Ignoras-me


Hoje a conheço,
você, você me desconhece,
não sabe, não imagina
em seus devaneios,
tudo que aui dentro trago,
além do seu nome
fixado a arabescos,
em tons nítidos.
Mas, você não sabe,
desconhece,
se oferece
a despedidas, aceitas
sem receitas,
com votos, afetos,
absurdas lógicas
nascidas, procriadas por nós,
a dois,
mesmo sabendo que depois,
bem depois...
A tempestade,
feita de saudade,
devastaria nossos castelos
empoeirados, sujos pelo tempo,
vazios nas teias,
nos traços transparentes
de um passado,
de vidas sem presentes;
onde a conheço,
enquanto você continua me desconhecendo.