MINHAS MÃOS
As minhas mãos, faz tempo só lamentam,
As minhas mãos, faz tempo só saudade...
Nas minhas mãos, há só ressentimentos,
Nas minhas mãos há só necessidade...
Nem o afago de outras mãos, não tem!
E estas mãos, que tanto já plantaram
E afagaram outras mãos também...
Ainda hoje, labutam incansáveis
Sob o comando da inspiração,
Sempre constante, amiga e confidente.
Nas minhas mãos, há tanta saudade
Que muitas vezes até chega a duer!
As minhas mãos, já não recebem flores,
Estão tão frias e tão maltratadas...
As minhas mãos, sequer têm mais odores,
Reclamam por não serem afagadas.
As minhas mãos em posição de prece,
Só pede à vida um pouco calor;
De tão vazias, estão quase inertes;
Talvez, morrendo por falta de amor.