Ecos de saudade



É sua
a mão nua,
vazia,
que busca na prosa
o recato
relatando o fato,
o direito de sonhar
um sonho pago,
pago para apostar.
É sua
a boca que flutua,
balança no trecho
entre coisas que remexo,
em contração labial,
no risco desigual
antes delineado.
Foi sua
a palavra final
que ressoa ainda pela rua,
fala grita,
define as razões,
supera os valores;
fui e morri em cada tarde,
legando aos ecos
toda repercussão,
ao peito que é só meu
as pontas de uma saudade
que de tão sua,
fica deliciosamente resguardada.