EXPRESSÃO DA SAUDADE
Estagnado...
Observo o tempo!
Que passa...
O vazio ganhou espaço...
Não vejo o brilho que via em seus olhos...
Não percebo os traços de sua face sorrindo...
Não ouço a voz que expressava em falas pautadas por planos...
O tempo passa...
Observo que ficou apenas um vazio...
O silêncio abarca e parece ser exigente...
Abrindo assim, as margens para que os pensamentos batam na tecla de lembranças...
E lembro, relembro...
Sem ruídos ou outros sons além do meu corpo...
Em dado momento...
Decorre uma alternância em forma de reações em minha estrutura...
Os batimentos de meu coração aceleram e o ouço...
Sinto que lágrimas escoam de meus olhos...
Percorrendo traços em minha face...
Expande além de mim...
Um senso de tristeza...
Buscando compreender...
Olho nas alturas...
Esperando que em lapso de tempo...
Eu possa ouvir sua voz ao longínquo...
Enquanto contemplo nuvens sendo movidas por ventos...
Quase que em um ar de loucura...
Busco imaginar que os traços de sua face...
Eles sejam confirmados na tela azul do céu...
Entre desenhos confusos que meus olhos vêem...
Por nuvens e cores que estão nas alturas...
Nisso, uma vontade de gritar ao mundo...
Ao céu e às estrelas...
Às nuvens...
Ao vazio...
À tristeza que parece me consumir de dentro para fora...
Que expande além de mim...
Tornando a minha estrutura...
Em um alvo do destino...
Quando o vazio ganhou espaço...
Quando a tristeza abarcou...
Quando o silêncio domina...
E assim, me vejo ao presente...
Na esperança que sua face se forme na tela azul de um céu radiado por outras cores...
Onde nuvens parecem passear por camadas da atmosfera...
E confuso, aqui permaneço...
Como se estivesse vendo seu espírito...
A sua essência indo...
Partindo de mim rumo às alturas...
E assim, me torno em um alvo de um senso inesperado...
Pois isso é o que a sua ausência deixou para os meus sentidos...
Para a minha percepção física...
O vento choca contra minha estrutura...
E o mundo se torna triste sem a sua presença...
Sem o seu sorriso...
Sem sua voz...
Sem o brilho que antes, em datas passadas eu percebia nos seus olhos...
Enquanto falávamos sobre planos...
Mas o tempo interceptou...
O vazio ocupou lugar...
O silêncio castiga...
E assim, apenas sofro eventualmente, quando as lembranças exigem uma encenação que afixou um personagem de minha realidade em datas passadas...
E agora, apenas permito que a imponência de seu significado, a sua importância causa em mim...
Enquanto contemplo o mundo e o tempo que diante de meus olhos...
Simplesmente passa...
JGW/CNS