MOMENTOS
Há um momento,
Em que a dor é tão forte que não mais sentimos dor alguma.
Há um momento,
Em que somos tão humilhados que nada mais nos humilha.
Há um momento,
Em que o medo é tão forte que se desfaz todo o temor.
Há um momento,
Em que a morte se faz tão presente que não mais tememos morrer.
Nesse momento,
De completo abandono -
Quando as lágrimas correm soltas,
Quando os soluços tornam-se mais fortes
E o corpo se contorce -
Descobrimos
Que os amigos eram de mesa,
Que a amizade, mentira,
Que o companheirismo interesseiro,
Que a pregada fé, meramente vazia.
Pois
É no maior calor do dia que Deus se revela a Abraão.
É em meio às lágrimas de dor que Deus chama e consola a Agar.
É na solidão da fuga, devido à mentira, que Deus promete acompanhar Jacó.
É no deserto, devido a um assassinato, que Deus escolhe e unge Moisés.
É sob o carvalho que Deus chama de valente o que se sente amedrontado.
É a uma mulher humilhada pela esterilidade que Deus promete um filho, Samuel.
É a um sanguinário, assassino, adúltero, que Deus chama de: o homem segundo o meu coração.
É assim,
“Pois Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios,
Escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes,
E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas,
E aquelas que não são para reduzir a nada as que são;
A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” I Coríntios 1.27-29
...
“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados;
Perplexos, porém não desanimados;
Perseguidos, porém não desamparados;
Abatidos, porém não destruídos;
Levando sempre no corpo o morrer de Jesus,
Para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.
Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus
Para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.” II Coríntios 4.8-11
Moses Adam, Ferraz de Vasconcelos, 19.06.2008