O Mensageiro das Boas Obras
Muitas coisas que falamos hoje poderão repercutir no futuro. Nossas ecoam no tempo e no espaço. A repercussão poderá ser positiva ou negativa. Muitas vezes ficamos conhecidos pelo que dizemos, de bom ou de ruim.
O profeta Isaías talvez não esteja falando de si ou para si mesmo. Talvez ele esteja apontando para um futuro breve com relação ao povo de Israel (povo de Deus). Quem será o orador então? Quando lemos Lucas 4.16-21, encontramos Jesus lendo estas palavras na Sinagoga (segundo o seu costume) e causando um tremendo reboliço ao concluir dizendo: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc.4:21). Ao que tudo indica a mensagem profética está completamente ligada à restauração da existência nacional de Israel.
1. O profeta usa a terceira pessoa da trindade para informar quem o está guiando (“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim”). Isto demonstra que a mensagem aponta para um mensageiro de boas novas que testifica a unção do Espírito de Deus, o único que capacita o homem para obra. Os quebrantados representam os que se encontram em angústia e penúria natural. Os quebrantados de coração, seriam “os mansos” que sugere as pessoas oprimidas que esperam no Senhor, são os vencidos pela tristeza. A salvação consiste em “liberdade” ou “libertação” para os cativos (abertura de prisão para os algemados ao pecado). Tudo isto encontra seu perfeito cumprimento apenas na obra espiritual de Jesus, que concede uma liberdade mais elevada e verdadeira para os Seus.
2. Da mesma forma que o arauto, ao soprar o chifre de carneiro, proclamava o ano de liberdade, assim também este mensageiro anuncia o período de salvação que propicia liberdade para prisioneiros e cativos. O que para eles é o ano de favor, “dia de vingança do nosso Deus”. Jesus faz esta confirmação em Mt.11:28-30. As palavras “ano” e “dia” não devem ser consideradas literalmente, elas representam o “dia do Senhor” muito usado pelos profetas. Isto explica Isaias 34.8; Sl.90:4; 2Pe.3.8-13. Este é verdadeiro consolo para os que choram: (Mt.5:3,4,5).
3. Os filhos de Deus são descritos como “os que em Sião estão de luto”, ou seja, os judeus, que se entristecem devido à sua própria aflição. Aqueles que levam cinzas sobre a cabeça, sinal de lamentação, que apresentam um “espírito angustiado” – Jesus assistiu tudo isso. Sobre estes, o mensageiro porá “uma coroa” (diadema como um turbante festivo). Significa, portanto, que a alegria toma o lugar da tristeza (“Hoje, se cumpriu a Escritura...” disse Jesus). O pranto é substituído pelo “óleo da alegria”, uma unção especial para um dia de festa. Os filhos de Sião serão chamados de “carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor”, uma condição de raízes fortes e profundas no solo de Canaã. Demonstra um crescimento esplendoroso. As palavras “de justiça” descrevem o povo justo, plantados para manifestação da glória do Senhor Deus.
Conclusão: Estamos em tempos de proclamações. Todos querem proclamar alguma coisa. Todos falam mas não pensam na repercussão das suas palavras. Jesus Cristo disse: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”. Não devemos nos entristecer com a situação alarmante dos nossos dias. Devemos apregoar o ano aceitável do Senhor, porque “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor” (2Pe.3:10), mas quanto a nós, receberemos o turbante festival, o óleo da unção, seremos como carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória.
Que Deus nos abençoe!