A TEOLOGIA DA VERDADEIRA ADORAÇÃO ( Jo 4.24 )
Já dizia Agostinho: “A dificuldade com este mundo, é que os homens adoram o que usam e usam o que adoram”.
Esta questão de adoração surge num contexto onde Jesus oferece a uma mulher a satisfação de sua alma. O mais interessante é que a sede daquela mulher era sede de adoração, desejo de adorar a Deus da maneira certa. Tão logo ela percebe que Jesus era um profeta, logo ela pergunta: “Nossos pais adoraram neste mundo e vos dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar...”
O questionamento subliminal desta mulher era acerca de como adorar a Deus e onde fazê-lo. E neste cenário, Jesus introduz uma perfeita revelação acerca da verdadeira adoração. Chamaremos este ensino de a teologia da verdadeira adoração.
Antes de ensinar como adorar, Jesus ensina àquela mulher um atributo do caráter de Deus, entendido pela teologia como Espiritualidade de Deus. Isto é, Deus é Espírito e nisso conclui-se que:
a) Ele é Espírito, não podendo ser representado por forma humana, afinal, não possui corpo, nem forma física fugindo a qualquer representação que os homens possam querer dá-lo.
b) Sendo Espírito, Ele não esta sujeito à matéria, nem aos condicionamentos humanos.
c) Como Espírito, Deus pertence à dimensão espiritual, o que se conclui que quem quiser adorar a Deus, deve fazê-lo na Dimensão Dele.
O que a teologia da Espiritualidade de Deus nos ensina sobre adoração.
1° - Que quem adora a Deus, deve fazê-lo na dimensão de Deus.
Isto implica numa adoração sem formalismo, sem métodos, mas com espontaneidade, voluntariamente como fruto do coração. Uma adoração sem reservas, sem parâmetros humanos. Não em forma de liturgia desvirtuada de adoração intima como a Pseudo-adoração de Israel. (Is 1.11-17).
2° - É uma adoração que só pode ser feita por nascidos do Espírito ( Jo 3.8) e as características das pessoas nascidas do Espírito são:
-Reconhecer a liberdade do Espírito. “O vento sopra onde quer”. Não onde queremos.
-Viver com a alma aberta ao mover de Deus, sem presunções, sem querer determinar a maneira de Deus agir. “Não sabes donde vens, nem para onde vai”.
-O adorador não tenta definir Deus, esquadrinhá-lo, mas apenas O adora.
O verdadeiro adorador não esta buscando explicações sobre Deus, esta buscando adorá-lo. Uma corrente nos dias de hoje tenta fazer de Deus um ídolo que pode ser manipulado sobre a forma de uma pretensa adoração.
Depois de ensinar um pouco da natureza daquele que se deve adorar, Jesus começa a ensinar como adorá-lo.
I) Devemos adorá-lo em espírito
Antropologicamente, o homem se constitui de duas partes, a material e a espiritual. Com a material acontece a comunicação com o mundo exterior, e na parte espiritual, acontece a comunicação com o mundo espiritual. Portanto, adorar a Deus em espírito seria;
-Adorá-lo na intimidade e profundidade do ser. Adoração apenas exterior não é adoração.
-Adorá-lo sem a dimensão carnal dos que adoram sem sinceridade e retidão de coração.
A historia de Caim e Abel (Gênesis 4) é um exemplo disto, veja:
-Caim dizia adorar a Deus, mas sua vida não Lhe agradava.
-Caim com sua adoração queria comprar o favor divino. Ofertava-se para agradecer e pedir a bênção.
-Caim ia adorar mas não dominava o pecado. Gn 4.7
-Caim prestava adoração mas odiava o seu irmão.
-Só os nascidos de novo adoram em espírito, por que esta condição só é aprendida por aqueles cujo o Espírito de Deus lhes habita o seu espírito. O Espírito Santo no cristão o ensina a adorar em espírito. Ex. Paulo e Silas na prisão.
II) Devemos adorá-lo em verdade.
Entendemos este texto sobre duas perspectivas:
Adorá-lo em Verdade, ou seja, em Cristo. Jo 14.6
Sem o cerimonialismo e formalismo judaico. Jo 14.20 e
Cl 2.14
Sem o misticismo samaritano.v 20 Que espiritualizava Gerizim, como alguns crentes de nossos dias. Mistificando igrejas e buscando o místico exageradamente e sem bíblia.
Enfim, adorá-lo na verdade é adorá-lo na fé em Cristo
(Jo 17.17).
Como a Bíblia ensina a adorar na Palavra de Deus?
• Sendo santificado na Palavra
• Amando e obedecendo a Palavra
• A adoração na Palavra tem vários sentidos, veja:
• Como ato de se prostar. Ap 5.14
• Como ato de ensinar a Palavra. Mt 15.9
• Como ato de orar e jejuar. Lc 2.37
• Como um estado de espírito. Jo 4.24
• Como entoação de poemas para Deus. Sl 47.6
• Como o entoar de hinos e palavras de exaltação a Deus (Sl 149.6)
Conclui-se que quando adoramos a DEUS, nos derramamos diante d’ELE em toda a Sua Plenitude. E verdadeiramente, quando Adoramos a DEUS mostramos todo nosso sentimento para com ELE em Amor.
Amarás, pois, o SENHOR, teu DEUS, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força......e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. (Marcos 12 28-31)
Deus abençoe a todos
Josuel