Cassia da Rovare, quantas saudades eu sinto de você...

E então ela se foi...

num dia assim,

sem se despedir,

sem dizer não e nem sim

um anjo veio até a sua janela

e ela nem disse um aceno e partiu...

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na minha inquietante busca

eu entro e saio

voo e rastejo,

mas para onde quer que eu vá

eu sempre carrego

aqueles que admiro e amo dentro do meu coração

e foi numa dessas voltas

que eu percebi

que você tinha partido

e então eu te disse naquele dia

o que repito agora

o que você teria me dito

"DESAGONIZA" SAUDADE

hoje há silêncio por fora e por dentro, hoje não há poesia, não há espera, não há sol. Hoje não haverá poesia, nem o silêncio seria mais ensurdecedor do que saber que você não estará nos abrilhantando com sua bela escrita. A POETA viajou sem bagagens, voltou nua levando com ela o coração do coração e nos deixando o seu coração dentro da sua poesia, e ela partiu, e com ela partiu meu coração, partiu e doeu, doeu saber que você partiu sem nos despedirmos. Se existe depois, sei que também fui um pouco no coração do coração dela. Minha amiga, quando morre um poeta (uma poeta), morre junto, um pouco de cada coração que ama a poesia. Obrigada por tudo amada amiga, pela confiança, pelas trocas carinhosas e abraços diante dos tropeços que ultrapassavam o virtual da poesia, obrigada pela gentileza, pela generosidade e pelo carinho de sempre, pela troca de palavras e inspirações, por todos os afagos e por secar muitas lágrimas quando eu desabei, obrigada por deixar seu coração expresso, aberto em cada uma das tuas tão belas poesias para matarmos um pouco a saudade. É alento e vou lá sempre ler, reler, te buscar um pouquinho em cada letra, matar um pouco dessa imensa saudades que teima em ficar e as vezes precisa transbordar e dizer. Obrigada por mim e por todos que tiveram o privilégio de ter ler, e só a mim hoje eu posso dizer. Caminhar ainda por aqui é constatar que cada dia em que aqui estamos, um pouco morremos. Que a vida me guie, porque estou apenas tateando na sombra, vivemos um tempo tão obscuro minha querida, está cada dia mais inconsistente planar por aqui. Ainda tento seguir abraçada aos poemas (neste tempo doloroso onde só a poesia nos salva), talvez uma tentativa de ir entrando pelos jardins, pela névoa branca da paz, pela suavidade da textura das pétalas das brancas rosas que um dia foram tuas. E seguem ficando um pouco minhas, um pouco nossas, um pouco de cada um de todos nós que aqui ainda estamos. Vivemos um tempo com sede de paz. Ah, querida! Que falta você faz! Silencio querida, hoje não, hoje nada mais posso dizer. O tempo serena(mente) Não, não morrerá! O belo, não morrerá jamais. Anelado a loucura arfante de Viver, mesmo que arrastando-me, mas viver, viver e viver. Viver em overdoses de poesias. Partiu? Porque as vezes é preciso revezar o caminho. Partiu, porque cada fragmento fica guardado e nada termina; transmuta-se Continua... Contínua e continuará sublime; permanece feito ciranda alada dentro de cada coração que te conheceu e conheceu as tuas poesias. Não, não há lamento, há saudades, saudades há sim. Não há lamentos, porque quem foi flor, continua perfume mesmo na eternidade (Beijo minha querida, e um beijo também no seu querido italiano, como diria ele: “Só a imaginação me destruirá”…Beijos querida, e obrigada por tudo).

Muitas saudades cassinha

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(DESAGONIZA=contrário de agonizar); DESAGONIZA (Neologismo meu)

A poeta Cassia Da Rovare era de Limeira - SP, faleceu em dezembro de 2015. Ela escreveu neste site desde 2009, entramos no mesmo ano... E até a sua partida foi uma grande parceira de letras e também minha amiga. Ela deixa um acervo de 1.382 textos escritos e 15 áudios. Para quem quiser conhecer ou matar a saudades da nossa amada CASSIA vá aqui neste link: https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.phpid=54493

ou digite pelo nome: CASSIA DA ROVARE

Serpente Angel
Enviado por Serpente Angel em 11/09/2020
Código do texto: T7060485
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