Superar alguém que não existe mais
No fundo, eu não sei superar os momentos felizes que vivi com ele. As risadas, as viagens, os abraços, os beijos, os sonhos. Tudo isso está aqui, gravado na minha memória como uma tatuagem que não sai. Eu tento apagar, mas sempre dói. Sempre machuca.
Ele foi o meu amor, o meu porto seguro, o meu melhor amigo. Ele foi tudo o que eu sempre quis e até mais um pouco. Ele foi a pessoa que me fez descobrir o amor, me fez sentir viva. Me fez olhar o mundo com os olhos da alegria.
Mas ele também foi a pessoa que saiu pela porta. Que foi embora sem se importar com as lágrimas que caiam do meu rosto. Ele foi a pessoa que, antes disso, mudou e se tornou alguém que eu desconhecia. Ele me fez duvidar de mim algumas vezes. Ele me fez desistir de alguns sonhos.
Em alguns momentos, eu não entendia. Ficava confusa. Não sabia se era amor o que ele sentia ou apenas um jogo. Uma sedução. Uma projeção daquilo que eu sentia.
Quando ele foi embora, ele já não era mais o mesmo. Ele já não era mais meu. E até mesmo antes de abrir a porta e sair da minha vida, ele já não estava mais aqui. A gente já não se fazia tão bem.
Eu só sabia que ele não era mais o mesmo, que ele não era mais o meu. Eu só sabia que ele não estava mais aqui, que ele não estava mais comigo. Eu só sabia que ele não me queria mais, que ele não me amava mais e que ele não me fazia bem.
Agora eu preciso seguir em frente. Me libertar. Eu preciso me curar. Me reencontrar. Valorizar o que eu sou. Eu preciso entender que posso ser feliz sem ele. Que posso realizar novos sonhos. Que posso ser mais forte. Aceito essa verdade que dói demais, mas é necessária: A pessoa que eu quero superar não existe mais. Aquela pessoa do início do relacionamento. Dos planos, dos sonhos, das boas lembranças. A melhor coisa que me aconteceu foi ele ter ido embora. E é isso que eu preciso entender para seguir firme em direção a minha superação.