FÉ SEM OBRAS É MORTA

FÉ SEM OBRAS É MORTA

Sinceramente, não acredito num estágio letárgico da fé humana. O homem traz vida afora esse sentimento inato. Até os selvagens sempre cultuaram a figura de um deus. A questão nos parece ser outra, certamente de ordem física, a ação.

A fé como um pensamento em movimento constante, voltado para a crença num ser superior, onipotente e onipresente, tá na humanidade de maneira quase unânime, exceto nos materialistas em vias de recuperação, até que sua base filosófica de sustentação materialista se fluidifique totalmente nas investigações da ciência, cada vez mais perto da verdade sobre os mistérios da vida. Da matéria sem matéria.

Agir ou não agir, eis aí a questão! Está aí talvez o que difere o cristão adorador do cristão trabalhador. O primeiro devaneia entre as orações e o temor, ao passo que o segundo vai a luta, segue na prática os ensinamentos de Jesus, na seara do bem ao próximo, compreende que fora da caridade não haverá salvação.

Portanto estamos, a bem da verdade, diante de uma questão de postura, de vontade e decisão. Uma vez o homem praticando a sua fé, ele jamais permanecerá o mesmo. O simples contato com as aflições alheias, põe a consciência nos trilhos, ou seja, o problema do outro nos envergonha ao ponto de nos fazer refletir o quanto ainda somos ingratos com a vida.

Quando Tiago falou que a fé sem obras é morta, ele quis estimular o homem para a fé viva, do testemunho da pratica cristã. Afinal de contas se não for o próximo o nosso propósito aqui, o que haverá de ser então? O meu só para mim! O teu só para ti! São comportamentos que se contrapõem a causa coletiva de uns aos outros se ajudarem, daí se chega a solidão devastada d’uma vida desencantada e entrincheirada nos quadrantes da angústia eterna, das lágrimas inestancáveis, das paixões incuráveis e de uma fé que auto engana e acovarda, intimidando o homem no seu mundo lúgubre, egóico e isolado.

Ao homem praticante da fé, o alto oferta recursos para a transformação. Talvez por isso alguns não entendam ainda os benefícios das virtudes espirituais traduzidas, por exemplo, na força de uma mão estendida. Temendo um encontro consigo mesmo, prefere não escutar as constantes e suaves notas dos clarins da paz, igual aquele que conversa com Deus com o coração e ama ao próximo, como a si mesmo.

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 23/07/2008
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