Recordações da infância no sertão
Eu vejo na fazenda o campo que me faz relembrar da minha infância na roça. Lembrar do meu tempo de menina, ingênua, pura.
Eu vejo no campo, o vaqueiro tocando o gado, do trote ao galope, sentindo a simplicidade e o orgulho de viver no sertão.
Eu sinto o cheiro do suor do cavalo escorrendo pela perneira, cheio de paz.
Eu ouço o som do cacarejo da galinha de manhãzinha, e o mugir do gado no fim de tarde.
Eu sinto o balançar das árvores enquanto o sol se esconde atrás das nuvens, e o gosto do café preto na boca, que significa que mais um dia e foi.
Calmaria é o que eu sinto, me sinto em casa.
Eu vejo as cicatrizes que o gado me deixou, a cicatriz que vou levar para sempre comigo ,no corpo, na alma, a marca do estribo.
Eu ouço o som da madrugada ,ouço o tic toc do relógio de madeira, esperando dar o momento de acordar e viver.
Eu sinto o vento batendo em meu rosto enquanto cavalgo sozinha. E a cada passada que o cavalo dá, minha alma explode, sensação maravilhosa.
Eu ouço o som do trote do cavalo na terra seca, meu belo sertão, meu lindo nordeste, a minha querida terra.
Eu sinto o gosto do mingau de milho que painho fazia, gosto do amor.
Eu sinto meu peito apertar de saudade do tempo que não volta mais, e no espelho eu vejo, vejo a mim, uma mulher com os olhos cheios de lembranças.
Saudade do meu tempo de menina, ingênua, pura.