Diário

Eu não sei se vai chegar a ler em algum momento, e se for chegar, não sei quando vai ser. Mas eu sempre procuro jeitos de aparecer, de demonstrar o que sinto, e o que tenho a te oferecer.

Os dias têm sido difíceis, e eu devo reconhecer a minha culpa em tudo isso. Sei que reconhecê-la não muda o fato do sofrimento e dos cortes causados em ti, mas tem servido para eu pensar nas minhas coisas, nas minhas ações, nas minhas mudanças. Sei também que é difícil acreditar nisso, e não te culpo por isso.

Eu sempre tive a certeza de que eu jamais magoaria você, e sempre me esforcei para que isso, de fato, jamais acontecesse. Ingenuidade? Falta de amadurecimento? Burrice? Fico com a "D": todas as alternativas anteriores. Sempre tive facilidade em falar e escrever, mas nunca pensei que teria tanta dificuldade em fazer. Ser um ser errante sempre me incomodou, mas até então, eu era sempre errante comigo mesmo. A partir do momento que foi com você, passou a doer, rasgar, machucar.

Tenho pensado muito em nós. Principalmente, nesses dois dias em que a saudade tem dilacerado cada centímetro dentro de mim com uma navalha mais afiada que metal valiriano. A lei é tão implacável, que a todo momento surgem os shades enviados por ela só pra reforçar ainda mais. Basicamente, tudo me lembra você. E apesar de entender que respeitar o seu espaço possa ser uma das maiores demonstrações de amor que eu possa oferecer, a falta ainda é a minha maior inimiga. E ela não tem dó, não tem misericórdia. De toda forma, procuro enfrentá-la das maneiras que encontro: visitando as redes sociais ao lado e o rolo de fotos do meu telefone. Não interajo porque o tempo pede calma e respeito. De vez em quando o olho dá uma suada. Das outras vezes, ele dá uma hidratada. E minuto após minuto, vou suportando os golpes da malvada aqui dentro.

De novo, esses são mais alguns caracteres de alguém que se atreve a transparecer o sentimento que é enorme e incalculável. Tanto o amor, quanto a saudade. Saudade da mulher que você é. Saudade do beijo, do abraço, do aconchego. Do encontro, da surpresa, do olhar. Da conversa, do áudio interrompido por um gatinho de rua. Saudade de tudo que te envolve, saudade do "nós". Saudade em essência, com nome e endereço.

No mais, é só mais uma tentativa de dizer o quanto eu sinto a sua falta.