O Dia de Finados! Um personalíssimo memorial...

Especialmente nesta data, e bem que poderíamos permitir que nossos mortos povoassem livremente nossas mentes ...

Quem sabe, então, aceitássemo-los natural e completamente, e os aninhássemos definitivamente em nossos corações... Quiçá mesmo assim, postumamente, ouvindo-os com verdadeiro e amoroso interesse e concentração, finalmente acatando suas sempre e sempre amorosas e abalizadas opiniões emitidas a cada circunstância convivida.

Acredito sinceramente que isso não seria em nada algo misterioso ou assustadoramente amedrontador. Afinal, embora mortos, eles continuam sendo nossos familiares... Tomara tenham todos seguido - ou biblicamente recolhidos - no seu tempo certo.

Deveríamos refletir no fato de, com o inexorável passar dos anos, ao atingirem idades avançadas os nossos idosos e anciãos terem diuturnamente mais mortos, que vivos em sua companhia... Será assim também conosco!

Então, que tal seria abrirmos mais, bem mais, os nossos ouvidos e corações para nossos amigos e ente-queridos, mormente os mais velhos, enquanto ainda vivos? Eles todos, e nós também - disso estejamos bem certos - logo, bem logo morreremos.

Até mesmo por que ao longo da vida qualquer um de nós poderemos vir a acumular poderes incríveis uns sobre os outros, mas jamais a ponto de sobrepujar as leis naturais...

Perdoem-me, por favor! Até mesmo porque isso tudo que aqui explicitei desde os mais profundamente amorosos e racionais recônditos deste meu naturalmente umtantoquanto envelhecido, mas jamais endurecido ou ressentido coração, num primeiro momento poderá parecer descarada intromissão minha em assuntos do mais absoluto fôro íntimo de cada um, mas isso me ocorreu porque ainda sou dos bons e saudosos tempos em que uma familia só considerava outra como verdadeiramente amiga, quando todos os seus membros se conheciam amorosa, espiritual e profundamente, inclusive os seus mortos.

Confortemo-nos mutuamente...

Armeniz Müller

...Oarrazoadorpoético.