Recordações da infância no sertão

Eu vejo na fazenda o campo que me faz relembrar da minha infância na roça. Lembrar do meu tempo de menina, ingênua, pura.

Eu vejo no campo, o vaqueiro tocando o gado, do trote ao galope, sentindo a simplicidade e o orgulho de viver no sertão.

Eu sinto o cheiro do suor do cavalo escorrendo pela perneira, cheio de paz.

Eu ouço o som do cacarejo da galinha de manhãzinha, e o mugir do gado no fim de tarde.

Eu sinto o balançar das árvores enquanto o sol se esconde atrás das nuvens, e o gosto do café preto na boca, que significa que mais um dia e foi.

Calmaria é o que eu sinto, me sinto em casa.

Eu vejo as cicatrizes que o gado me deixou, a cicatriz que vou levar para sempre comigo ,no corpo, na alma, a marca do estribo.

Eu ouço o som da madrugada ,ouço o tic toc do relógio de madeira, esperando dar o momento de acordar e viver.

Eu sinto o vento batendo em meu rosto enquanto cavalgo sozinha. E a cada passada que o cavalo dá, minha alma explode, sensação maravilhosa.

Eu ouço o som do trote do cavalo na terra seca, meu belo sertão, meu lindo nordeste, a minha querida terra.

Eu sinto o gosto do mingau de milho que painho fazia, gosto do amor.

Eu sinto meu peito apertar de saudade do tempo que não volta mais, e no espelho eu vejo, vejo a mim, uma mulher com os olhos cheios de lembranças.

Saudade do meu tempo de menina, ingênua, pura.

Bruna Disouza
Enviado por Bruna Disouza em 11/10/2020
Código do texto: T7084781
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.