Conheci meninas nascidas no século passado, belas, na expressão verdadeira. Cresceram como passe de mágica e portadoras, também, de belos sentimentos. Caboclas nordestinas piauienses, tiveram, felizmente, pai terreno dotado do dom do aconselhamento.
Conheci meninas nascidas no século passado, belas, na expressão verdadeira. Cresceram como passe de mágica e portadoras, também, de belos sentimentos. Caboclas nordestinas piauienses, tiveram, felizmente, pai terreno dotado do dom do aconselhamento. Obedientes e unidas, irmãs primeira e segunda, de oito nascidos de pai e mãe. Por anos corridos e contados, no calendário da vida, moraram em casa de sapé, de paredes de barro crú, imprensadas e amarradas, coberta de palhas, portas e janelas frágeis feitas de palhas e piso desnudo. Quando, por ocasião de missa anual, em local outro, calçavam sapatos fechados e confeccionados pelo avô materno que lhes rendiam doídos e pipocados calos. Certa noite, a menininha primeira teve a ponta de sua rede invadida por cobra cascavél, com direito a chocalho, caida do teto, constatada por vizinho por nome João Elói. Assim foram diversos percalços às bonitas meninas sertanejas, sobreviventes milagrosas para inesperadas investidas continuadas. Mesmo assim, tiveram momentos temperados de santo amor, desfrutando de efeitos miraculosos da natureza gratuita. Dariam várias laudas preenchidas de tristes histórias e reais, com direitos a prosseguimentos de contagens. Em 22-07-2024. Francisca Miriam Aires Fernandes.
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