Assim foi





Era manhã
e você tão menina,
tão criança,
que a ilusão brotava em seus olhos
inundando minha vida pacata.
Assim você veio;
foi luz em tudo que pairava à minha frente.
Era tarde,
quase tarde, também para o amor.
Nossas cabeças fervilhavam,
as fumaças da incerteza eram densas,
os muros escuros;
eram barreiras,
mas nossas mãos foram correntes
integradas, firmes.
Era noite.
Daquela tarde para a vida,
os elos partiram,
as mãos apenas se tocaram;
de menina a quase mulher.
Você se foi,
se foi sem saber se o amanhã
seria tarde para enfrentar as incertezas da noite.
E eu fiquei sem noites,
sem tardes,
importando muito pouco
com as manhãs dos amanhãs.