância de se viver em paz.