Colapso





Você não sabe o que de mim foi feito,
nem mesmo o que a vida me fez passar.
Você sabe o que fez um fiapo de sonho desfeito,
de uma noite de ilusões perdidas.
Você não sabe se existo, se sou gente,
ou se num movimento brusco, de repente,
esqueci tudo e fiz da vida uma festa.
Ah, como você é insensível e ingênua.
Ainda sou tudo aquilo,
aquele mesmo trapo humano
que vê sombras e grita pelo seu nome.
Sou pendente aos revezes,
submisso aos conceitos crivados em mim.
Sou quase inexistente neste mundo,
só porque gostei errado, amei à fundo.
Sou frasco, palavra perdida no espaço,
sombra de homem, tempo de criança.
Sou tudo de mal feito,
mas trago a certeza que um dia,
serei abrigado em sua lembrança.