Silêncio
Silêncio
inquieto sossego
frios raios de sol
estrelas sem brilho
estátuas de gelo
sorrisos insípidos
sussurros...
olhares imundos
mentes impuras
Silêncios
agonizantes
indigência de diálogo
de afeto
coisas tão poucas e tão essenciais
Será loucura, talvez delírio
este vazio que sinto
dor que me fustiga
neste viajar no tempo
como um náufrago
Cansada
da tela…dos dedos gastos
de dedilhar as teclas
Cansada
do verbo ser
de preencher “nadas”
no sonho que se evapora
nos dias e nas noites imutáveis
Cansada
da vida marcada pelo vazio
das incertezas
das páginas da ilusão
da tristeza onde abrigo as palavras
E na angústia dos gestos quietos
nesta existência transparente
no sufoco da alma
e na dor da solidão
procuro o outro lado do vazio