Madrigais
Deixe cair,
que fique pelo chão,
role em minha boca,
esconda-se em minha mão.
Deixe que eu me enrole
entre as peças em abandono,
embrulhe-se toda em mim,
faça do não, aquele sim,
fique na noite, enquanto dura
no tempo a fiel loucura
de ser só o que somos
e não pensar no que seríamos
sem o casual encontro,
onde eu era simples erva que vegeta.
Deixe ficar pelo tempo,
junto com o grunhindo do vento,
a palavra, o apelo,
a fita que solta do cabelo,
a fita que salta do aparelho,
a última melodia tocada.
Deixe a saudade rolar no espaço,
venha ao dorso,
fique no abraço,
deslize lentamente pelo pescoço
e sofra em meu peito
na batida tolerante,
tão dura e difamante
que propaga as emoções
e me acusa em hora indevida,
deixando cair, rolar pelo chão
aquela gota, gota de orvalho
que só os olhos podem desprender,
sem que para tanto
necessariamente existam madrugadas.
Deixe cair,
que fique pelo chão,
role em minha boca,
esconda-se em minha mão.
Deixe que eu me enrole
entre as peças em abandono,
embrulhe-se toda em mim,
faça do não, aquele sim,
fique na noite, enquanto dura
no tempo a fiel loucura
de ser só o que somos
e não pensar no que seríamos
sem o casual encontro,
onde eu era simples erva que vegeta.
Deixe ficar pelo tempo,
junto com o grunhindo do vento,
a palavra, o apelo,
a fita que solta do cabelo,
a fita que salta do aparelho,
a última melodia tocada.
Deixe a saudade rolar no espaço,
venha ao dorso,
fique no abraço,
deslize lentamente pelo pescoço
e sofra em meu peito
na batida tolerante,
tão dura e difamante
que propaga as emoções
e me acusa em hora indevida,
deixando cair, rolar pelo chão
aquela gota, gota de orvalho
que só os olhos podem desprender,
sem que para tanto
necessariamente existam madrugadas.